Chegamos a uma semana capital. A semana do anúncio dos indicados à 84ª edição do mais importante prêmio do cinema. E quem deve ser convidado para a festa? Na categoria de melhor filme, com as novas regras da academia, não sabemos ao certo quantos serão convidados. A tendência é de que sejam sete ou oito filmes. Não mais do que isso. No entanto, já é possível apontar algumas certezas na categoria. Os descendentes, O artista, A invenção de Hugo Cabret e Histórias cruzadas já são favas contadas entre os concorrentes a melhor filme. Meia-noite em Paris, filme que conta com grande apoio entre os votantes, no entanto, permanece como uma incógnita. Primeiro por ser Woody Allen, uma figura que alimenta ambiguidades junto a academia. São poucos aqueles capazes de provocar amor e ódio em um mesmo compasso. Allen, com suas esquisitices e seu desinteresse por tudo o que representa o Oscar, é um desses poucos. Uma outra dúvida é se o filme, lançado em maio, conseguirá encabeçar a lista de preferências de ao menos 5% dos votantes. Se fossem dez filmes garantidos, como nos dois últimos anos, Meia-noite em Paris estaria na ala das certezas.
As outras duas ou três vagas devem ser preenchidas por Os homens que não amavam as mulheres, Drive e O homem que mudou o jogo. Correm por fora Cavalo de guerra, Tudo pelo poder e Missão madrinha de casamento.
Tudo pelo poder e Cavalo de guerra são excelentes filmes, mas nunca se viabilizaram na Oscar season como legítimos concorrentes ao Oscar. Cavalo de guerra, no entanto, deve ter presença garantida no Oscar com indicações em categorias técnicas. Já Missão madrinha de casamento, seria uma zebra homérica na atual estrutura para se apurar os concorrentes, mas dada a sua performance surpreendente na temporada, não pode ser descartado.
George Clooney e Shailene Woodley em cena de Os descendentes: no atual momento, o grande concorrente de O artista pelo Oscar de melhor filme
A disputa entre os diretores, naturalmente, está mais encaminhada. Apenas uma vaga parece incerta e é justamente a de Woody Allen. Será que a academia tornaria a indicá-lo como diretor? Improvável. Certos estão Michel Hazanavicius (O artista), Alexander Payne (Os descendentes), Martin Scorsese (A invenção de Hugo Cabret) e David Fincher (Os homens que não amavam as mulheres). Tentam ficar com a vaga que seria de Allen, os titãs Steven Spielberg (Cavalo de guerra) e Terrence Malick (A árvore da vida) e os competentes Stephen Daldry (Tão forte e tão perto), sempre um Oscar favorite, e Bennett Miller (O homem que mudou o jogo), que já concorreu por Capote. Não seria de todo surpreendente se a academia agrupasse Nicolas Winding Refn (Drive) na disputa.
As comédias devem predominar entre os concorrentes a melhor roteiro original. Meia-noite em Paris e O artista são certezas. Toda forma de amor, Ganhar ou ganhar, 50% e Jovens adultos brigam entre si e devem abocanhar duas vagas. O derradeiro posto pode ficar ou com o hit independente Margin Call ou o favorito a melhor filme estrangeiro A separação.
Na ala dos roteiros adaptados, a disputa parece mais definida. Histórias cruzadas, O homem que mudou o jogo, Os descendentes e A invenção de Hugo Cabret já são certezas. Pela última vaga brigam O espião que sabia demais, Tudo pelo poder e Os homens que não amavam as mulheres. Com vantagem para este último.
Conforme esperado, a briga pelo Oscar de melhor ator deve apresentar um time de bonitões. Como praxe, são quatro certezas. George Clooney (Os descendentes), Jean Dujardin (O artista), Brad Pitt (O homem que mudou o jogo) e Michael Fassbender (Shame). A última vaga é disputada por Leonardo DiCaprio (J.Edgar), Gary Oldman (O espião que sabia demais) e Ryan Gosling (Drive e Tudo pelo poder).
Gary Oldman, por O espião que sabia demais, pode ser o elemento surpresa entre os indicados ao Oscar de melhor ator
DiCaprio é muito querido por seus pares, mas o filme que representa não decolou e ele tem oponentes muito fortes na disputa. Oldman é um ator excepcional que carece de reconhecimento. Essa condição pode favorecê-lo e garanti-lhe a última vaga. Já Gosling teve um ano tão brilhante quanto Fassbender e se o alemão de ascendência irlandesa vai entrar, por ele não? A dúvida é por qual filme e é justamente essa dúvida que pode lhe deixar de fora. Mas se pintar, é provável que seja com Drive.
