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domingo, 18 de julho de 2010

Insight

Eclipse e um olhar sobre a evolução da saga Crepúsculo


Bryce Dallas Howard como a vilã Victoria: uma das bem vindas novidades de Eclipse



Eclipse bateu, internacionalmente, no fim de semana passado nos U$ 480 milhões. A quantia somada em 10 dias dá uma ideia do fôlego da saga. A obra de Stephenie Meyer é hoje o maior fenômeno cultural mundial em ebulição. Desde 2008 quando o primeiro Crepúsculo foi lançado, esse amor por Crepúsculo e tudo que o gravita só tem aumentado. Novos fãs, filmes e seriados que aproveitam o fenômeno (até mesmo uma paródia no estilo Todo mundo em pânico chamada Vampire sucks estréia ainda este ano) só aumentam o frisson em torno da cria de Meyer.
No primeiro filme, vemos a retraída e tímida Bella se apaixonar pelo vampiro galante Edward. A dinâmica da relação deles, além de alegoria para a castidade, é uma versão menos inspirada de Romeu e Julieta. Jacob aqui é retratado como um garoto local que se vislumbra com a garota da cidade, mas não há química. Tão pouco a realização se preocupa em sugeri-la. Crepúsculo foi marcado por risíveis cenas de ação. O roteiro previa cenas que precisavam de efeitos especiais e esse foi o maior problema do filme. Os efeitos eram toscos (a palavra de baixo calão reflete a qualidade dos efeitos do filme). Crepúsculo sofria, ainda, de um grave problema narrativo (talvez em virtude de uma imposição do estúdio). Embora com alma de romance adolescente pretendia se vestir como um filme de ação. Embarcando na mitologia fantástica aproveitada pela autora, a fita apresenta grande irregularidade sempre que tenta se comunicar com um público que não faça parte do seu target. Ou seja, apesar dos pesares, Crepúsculo é muito bem sucedido quando se dirige às adolescentes. Mas é profundamente infeliz ao tentar cativar os rapazes (o que ajudou a deflagrar a resistência masculina ao produto).



O elenco do primeiro filme em foto promocional: Crepusculomania


Essa foi a principal razão por trás da demissão de Catherine Hardwicke (diretora do primeiro filme) e da contratação de Chris Weitz para a direção de Lua Nova. Weitz já havia dirigido tramas sobre adolescentes (os dois primeiros American pie) e adaptado livros sobre o universo fantástico com orçamento limitado, A bússola de ouro (para o estúdio New Line). Lua nova contou com um orçamento mais inflado (U$ 50 milhões contra os U$ 25 milhões do primeiro filme) e com um diretor ciente do que tinha que melhorar no segundo filme.
Lua nova estreou em novembro passado batendo recordes e mostrando que Crepúsculo era sim uma mina de ouro a ser explorada nos cinemas. A fita de Weitz é bem melhor do que a de Hardwicke em todos os aspectos passíveis de melhora. Mas não conseguia esconder que ainda havia limitações de material (Crepúsculo, afinal, não é nenhum primor literário) e de mão de obra (se os efeitos haviam melhorado não se podia dizer o mesmo de grande parte do elenco).
O vértice amoroso foi mais bem desenvolvido em Lua nova. Weitz soube conferir vivacidade ao drama dos personagens e Jacob (em parte pela inspirada atuação de Taylor Lautner) despontou como o grande personagem do longa. Lua nova, no entanto, falha na tentativa de ser bem sucedido onde Crepúsculo falhara. Lua nova é um ótimo filme para os fãs da obra original, mas aborrece o expectador casual com uma história sem desfecho cabível e com uma irregularidade narrativa abismal nos primeiros 20 minutos.

Chris Weitz, diretor do segundo filme, orienta Kristen Stewart nos sets de Lua nova
David Slade foi convocado para dirigir Eclipse. O diretor do obscuro 30 dias de noite (um ótimo filme de vampiros) conferiu humor a saga e um ritmo mais satisfatório também. Houve rumores de que Catherine Hardwicke foi chamada para regravar algumas cenas do filme. Vendo Eclipse é possível depreender uma certa verdade nesses boatos. Já que duas cenas mais açucaradas destoam do ritmo geral. De qualquer forma, Eclipse é o filme mais equilibrado da série até aqui. É no terceiro filme que o elenco apresenta seu melhor trabalho, que os diálogos não ruborizam um espectador alheio a Crepusculomania e que se consegue fazer do filme um produto palatável fora de seu gueto.
O quarto e último livro da série, Amanhecer, será dividido em dois filmes. Ambos serão dirigidos por Bill Condon e lançados em novembro de 2011 e em 2012 respectivamente.
Slade, mesmo que tenha tido seu trabalho remexido, foi quem melhor traduziu a obra de Meyer para o cinema. E foi um belo tradutor. Periga a tradução ter ficado melhor que a obra original.

