Páginas de Claquete

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Em off


Nesta edição de Em off, as expectativas a respeito do novo filme de Ang Lee; o retorno de Clint Eastwood à atuação; um Ryan Gosling menos bonito; o crepúsculo de Crepúsculo nas bilheterias e as vacas gordas das celebridades internacionais no Brasil.

A volta de Clint
Estreia nessa sexta-feira nos cinemas brasileiros Curvas da vida. Inegavelmente, a grande atração do filme é a presença de Clint Eastwood como protagonista. Mais: é a primeira aparição de Clint como ator em um filme que não dirige desde o lançamento de Na linha de fogo (1993). Clint, vale lembrar, havia anunciado sua aposentadoria como ator em 2008, depois do lançamento do excepcional Gran torino. Seu retorno é uma demonstração do prestígio de Robert Lorenz, há mais de dez anos produtor e diretor assistente de Clint, que o convidou para estrelar seu debute na direção. No filme, Clint vive Gus Lobel, um olheiro de baseball que precisa enfrentar o começo da perda da visão e o amadurecimento do uso da tecnologia no jogo que marcou sua vida e carreira. Tudo temperado por drama familiar e o indefectível jeitão durão dos últimos personagens de Clint. Um retorno com gosto de quem nunca de fato partiu.

Making your day: Clint está de volta e ele é sempre um deleite para a audiência...


As duas faces de um jogo
2012 apresentou nas telas brasileiras dois filmes que mostram teorias opostas a respeito de como as coisas devem ser conduzidas no baseball, em particular, e no esporte, de maneira geral. No início do ano, O homem que mudou o jogo, que concorreu ao Oscar, mostrava a história real, do homem que apostou em um revolucionário método estatístico para montar um time competitivo. Foi Billy Beane (no filme, Brad Pitt) quem abriu as portas para o uso cada vez mais frequente da tecnologia nos bastidores do jogo. Já Curvas da vida, faz a defesa da vertente mais romântica; da que tecnologia nenhuma substitui a força da intuição e instinto humanos. É um belo combate que, a despeito da posição que adote o espectador, o lucro é inteiramente deste último.

O enigma de Pi
O trailer é um deleite para os olhos. A adaptação cinematográfica do livro "A vida de Pi", de Yann Martel, ganhou na direção de Ang Lee um sopro de inventividade para elaborar cinematograficamente um filme sobre uma jornada espiritual e de descoberta. Na trama, o indiano Pi se vê num bote em alto mar depois de um naufrágio. Como companheiros, uma zebra, uma hiena, um orangotango e um tigre de bengala. Tobey Maguire seria o único ator famoso no elenco do filme, mas Lee cortou suas cenas da versão final por achar que sua participação contrariava a tendência de não ter rostos conhecidos em cena. James Cameron endossou o uso do 3D no filme e chegou a falar que Ang Lee foi o único cineasta que captou o que ele, Cameron, sente do 3D. Mas Cameron já disse isso outras vezes em relação a outros cineastas. A crítica americana, no entanto, já morre de amores pelo filme e dá como certa sua presença no próximo Oscar. O adjetivo mais usado tem sido “obra prima” para se referir à As aventuras de Pi, chatolóide título nacional recebido pelo filme. O filme estreia no Brasil no natal e poderemos aferir se há verdade em toda essa badalação ou se o departamento de marketing da Fox, que investe todas as suas fichas para a temporada de premiações no filme, está merecendo um belo de Pi de aumento.

3D bem usado: Em certo nível, As aventuras de Pi pode ser o Hugo Cabret deste ano...


As entrelinhas das bilheterias
Os números do box office americano neste último final de semana permitem algumas ilações. A despeito da consagradora bilheteria de estreia de Amanhecer-parte 2, que arrecadou U$ 141,3 milhões de sexta a domingo, o número decepciona a Summit – estúdio do filme. Isso porque não foi quebrado nem mesmo o recorde estabelecido por Lua Nova na própria franquia (U$ 142,8 milhões). A expectativa era de quebra de recordes, como todos os desfechos de franquias poderosas têm feito nos últimos anos. De Harry Potter a Batman, passando por O senhor dos anéis e Piratas do Caribe. Em contrapartida, 007- operação Skyfall registrou queda de 50% de público em seu segundo fim de semana. Ainda assim, arrecadou impressionáveis U$ 41,6 milhões. Nada mal para uma segunda posição. O filme, não obstante, caminha para ser o longa de 007 mais rentável na história do box office americano. Marca que deve ser alcançada nesta semana. Na terceira posição veio o novo filme de Oscar de Steven Spielberg, Lincoln. O filme já estava em cartaz há duas semanas em salas selecionadas, mas teve sua expansão comercial neste fim de semana e registrou faturamento de U$ 21 milhões. Nada mal para um drama radicalmente diverso das principais opões de entretenimento nas salas de cinema.
A sexta posição de Argo, com quase U$ 5 milhões de renda no fim de semana, é um caso à parte. A fita já está em cartaz nas salas americanas há mais de dois meses e mantém uma das melhores médias de público. O que quer dizer que as salas que exibem Argo diminuem de semana para semana, mas não o interesse do público na fita. Outra provável concorrente ao Oscar.


