Não há força mais extraordinária na terra do que a vontade de viver
E não há slogan mais assertivo, instigante e motivador do que o do novo filme do inglês Danny Boyle que enuncia a presente matéria. Depois de consagrar-se no Oscar com uma fábula moral de apelo internacional (Quem quer ser um milionário?), o diretor Danny Boyle se volta para uma história mais intimista, mas sem perder de vista o aspecto humanista do relato e os contornos de superação que valeram tantos prêmios ao filme ambientado na Índia. Boyle também não se desvincula de seu estilo elétrico de filmar. Telas divididas, trilha sonora empolgante e grande valorização da montagem como instrumento narrativo são alguns dos aspectos que fazem de 127 horas (em cartaz nos cinemas) um filme reconhecidamente de sua autoria.
“A história de Aron Ralston merecia ir ao cinema”, declarou o roteirista Simon Beaufoy que após vencer o Oscar da categoria por Quem quer ser um milionário? engatou uma parceria pomposa com Danny Boyle. Depois de voltarem ao Oscar com 127 horas (que recebeu seis indicações, incluindo filme e roteiro adaptado), Beaufoy e Boyle já pretendem colaborar novamente em um filme de lobisomem.
“O que mais me atraiu em 127 horas foi a incrível força de vontade desse rapaz. A energia dele é algo inimaginável”, declarou Danny Boyle no último festival de Toronto, onde o filme teve premiere internacional. Aron Ralston, esse rapaz, é um jovem que se vê preso no interior de uma fenda montanhosa durante uma expedição a qual se aventurou sozinho em Utah. Ralston só sobreviveu, virou notícia e escreveu um livro de memórias ("Entre a Rocha e um lugar duro", ainda sem edição no Brasil), porque em um movimento de extrema força amputou o próprio braço para que tivesse uma chance de continuar vivendo.
Danny Boyle orienta James Franco no set de 127 horas: claustrofobia, angústia e vontade de viver dimensionadas na tela
Cena forte
É justamente a essa cena, longa e aflitiva, que os principais comentários sobre 127 horas remetem. “Precisava tomar algum tempo naquilo. Eu precisava que o público interiorizasse a vontade de viver de Aron. O quanto ele foi capaz de fazer para continuar vivo”, declarou Boyle – meio que se defendendo – em Toronto. A defesa se fez necessária porque foram muitos os relatos de espectadores passando mal durante a cena. Taquicardias, desmaios e queda de pressão foram alguns dos sintomas apresentados.
Mas 127 horas é, antes de ser uma espetacularização dramática, um filme sobre a vontade de viver. Foi ela que motivou Aron a ir ao cânion em que viveu o momento chave de sua existência e foi ela que o motivou a sair de lá.
Excelente destaque aqui no Claquete Reinaldo. Da maratona só falta eu conferir 127 horas!
ResponderExcluirLegal esta perceria entre Simon Beaufoy e Boyle. E que venham muitas e esta do Lobisomem me empolgou.
Este estilo elétrico do diretor faz qualquer um não sair da poltrona. O trailer me lembrou A Praia.
Quem quer ser um Milionário? em breve estará no meu blog. Mas de todos os filmes de Boyle o meu favorito sempre será Cova Rasa. Mas é claro que o inglês já tem uma ótima filmografia. Filmaços.
Abs.
Rodrigo
Tô bem curiosa para assistir a este filme porque eu só tenho lido bons comentários sobre a obra. Normalmente, não gosto de longas claustrofóbicos e agoniantes, mas quero dar uma chance à "127 Horas".
ResponderExcluirBeijos!
Belo destaque, Reinaldo. 127 horas merece mesmo espaço já que no Oscar, vai ser coadjuvante.
ResponderExcluirQuanto a tal cena, sinceramente, tava com medo com essa histeria coletiva, mas não acho que seja para tanto. É forte, claro, tensa, angustiante, mas vômitos, desmaios, ataque epiléptico? Voltamos ao final do século dezenove quando as pessoas fugiram das salas para o trem dos Lumiere não atropela-los?
bjs
Pois é Amanda, fico mais tranquila com esse seu comentário. Reforça a minha impressão de que, de modo geral, o povo anda meio fraco. Ouvi dizer que teve gente que passou mal assistindo a Cisne Negro, episódios de tontura e tal - tenha dó. Pelo menos agora deixo a Claquete me sentindo mais normal, rsrsrs Ouvi em algum lugar que a arte deve incomodar e, certas vezes, acho que isso é mesmo indispensável.
ResponderExcluirImagino que deva ter sido um tour de force para o James Franco fazer o filme. Afinal ser o único em cena por cerca de 90 minutos não é pra qualquer um. Bem, do seu texto fica que ele cumpriu com honras a missão.
A pergunta que fica é: depois de "127 horas", vc absolve o Danny Boyle por "Quem quer ser um milionário?" :P
Rodrigo: O meu favorito dele tb é Cova rasa. Ainda o melhor. E do jeito que Boyle está ficando viciado em uma linguagem específica e paralisante, acho que será o melhor por muito tempo. Abs
ResponderExcluirKamila: Espero que vc goste Ka. Bjs
Amanda: Vc tocou em um bom ponto Amanda.no entanto, vc há de convir que a cena é um tanto sádica mesmo. Pessoas mais sensíveis irão se incomodar. Há quem não aguente ver sangue não é mesmo? Beijos
Aline: Ainda hj publico a crítica de 127 horas aqui no blog. Para mim, James Franco tem a melhor atuação dos indicados. Tendo visto todo mundo, o melhor desempenho é mesmo de Michael Douglas em O solteirão, seguido de perto por James Franco aqui.
rsrs. Respondendo a sua pergunta. Não. Ainda não absolvo Boyle. 127 horas poderia ser muito melhor se o diretor confiasse mais em Franco. Ele tem uma direção muito boa, mas ainda muito egocêntrica aqui. A ficha do Oscar ainda precisa cair. Bjs
acabei de assistir o filme MUITO FODA(nao estou xingando) muito bom a cena de amputaçao conseguiu transmitir mt bem a sensação chegou ate a abaixar minha pressao na horas q ele cortou o nervo com aquele canivete OTIMO FILME RECOMENDO NOTA 10 devia ter ganhado o oscar
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