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domingo, 21 de março de 2010

Critica - Lembranças

O gosto pelo drama!

Existem pessoas depressivas, outras com forte propensão a auto-piedade. Há ainda aquelas que são conhecidas pela pré-disposição ao drama. Pois bem, também há filmes que reúnem essas características. Lembranças (Remember me, EUA 2010) é um deles. Lembranças é sobre as dores e dramas que acometem uma família, no caso a família Hawpkins, mas é um filme, que assim como seus personagens, gosta do drama. De gravitar sobre ele. Essa condição o empobrece como cinema. Pode até surtir algum efeito, potencializado pelo final impactante (que pouco acresce a história, mas solidifica a apoteose dramática pretendida), mas não faz de Lembranças um filme memorável. Isso não quer dizer que a fita de Allen Coulter seja ruim, apenas equivocada. A indisposição de Tyler (Robert Pattinson) nunca é justificada para a platéia, embora se tente fazer isso a todo o tempo. Sabe-se o porquê dele ter cedido ao comportamento maníaco-depressivo que o caracteriza e atrai Ally (Emily De Ravin) - outra marcada por um trauma familiar forte - mas nunca se entende a razão dele ser uma âncora para ele e para sua família. O roteiro tenta amenizar essa falha trazendo uma frase de Gandhi que é entoada em dois momentos cruciais do filme por Tyler, mas mesmo esse subterfúgio falha em seu propósito.
Emily De Ravin e Robert Pattinson em cena de lembranças: personagens profundamente dramáticos, ainda que não haja profundidade

O filme parece ter sido construído, primordialmente, para potencializar a aura angustiada de Robert Pattinson. Nem a realização, nem o próprio Pattinson parecem sabe como conferir profundidade a isso, que no frigir dos ovos, é apenas uma imagem.
Lembranças tem boas cenas e bons momentos. Mesmo assim é um filme que não cativa. Talvez pela opção de se espelhar em seu protagonista e ser dramático (ao excesso), pelo simples prazer de sê-lo.

17 comentários:

  1. Bem já era de se esperar. Robert Pattinson, não é um bom ator, teve a chance de agora mostrar que não passa de um rostinho bonito e vampirinho. Mas, pelo visto resolveu jogar fora essa chance...

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  2. Primeiro queria lhe dar as boas vindas aqui em Claquete, Alan. É um prazer contar com sua companhia aqui no blog. Pois é, Lembranças não é um filme ruim.Dá para curtir (principalmente quem venera Pattinson), mas é um filme cheio de problemas. Suas resoluções dramáticas são alguns deles. Contudo, é inegável que Pattinson está melhor (em termos de presença) aqui do que na saga Crepúsculo. Para mais sobre Robert Pattinson ( se é que vc quer isso, rsrs) leia o post acima.
    ABS!

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  3. Percebo claramente que, ainda que sutilmente em seus textos, você demonstre sua aversão ao Pattinson.

    Eu acho ele bom ator, tem muito a caminhar, amadurecer e desenvolver - mas, já demonstra talento.

    Gostei do argumento narrativo de Lembranças, do tom dos personagens, dos diálogos, da atmosfera das interpretações e do personagem Tyler.
    Acho que tanto Pattinson quanto De Ravin tem química, surpreendem e os personagens tem algo memorável.

    Eu acho que as pessoas condenam por demais a saga Twilight, mais pelo modismo exagerado e tudo mais. Quem leu os livros de Meyer já observou que Pattinson concebe um Edward igual a descrição da autora...mas, cada qual com sua opinião, só tenho a dizer que discordo de tua resenha aqui e acho que o filme tem muito mais a acrescentar e é muito mais superior que sua pequena opinião aqui.