Só Deus perdoa

A expectativa é grande desde que o projeto foi anunciado (e Drive não tinha nem estreado em terras verde e amarelas). O novo filme do diretor dinamarquês Nicolas Winding Refn em parceria com Ryan Gosling, Only God forgives (que título climático e poderoso, convenhamos) teve seu primeiro cartaz divulgado. E, dessa vez, nada de jaqueta estilosa. A face bem machucada de Ryan Gosling deixa transparecer o teor violento do novo filme e consegue fazer saltitar ainda mais o nível de ansiedade pela produção; que tinha lançamento marcado para o fim deste ano mas foi adiado para meados de 2013.
Ah, a trama? Gosling vive um britânico com trânsito no submundo tailandês que gerencia um clube de boxe tailandês que serve de fachada para o tráfico de entorpecentes. Ele é instigado pela mãe (papel de Kristin Scott Thomas) a investigar o assassinato do irmão. E aí, meu irmão, só Deus!


Celebridades importadas
James Franco esteve outro dia no Brasil para um evento da Gucci, marca com a qual mantém contrato publicitário. A vinda de Franco é apenas mais um sintoma do bom momento vivido pela economia brasileira. A nova loja da Gucci em São Paulo faz parte desse sintoma. Mas há mais por trás disso. Matthew McConaughey, Megan Fox, Pamela Anderson, Sarah Jessica Perker, Zac Efron, Paul Walker... a lista é grande. Em comum, todos esses atores têm recentes trabalhos para marcas brasileiras. O Brasil nunca foi buscar tanto rostos lá fora para estrelar campanhas publicitárias. Essa realidade deriva principalmente de dois fatores. O primeiro é, como já dito, o bom momento econômico vivido pelo país. Isso em comparação com o cenário pós-crise vislumbrado na Europa e EUA. O segundo é o alto cachê cobrado por celebridades nacionais, sem noção de que o apelo de uma celebridade internacional sempre devolverá aos tupiniquins seu “valor regional”.

Alguns dos looks de Matthew McConaughey para a campanha publicitária de uma marca brasileira...

4 comentários:

  1. Pois é, Reinaldo, gosto de Clint Eastwood voltar a atuar depois de ameaçar não mais fazer isso, mas preferia que ele continuasse conduzindo a direção também, hehe. Acho que Curvas da Vida poderia ser um filme melhor com o comando dele.

    Já os dois lados da moeda, como você leu, já tinha falado na minha crítica. Realmente, chama a atenção a forma como os dois filmes mostram os lados opostos e ambos nos convencem estar certos, hehe.

    Já tinha visto o trailer de Pi na internet, mas ontem vi no cinema e impressiona ainda mais aquelas imagens... Vamos ver o que vem por aí.

    bjs

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  2. Clint, Gosling, Ang Lee muita coisa boa vem por aí, bom, ta na cara que prometem muito!

    Abs.

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  3. "Curvas de Vida", infelizmente, não estreou aqui. Estou bem ansiosa para conferir a este filme. Gosto muito da faceta Clint Eastwood ator e espero que ele esteja bem neste filme.

    Além disso, estou ansiosíssima para assistir a "The Life of Pi". Acho que será um daqueles filmes especiais, com uma mensagem profunda e que vai ter apelo universal.

    Incrível também como as celebridades internacionais, cada vez mais, estão redescobrindo o Brasil.

    Beijos!

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  4. Amanda: Infelizmente, acho que essa volta à atuação, foi apenas uma honrosa exceção. Tb prefiro o cineasta, mas o ator também é um estrondo de talento e muito subestimado...
    Bjs

    Rodrigo: Vem mesmo muita coisa boa...
    Abs

    Kamila: Não tem como não amar o Clint ator não é não? rsrs
    bjs

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