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domingo, 30 de outubro de 2011

Insight

Afinal, Indiana Jones e o reino da caveira de cristal é tão ruim quanto fazem crer seus realizadores?

Quando a nostalgia reinava...: foto tirada durante a produção do quarto filme de Indiana Jones


O mundo esperava ansioso. Harrison Ford voltaria a empunhar o chapéu e o chicote do arqueólogo mais famoso, e o único pop, do mundo. Indiana Jones, esse herói que pode ser definido como a resposta de Steven Spielberg a esnobada dos produtores de James Bond a seu desejo de dirigir um filme da série ou como o nome do cachorro de George Lucas imortalizado, inegavelmente é um dos patrimônios do cinema e da cultura do século XX.
A reação a Indiana Jones e o reino da caveira de cristal (Indiana Jones and the kingdon of the crystal skull, EUA 2008 ) foi escorregadia. A crítica saudava a nostalgia do filme e, ademais, o sucesso de bilheteria era garantido. Os cerca de U$ 800 milhões arrecadados na bilheteria inibiam uma crítica mais perversa e desautorizavam os arautos do apocalipse que insinuavam que o Indiana Jones do século XXI se tratava de um embuste. 
Não que essa percepção alarmante se verifique de fato; mas é curioso constatar que, de tempos em tempos, os responsáveis por levar Indiana aos cinemas quase duas décadas depois de sua última incursão na tela grande (A última cruzada data de 1989) demonstram algum embaraço em relação ao filme.
O primeiro a ascender o pavio foi Shia LaBeouf, que muita gente cria ser um “substituto natural” para o Indiana Jones de Harrison Ford. Em uma cena do quarto filme, Spielberg chega a fazer uma piada com essa impressão.
LaBeouf, no início de 2010, disse que sentia ter falhado com os fãs e que se sentia responsável por O reino da caveira de cristal ser um filme inferior as expectativas. Para o ator da trilogia Transformers, o quarto Indiana Jones não foi bom. Você pode culpar o roteirista ou culpar Steven (Spielberg, diretor do filme). Mas o trabalho do ator é fazer algo vivaz, fazer funcionar, e eu não consegui isso. Então é minha culpa", disse o ator em entrevista ao jornal L.A Times.  Quase um ano depois, Harrison Ford, em uma das entrevistas promocionais de Uma manhã gloriosa, chamou LaBeouf de “idiota”. “Ele ainda tem muito que aprender em termos de Hollywood”, disse o ator. Ford se referia ao fato de que LaBeouf deveria saber quando guardar opiniões para si. Como Ford não defendeu o filme com veemência, a fala de LaBeouf reverberou ainda mais.
Fato é que, na iminência de boatos sobre o quinto filme do arqueólogo, ninguém menos do que Steven Spielberg colocou mais lenha na fogueira. Em entrevista a britânica Empire, o diretor disse que reclamações devem ser endereçadas a George Lucas. “Todo o desenvolvimento da história partiu de George”, argumentou Spielberg. Na verdade, assim como ocorre com todos os filmes evento, O reino da caveira de cristal teve várias versões. Frank Darabont escreveu o primeiro esboço, que foi realinhado por Lucas e Jeff Nathanson e finalmente finalizado por David Koepp. Spielberg atuou como supervisor durante todo o processo.

Ford, Spielberg e Lucas na premiere mundial do filme no festival de Cannes de 2008: "o melhor dos quatro", chegou a declarar George Lucas


O diretor não negou a existência de um quinto filme. Disse que Lucas está trabalhando no argumento, mas que só voltaria por uma história muito boa. A condição de retorno é um chavão hollywoodiano que todo mundo usa, mas como o quarto Indiana Jones está sob suspeita, ganha novos contornos. Estaria Spielberg decepcionado com o filme? Diferentemente de Shia LaBeouf, ele já sabe muito em termos de Hollywood, diria Harrison Ford.
Fato é que O reino da caveira de cristal é um filme menor da série. Como também o é O templo da perdição. Acontece que o saudosismo impede que se denigra um filme da trilogia original. O primeiro filme, que é base em escolas de cinema, está acima do bem e do mal. O terceiro é um fecho impecável para uma década em que o cinema se especializou em entretenimento. O quarto filme pode soar um pouco datado, mas seria implicância diminuí-lo perante um referencial tão magnânimo. 

