A Emmerich o que é de Emmerich e a Obama o que é de Obama
Roland Emmerich é alemão, mas faz filmes americanos – no
sentido de atiçar a veia patriótica – como ninguém. De Independence day (1996)
a 2012 (2009),passando por O patriota (2000) e americanização de Godzilla
(1997), Emmerich desenvolveu um fetiche particular pela destruição da Casa
Branca. É uma espécie de hype com ele e em O ataque (White House Down, EUA
2013) ele exercita esse prazer de forma meticulosa e lenta. Com mais de duas
horas, o filme estrelado por Channing Tatum, como o exército de um homem só
John Cale e Jamie Foxx como o presidente dos EUA Sawyer, O ataque é o segundo
filme lançado em 2013 a
promover um ataque terrorista na Casa Branca com o intuito de fazer o
presidente refém e lançar armas nucleares. Se em Invasão a Casa Branca os
vilões eram os norte-coreanos, então em franca ebulição geopolítica do lado de
cá da realidade, aqui os vilões são domésticos e o tipo de terrorismo em
questão é mais rarefeito. A agenda política dos agressores é mais multifacetada.
Há o tradicional rancor com a cultura intervencionista americana, mas é
principalmente a tradição de estado policialesco e o lobby armamentista que
figuram entre os principais elementos por trás desse ataque ao coração da
América mostrado com inegável senso de espetáculo por Emmerich.
Portanto, o filme ganha alguma dimensão pela forçosa
comparação que estabelece. Jamie Foxx é Obama. Não enfaticamente, mas em uma
espirituosa emulação. Emmerich disse em entrevista recente que optou por
um presidente negro para evitar críticas do tipo “Emmerich não endossa a
presidência Obama”, mas seu presidente que para os propósitos do filme está
muito perto de conquistar um acordo de paz inédito no Oriente Médio, é Obama
nos trejeitos e retórica. Foxx, eleitor de Obama declarado, se diverte fazendo
as vezes do comandante em chefe que melhor capitalizou a esperança de mudança.
Obama e John McLane (ops) em O ataque: signos reais e do cinema de ação evocados por entretenimento confiável
É aí que o aparte precisa ser feito. Emmerich, com o prazer
habitual pelas explosões em grande escala, destrói com requintes de crueldade a
Casa Branca proporcionando um entretenimento vibrante para seu público, mas
oferece, também, com toda a limitação dramatúrgica de seu cinema, um lembrete
importante neste momento que o mundo vive a expectativa de uma invasão à Síria
orquestrada pelos EUA: às vezes o melhor que se faz é resistir a pressões
internas por intervenções no exterior.
Não que Emmerich vá além da retórica tão categórica nos
palanques políticos; seu negócio é mesmo destruir a Casa Branca, mas é um
choque interessante proposto pela realidade para que seu filme fique um pouco
melhor. No mais, é tudo muito parecido com o filme que você já viu antes e
Gerard Butler é mais convincente como exército de um homem só do que Channing
Tatum.
Esse fetiche do Emmerich em destruir a Casa Branca já encheu o saco. Nem se fazer pipi o saco esvazia. rs rs Foxx de presidente deve ser um charme. ha!
ResponderExcluirAbs.
Vi ontem. Muuuuuito ruim. Horrível!!! Se você tiver um pouco mais de noção vai perceber o quão impossível é os casas brincarem de pega pega no jardim da Casa Branca atras do presidente dos EUA sem ninguém fazer nada, somente olhando do lado de fora da grade a metros de distância torcendo pro cara fugir. Desculpa, mas é muuuuito tosco pq nem os terroristas e nem os militares americanos fazem alguma coisa certa no filme inteiro. Todo mundo faz tudo errado e ninguém sai ganhando com seus planos de ação, parece até comédia, o tiozinho traidor toda hr nervoso pq os colegas só fazem besteira, ao mesmo tempo que os militares americanos são piores que a CGM aqui do Taboão... para vai... gostar desse lixo americano é igual a comer mrd e falar que ta bom... não sei pq perco meu tempo... sei la, um teatro, museu talvez...sai mais burro do cinema, certeza...
ResponderExcluirÉ... O filme acaba divertindo com tanta "galhofa", e tem mesmo este viés que você aponta que não deixa de ser interessante. Mas, no fundo, é um genérico de Duro de Matar. rs
ResponderExcluirbjs
Rodrigo: Pois é, Emmerich precisa variar, mas o filme diverte!
ResponderExcluirAbs
Anônimo: Então, quando você vê um trailer desse tipo de filme, vocÊ sabe exatamente tudo o que irá acontecer e, muito provalmente, é capaz de adivinhar o sem número de absurdos que se sucederão. Bem, acho que quando vc vai assistir a uma produção dessa, a verossimilhança precisa ser relativizada...
abs
Amanda: E põe genérico nisso! Tal como os genéricos, saiu até mais caro...
bjs