Entre as atrizes, a categoria parece mais delineada. Meryl Streep deve angariar sua 18ª indicação por A dama de ferro e terá como concorrentes Viola Davis (Histórias cruzadas), Michelle Williams (Sete dias com Marilyn) e Tilda Swinton (Precisamos falar sobre o Kevin). A última vaga é disputada por Rooney Mara (Os homens que não amavam as mulheres) e Glenn Close (Albert Nobbs).
Abaixo, as projeções de Claquete nas principais categorias:
Filme
Os descendentes
O artista
A invenção de Hugo Cabret
Histórias cruzadas
Os homens que não amavam as mulheres
Meia-noite em Paris
O homem que mudou o jogo
Drive
Direção
Alexander Payne (Os descendentes)
Michel Hazanavicius (O artista)
Martin Scorsese (A invenção de Hugo Cabret)
David Fincher (Os homens que não amavam as mulheres)
Bennett Miller (O homem que mudou o jogo)
Roteiro original
O artista
Meia-noite em Paris
50%
Margin call
Jovens adultos
Roteiro adaptado
A invenção de Hugo Cabret
Os descendentes
O homem que mudou o jogo
Histórias cruzadas
Os homens que não amavam as mulheres
Filme estrangeiro
A separação (Irã)
Pina (Alemanha)
In darkness (Polônia)
Footnote (Israel)
Omar Killed me (Marrocos)
Documentário
Project Nim
If a tree falls
Buck
Bill Cunningham New York
Animação
Rango
As aventuras de Tintim
Operação presente
Rio
Carros 2
Ator
George Clooney (Os descendentes)
Brad Pitt (O homem que mudou o jogo)
Michael Fassbender (Shame)
Jean Dujardin (O artista)
Ryan Gosling (Drive ou Tudo pelo poder)
Atriz
Meryl Streep (A dama de ferro)
Viola Davis (Histórias cruzadas)
Tilda Swinton (Precisamos falar sobre o Kevin)
Michelle Williams (Sete dias com Marilyn)
Rooney Mara (Os homens que não amavam as mulheres)
Atriz coadjuvante
Octavia Sepencer (Histórias cruzadas)
Jessica Chastain (Histórias cruzadas)
Carey Mulligan (Drive ou Shame)
Bérénice Bejo (O artista)
Shailene Woodley (Os descendentes)
Ator coadjuvante
Christopher Plummer (Toda forma de amor)
Nick Nolte (Guerreiro)
Kenneth Branagh (Sete dias com Marilyn)
Albert Brooks (Drive)
Bem Kingsley (A invenção de hugo Cabret)
Montagem
Os homens que não amavam as mulheres
O artista
O homem que mudou o jogo
A invenção de Hugo Cabret
Cavalo de guerra
Fotografia
Os homens que não amavam as mulheres
A árvore da vida
Cavalo de guerra
A invenção de Hugo Cabret
O espião que sabia demais
Concordo com praticamente todos os seus palpites. Acho que Midnight in Paris pode ser indicado para várias categorias, mas acho que ganhar de Melhor Filme e Direção é bem difícil, se bem que acho que também em Direção o filme não será selecionado... Enfim, o jeito é mesmo esperar! rs
ResponderExcluirO Oscar é decepcionantemente imprevisível...vamos aguardar. Suas previsões estão equilibradas
ResponderExcluirAbs.
Palpites bem coerentes, vejamos essa semana.
ResponderExcluirbjs
Bons palpites, Reinaldo! Discordamos em pouquíssimas coisas. O que tem me deixado mais curiosa em relação a amanhã é justamente ver quantos serão os indicados a Melhor Filme. Vi gente apostando em 8, enquanto eu prefiro pecar pelo excesso e votar nos 10 de sempre... Veremos...
ResponderExcluirBeijos!
Estou torcendo por Meryl, Scorsese, DiCaprio e Plummer.
ResponderExcluirAbração!
O Falcão Maltês
É isso aí pessoal, na média os palpites de Claquete se provaram felizes, mas houve derrapagens na categoria de ator e direção que beiram o imperdoável...
ResponderExcluirAbs e bjs