6 comentários:

  1. Lembro de uma matinê solitária no cinema. Senti-me vibrando sozinho na sessão de "O Reino Da Caveira de Cristal". Por mais que tenha tido um baixo, eu gosto do filme. Spielberg disse que fez um parente de sangue. O quarto filme tem os mesmos elementos dos outros. Talvez o hiato reinou a chatice contra o filme.

    Discordo de vc, gosto bastante de “O Templo Da Perdição". Eu li que a produtora Kathleen Kennedy disse que Spielberg estava mais interessado em seguir com Tintim e que eles já haviam trabalhado tudo que podiam na série do Indy. Creio que "O Reino" será mesmo o último. Só se Lucas convencer o amigo. Acredito no sucesso de Tintim e na nova parceria com Peter Jackson, acho que Spielberg parou com o arqueólogo...no fundo ele não queria dirigir o filme e só o fez para agradar os fãs e os amigos. E LaBeouf falou demais por meu gosto, rs!

    Abs.

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  2. Comparações com a impecável trilogia à parte, "Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal" é um filme pouco empolgante e com uma história má desenvolvida. As expectativas eram altas e com certeza foi fator catalisador para a decepção, mas deixando-as de lado, analisando estritamente o filme, o roteiro é bem apagado e não há cenas de ação tão veementes. Fora as subtramas forçadas e a vilã de Cate Blanchett, mais caricatual impossível.

    Mas, hey, isso é apenas uma opinião =)

    La Beouf já declarou certa vez que "Transformers 2" também se perdeu durante a produção. Engraçado que ele estrela o filme, vende e depois fala mal. Por um lado, admiro a coragem e honestidade, mas por outra, é muito babaca da parte dele, um pouco egoísta, eu diria. Da mesma forma, Ford pode dizer que o rapaz é "idiota", mas sua imagem não ficou bonita na fita por ter feito isso. Ah, mas ele é Harrison Ford, cara rs.

    Não sei quanto a um 5... o 4 me deixou bem decepcionado, mas seria lindo se enterassem esse último com uma obra-prima digna do original, hein? Talento, todos os envolvidos têm. Ficamos no aguardo.


    Abs, Reinaldo!

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  3. Para responder à pergunta que dá título a seu post, acho que "Indiana Jones e a Caveira de Cristal" não é tão ruim quanto as pessoas acham que ele é. Como obra de ação, é um filme muito consistente. Acho a personagem da Cate Blanchett muito bem construída. Só acho que este era o tipo de filme que nem precisava ter sido feito, tendo em vista que a história do Indiana Jones já tinha meio que cumprido seu ciclo. A verdade é que ela veio mais para saciar a sede dos fãs saudosos e apresentar o personagem à plateias novas.

    Beijos!

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  4. Ahh, pode me chamar de saudosista, mas não fale mal de O templo da perdição. hehehe. Quanto a Caveira de Cristal, acho um filme desnecessário, resgatar o que já está quieto, o que funcionou em uma determinada época, trazer um personagem que já está aposentado e precisa do filho para as cenas de ação, não gosto da idéia. Mas, se olharmos a parte técnica é si, não é mesmo uma bomba. Funciona muito bem até colocar os alienígenas no meio da história. Isso foi o que mais incomodou os fãs do arqueólogo.

    bjs

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  5. Eu gosto do filme... E me irrita demais essa história de todo mundo gostar de um filme quando é lançado e, depois, odiá-lo! Sei lá, acho muito estranho...

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  6. Rodrigo Mendes: Gostar é uma coisa bem diferente de reconhecer que o filme,na comparação com os outros dois filmes da trilogia original, é inferior em níveis estruturais e narrativos. Eu tb adoro O templo da perdição, mas não posso ignorar esse fato.
    Concordo que a aproximação de Abrams, Favreau e Jackson deve, em tese, deixar mais difícil um retorno a Indiana Jones.
    Abs

    Elton: Saudades de vc aqui meu velho! Pois é, é inegável que é um filme inferior à trilogia original, mas eu não seria tão severo na avaliação. E quanto ao LaBeouf, ele não esconde que age sob contrato na hora da divulgação, né?!
    abs

    Kamila: Perfeita contextualização Ka.
    Bjs

    Amanda:O bom é que vc sabe que vc é saudosista né Amanda? rsrs Tudo bem. Eu tb sou! rsrs
    Bjs

    Matheus Pannebecker: Eu tb acho muito estranho e, diria mais, hipócrita...
    Abs

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