Só divertido!
É preciso pontuar, de antemão, que Kenneth Branagh alcança maravilhas com Thor (EUA 2011). Não fosse um diretor com tamanho repertório no teatro e que sabe encenar como ninguém intrigas palacianas, Thor seria um filme risível (no mal sentido). Concebido como parte do universo Marvel no cinema, esse filme unta peças espalhadas nos últimos filmes da editora/estúdio com certo charme. Aferindo graça a referências contumazes nos quadrinhos que ganham novo status no cinema. Contudo, o longa-metragem sofre em sua simplicidade. Branagh, por mais talentoso que seja, se revelou incapaz de ensejar em Thor um dilema shakespeariano de fôlego. Simplesmente porque Thor e seu universo não são tão atraentes assim, do ponto de vista dramático. Loki, o deus da trapaça na mitologia nórdica, é um personagem de muito mais bagagem dramática e Branagh sublinha isso com seu filme.
No entanto, Thor, vivido pelo limitado – embora simpático – Chris Hemsworth, surge apoteótico em cena. Seja em Asgard, sua terra natal, ou na Terra, para onde seu pai (Odin) o exila como tentativa de evitar uma guerra.
A partir desse momento,Branagh investe na comédia e acerta. É da convivência entre o arrogante Deus do trovão e os mortais que o tomam como lunático que Thor se sustenta na ausência de um conflito mais adequado a um herói no cinema. As escassas cenas de ação denunciam que Branagh não visualizava a história do Deus do trovão como um filme de super herói, não etimologicamente.
Os irmãos Loki (Tom Hiddleston) e Thor (Chris Hemsworth) em cena do filme de Kenneth Branagh: conflito shakespeariano para um e nenhum conflito para o outro
Talvez Thor seja afastado do esquecimento pela postura preambular que tem ante o filme dos vingadores, prometido para o ano que vem. É um filme divertido que tenta conciliar, sem passar vergonha, mitologia, comédia, heróis e quadrinhos em uma mesma mistura. Ter resultado em um entretenimento recomendável já é uma grande vitória. Talvez fosse essa a intenção da Marvel para Thor, o personagem e o filme.
A grande contribuição do filme para o cinema pode ter sido a revelação do britânico Tom Hiddleston, que interpreta Loki. Aquele tipo de ator que se alimenta de seu personagem e cresce aos olhos da platéia. Se a fita fosse melhor, Hiddleston talvez não destoasse tanto. Sorte dele que o filme é só divertido.
Interessante ponto de vista, Reinaldo. Talvez, sem a mão de Kenneth Branagh Thor pudesse virar um segundo Mestres do Universo. Há um vislumbre disso quando os três guerreiros e Lady Sif chegam à Terra.
ResponderExcluirbjs
Gostei da sua avaliação Reinaldo.
ResponderExcluirVou tirar a idéia tosca do Mestres Do Universo da cabeça. RS!
Abs.
RODRIGO
Amanda: É... essa cena é trash no último né?! rsrs
ResponderExcluirBjs
Rodrigo: rsrs. Valeu meu chapa!
Abs