7 comentários:

  1. Talvez, eu seja um dos poucos a achar que Lua Nova é o melhor da saga, até agora. O mais emocional, o MAIS fiel ao livro original e nos aspectos técnicos o que mais é eficiente. Sem falar que a narrativa é extremamente semelhante ao livro, inclusive cenas inteiras têm a mesma essência e discordo que David Slade seja o diretor que mais exerceu isso, pelo contrário Chris tinha um tom mais cuidadosos em cenas mais intimas, no romance e até nos planos de ação. Sem falar que a trilha sonora de Lua Nova, pontuada por Alexandre Desplat, é realmente um primor - até os não fãs podem perceber isso.

    mas, de fato, o terceiro filme da saga tem ritmo e é bem interessante...

    abraço

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  2. Não acho que Eclipse foi o melhor até agora. Em, alguns momentos eu quase dormi, sem contar que não via a hora daquilo terminar (tomar muita coca no cinema ajudou, fiquei com uma vontade terrível de mijar, mas não gosto de sair no meio sa sessão, rs). Sem contar que em questão de atuação eu apenas vi nos coadjuvantes, que nesta fita teve uma boa melhora. Kristen tentava não fazer cara de paisagem, mas não obteve um grande sucesso neste aspecto. Robert e Taylor, bem, nem preciso comentar.
    Enfim, dos três filmes eu acho Lua Nova o melhorzinho, mas se for parar para comparar mesmo, esses três filmes dariam um ótimo e único filme.

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  3. Rsrs, esta tua irônica finalização foi tão boa que eu beijaria o seu pescoço rsrs...
    Pois é, Reinaldo, eu concordo em tudo que você disse e acho que David Slade conseguiu melhorar a saga mesmo com a pobreza narrativa desta ficção. Mas eu penso que muito da facilidade de se trabalhar com Eclipse é que Bella convive com os 2 rapazinhos mitológicos, Edward e Jacob. Isso dá pano para manga, cenas mais convidativas sobre a questão da 'escolha' da garota. Cria uma tensão com a vinda dos recém-criados, enfim, ainda que Eclipse patine com o mesmo início e mesmo fim, em um exemplo de "embromation" total, ainda prefiro este do que Lua Nova.

    bjs!

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  4. Oi, Reinaldo,

    Então, também preferi Eclipse aos outros filmes. Mas, parte do mérito é da autora sim, por incrível que pareça rsrsrs É o livro mais bem acabado: o Jacob aparece mais, está mais maduro, e parte para o vai ou racha na relação com a Bella. É também a obra que tem mais humor.
    Agora se for verdade que o pobre Fernando Meirelles foi cotado para fazer aquela coisa chamada "Amanhecer", espero que ele recuse. Pelo menos eu preferiria vender carnês do baú pra pagar as contas.

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  5. Eu prefiro as crônicas vampirescas de Anne Rice mesmo, vai! Mais adulto e sombrio, nada de brilho no rosto branquelo e luzinhas que piscam!

    Os livros até tem uma graça, uma escrita bacana, mas é tolo bem lá no fundo. Depois que assisti 'Eclipse' cheguei a essa conclusão pessoal.

    No genérico, a saga dos filmes me entretem, mas são mero passatempo.

    O sucesso é inevitável, é um fenômeno mesmo...mas logo passa como as Spice Girls, Chiquititas, Menudos e os tempos da brilhantina, rs!

    Abs,
    Rodrigo

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  6. Cristiano:Pois é Cris, quando vc deu caps lock no mais vc avalizou o meu argumento. Lua nova definitivamente agrada mais aos fãs. Foi exatamente o que eu disse. É o melhor filme para os fas de Crepúsculo. Eclipse é o melhor filme para todos as outras pessoas. abs

    Alan: Pois então Alan. Pode parecer que discordamos, mas na verdade concordamos. A questão é que enquanto vc fala grego eu tô falando turco...rsrs. Lógicamente que as atuações não são um primor. Seguem longe, mas bem longe mesmo, disso. Melhoraram tendo como referencial os dois últimos filmes da série. Se bem me lembro, Lua nova foi o primeiro filme que vc assistiu da saga, portanto, natural que vc não gostasse tanto de Crepusculo e estranhasse Eclipse que tem um ritmo bem diferente mesmo. E os quatro filmes dariam perfeitamente um filme só. É muita abobrinha msm. abs

    Madame: é por isso que yo gusto de usted... besos

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  7. Aline: Fique tranquila. Fernando Meirelles já recusou há muito tempo Amanhecer. Bill Condon, que não recusou, já está trabalhando na pré-produção dos dois Amanhecer. Sobre Eclipse, quem não gosta de um paradoxo, né? Como eu coloquei na minha crítica, é o filme em que a fragilidade narrativa fica mais evidente. Não há história. Há apenas empurra empurra. Foram as arestas cinematográficas que melhoraram mesmo. A tal da tentativa e erro. O roteiro está mais pacificado entre os anseios dos fãs e as expectativas de uma platéia ocasional, os atores estão melhores dirigidos e coisas assim... bjs

    Rodrigo:Para mim é passatempo tb. Entretém, não vou negar. Ademais, gosto das discussões que suscita. Abs

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