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sábado, 1 de outubro de 2011

Cantinho do DVD

Há quem diga que Hollywood, antes dos efeitos especiais, vive dos épicos românticos. Não deixa de ser um pensamento romântico em uma acepção não amorosa do termo. 2011 apresentou um filme que quis contribuir para essa percepção, mas falhou redondamente. Trata-se de Água para elefantes, destaque da seção Cantinho do DVD desta semana. O filme traz Robert Pattinson em mais uma tentativa de se apartar da figura do vampiro de Crepúsculo. É, até o momento, sua mais bem sucedida aparição cinematográfica. Infelizmente, não é muito. Mas 2012 deverá trazer novos ares para o astro com Cosmópolis e Bel Ami.






Crítica

Foram muitos os boatos de que Robert Pattinson e Reese Witherspoon não se deram bem durante as filmagens de Água para elefantes (Water for elephants, EUA 2011). Além de um breve tiroteio verbal via imprensa na ocasião do lançamento do filme, a própria fita é um eloquente firmamento da falta de química entre os atores. É a ausência desta que decreta o sufrágio da fita de Francis Lawrence, experimentação dramática do realizador de Eu sou a lenda e Constantine. Visualmente, Lawrence manteve seu pedigree. Colaborou para o fato a acachapante fotografia de Rodrigo Prieto, de filmes como Babel, Harry Potter e o enigma do príncipe e Abraços partidos.
A pretensão de erigir um épico nos moldes de E o vento levou parece mover Água para elefantes, mas tão somente o trabalho de fotografia se sustenta nesse eixo.
Pattinson é Jacob, um polonês que vê seus sonhos esmigalhados quando os pais são vítimas de um acidente fatal. Sem dinheiro e com um curso incompleto de veterinária se entrega ao mundo e sua primeira parada é o circo dos irmãos Zambini, cujo proprietário, August (Christoph Waltz), é uma figura tão sombria quanto assustadora. É pela mulher de August, Marlena (Reese Whiterspoon), que Jacob se interessa. A atração entre ambos nunca convence e Lawrence falha na construção do dilema do personagem principal. Curiosamente, e isso talvez tenha a ver com Waltz ser o melhor ator do elenco, é August o personagem mais bem delineado. Apesar de permitir comparações com o Hans Landa que fez do austríaco, além de vencedor do Oscar, famoso, o dono do circo é um tipo inseguro, megalomaníaco e que Waltz sabe incutir nuanças que acrescem à percepção da platéia. Robert Pattinson, justiça seja feita, tem aqui sua melhor aparição em um filme. O que, em virtude do referencial, não quer dizer muita coisa. Reese Whiterspoon surge aborrecida e não parece disposta a injetar vida em sua personagem. Água para elefantes pelo esmero da produção, e pela graciosidade da elefanta Rose, acaba sendo uma boa pedida para fãs de histórias melosas com alguma apoteose romântica. Mas essa condição não esconde o fracasso do filme em suas pretensões mais ambiciosas.

2 comentários:

  1. Eu gostei do filme, mas é verdade: falta química entre Robert e Reese e nenhum dos dois entrega uma boa atuação, estão razoáveis. A história do filme também não é lá grande coisa, o que salva mesmo é a elefanta e a fotografia.

    Abs.

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