Para inaugurar a nova coluna Claquete documenta, projetada para repercutir o gênero documentário, nada mais oportuno do que eleger um filme que relativize a verdade dos documentários. A proposta de Jogo de cena, 22º filme do documentarista Eduardo Coutinho, um dos expoentes brasileiros no gênero, é simples. Ele colocou um anúncio no jornal O Globo, do Rio de Janeiro, se disponibilizando para ouvir histórias de vida de mulheres de variadas procedências. Selecionou 23 destas histórias e escalou atrizes, algumas famosas e outras desconhecidas, para “interpretar” essas histórias. No corte final, Coutinho mistura as versões de uma mesma história. Os depoimentos das atrizes e das verdadeiras donas das histórias são apresentados ao espectador.
Jogo de cena é mais do que um elaborado exercício de metalinguagem. O que Coutinho pretende com seu filme é debater o próprio conceito do documentário. A ideia que move o filme é a de que uma câmera transforma a verdade. E isso é verdade. Alguém que nem sequer vivenciou os dramas que relata é capaz de exprimir muito mais emoção a ponto de que alguém que vivenciou momentos dolorosos pode não ser tão convincente.
A objetividade do gênero também é questionada no filme em um movimento corajoso e desprendido de ideologias por parte do diretor. Coutinho brinca com a percepção do espectador ao escalar atrizes como Fernanda Torres, Marília Pêra e Andrea Beltrão para contarem a história de mulheres que também as contam ali no mesmo tempo e espaço.
Por fim, Jogo de cena acaba por valorizar a obstinação da pessoa do documentarista, no caso o próprio Coutinho, que se enfileira em busca da verdade que as imagens e todo o resto teimam em negar. Jogo de cena não é só cinema obrigatório para quem aprecia o gênero documentário, é obrigatório para quem quer aprender mais sobre si mesmo.
Jogo de cena é mais do que um elaborado exercício de metalinguagem. O que Coutinho pretende com seu filme é debater o próprio conceito do documentário. A ideia que move o filme é a de que uma câmera transforma a verdade. E isso é verdade. Alguém que nem sequer vivenciou os dramas que relata é capaz de exprimir muito mais emoção a ponto de que alguém que vivenciou momentos dolorosos pode não ser tão convincente.
A objetividade do gênero também é questionada no filme em um movimento corajoso e desprendido de ideologias por parte do diretor. Coutinho brinca com a percepção do espectador ao escalar atrizes como Fernanda Torres, Marília Pêra e Andrea Beltrão para contarem a história de mulheres que também as contam ali no mesmo tempo e espaço.
Por fim, Jogo de cena acaba por valorizar a obstinação da pessoa do documentarista, no caso o próprio Coutinho, que se enfileira em busca da verdade que as imagens e todo o resto teimam em negar. Jogo de cena não é só cinema obrigatório para quem aprecia o gênero documentário, é obrigatório para quem quer aprender mais sobre si mesmo.
É uma experiência muito interessante, principalmente pelas atrizes que não conhecemos e ficamos na dúvida de qual das duas estão falando a verdade ou interpretando. E o interessante das três conhecidas é que tem a parte "real", quando elas falam da dificuldade de interpretar ou incluem um caso da própria vida.
ResponderExcluirPoxa Reinaldo, que coisa mais bacana. Não conhecia este filme e gostei bastante desta proposta do diretor e claro, do ótimo elenco!
ResponderExcluirFiquei com bastante vontade de ver... O filme já tem em DVD, né ?
Parabéns pela estreia da coluna, muito bacana sua iniciativa!
Assisti esse filme no cinmea, foi uma grande experiência porque gostei muito. É dificil saber ao certo quem esta dando um depoimento verdadeiro e quem está atuando, muito bom!
ResponderExcluirVitor Silos
www.volverumfilme.blogspot.com
Não conheço este trabalho, mas a idéia é bem interessante. Este tópico me faz pensar se documentários são o que deveriam ser. Há tanto documentários engessados em exprimir algo formatado, sem verdade que eu questiono a própria veracidade dos documentários. Acho que suas referências nesta seção vão me ajudar a selecionar alguns bons. bjs!
ResponderExcluirUltimamente tenho assistido a vários documentários e tenho gostado da maioria. Este ainda não assisti, mas sem dúvida vai para a minha lista.
ResponderExcluirAbraços.
"Jogo de Cena" é um filme, simplesmente, genial! A maneira como Eduardo Coutinho brinca com ficção e realidade, com nos fazer tentar ver o que é ficção, o que é real, é sensacional. É um belo exercício de cinema!
ResponderExcluirNossa, Reinaldo,
ResponderExcluirOlha vc aumentando a minha já quilométrica lista do "Tenho muito que ver isso", rsrsrs A proposta parece muito interessante, estou super curiosa.
Bem, acho que vc já percebeu que adorei sua estreia do Claquete Documenta.
Beijo grande,
Aline
Amanda: Isso mesmo. bjs
ResponderExcluirAlan:Já tem em DVd sim Alan. Vale a pena conferir. e não se preocupe. Todo mês um novo documentário em destaque aqui em Claquete documenta. abs
Vitor: Valeu Vitor. tb vi no cinema. Fiquei embasbacado pela força do filme. abs
Bruno Knott: You gotta see it man. Abs
Kamila: Um belo exercício de cinema (2)! bjs
Aline:Obrigado Aline. Vc é d+! bjs
Madame:Obrigado pela sempre gentil deferência madame. You´re the most! Bem, quanto a esse receio, digamos que temos afinidades no tópico. Claquete documenta vai procurar aprofundar essa noção. Fique por perto. bjs