    Abração

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  4. Bem, Cris, todo mundo tem direito a uma opinião. E como diria Ed Wood e o filme que Tim Burton fez sobre o cinesta há virtudes até nos piores filmes. No caso de Lembranças, obviamente não chega a tanto, mas a máxima vale.
    Gosto muito do Robert Pattinson, ao contrário do que vc depreende de meus textos (veja vc como as opiniões podem ser contraditórias ou até mesmo desvirtuadas de valor). Acho-o profundamente carismático, dono de uma presença contagiante (algo que já podia ser notado em Harry Potter e o calice de fogo quando ninguém o achava tãaaao bonito) e um ator de muito potencial. Se é Bom, ainda é cedo para dizer. Conforme relativizo no post acima, dedicado a elaborar um pouco melhor essa "questão" Robert Pattinson. Se vc teve a oportunidade de ler a seção Insight dessa semana com o título O DILEMA DE ROBERT PATTINSON,terá reparado que eu cobro equilíbrio dos observadores. Tanto dos detratores, quanto dos fãs. Poucos tem avaliado Pattinson sem paixão. Com a isenção necessária. Penso que fiz isso no artigo. Explanei sobre a percepção geral que se tem dele. Da indústria, da critica e do público. Leia o texto. Provavelmente vc irá reavaliar o que disse aqui.
    Grande abraço!

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  5. Olá.

    Novamente gostaria de elogiar suas críticas. Devo dizer que das grandes qualidades que um jornalista deve ter, você ostenta a grande maioria, senão todas.
    Agora, entre tantas, destaco a, talvez, mais importante de todas: imparcialidade.

    Embora seja mais difícil para alguns entender, assim como o caráter de um homem não se define por uma atitude, a qualidade de um ator não se define por uma atuação.

    A sua crítica DO FILME foi pontual. Robert Pattison faz parte do filme, logo, deve ser analisado (e recebeu o destaque que merecia).

    Ainda me surpreendo com o número de pessoas que lêem e não entendem o que está escrito.
    Existe uma diferença colossal entre gostar de um ator e dizer que ele é "bom".
    Aliás, talvez pelo simples prazer de criticar você, Reinaldo, por não ter se derretido pelo insosso Pattison, o "comentário" do segundo rapaz serviu para elogiar, com outras palavras, o que já havia sido elogiado e para consignar o rancor de ter visto o "grande" Pattison descreditado (será que o Robert Pattison ficou magoado com a sua crítica? rs).

    Opinão, claro, tem que ser dada (ainda mais as tão apaixonadas), é até bonito de ver. Mas oferecer uma defesa tão passional, quanto vazia, e deseducada como fez Cristiano é deveras deselegante, quiçá ofensiva.

    Dizem os sábios que opinião não se discute, se respeita (fui inteligível?). Contudo me recordo bem que o brocardo continua e sentencia: mas a educação deve reinar em todo e qualquer debate.

    Enfim, sem mais delongas (porque já estou desvirtuando o espaço como fez o colega): têm pessoas que escrevem, escrevem e nada dizem. Outras nos fazem escrever e escrever para tentar explicar o que já deveria ser óbvio.

    Parabéns, Cristiano, em que pese sua falta de polidez, você conseguiu os dois.

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  6. Obrigado pela defesa, pela aguda percepção e, mais que isso, pela compreensão exata do que as palavras que compõem a critica, de fato, significam. Obrigado Rafa.
    bjs

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  7. Engraçado como você, "Rafaela", parece ter entrado aqui para apenas defender a opinião, visão e argumento de Reinaldo - e não para comentar do texto ou do blog dele, né mesmo?

    Curiosamente, você não tem blog, nem email disponível.

    Eu acho isso muito engraçado.

    Aqui, afinal, tem ou não LIBERDADE DE EXPRESSÃO? Quando e em quê, particularmente, eu expressei algo ofensivo aqui? Será mesmo eu o "deseducado" por aqui?

    Arrogância, falta de polidez e "superficialidade" - são, me perdoe, artifícios próprios de seu infeliz comentário aqui. Beira ao ridículo.

    Reinaldo, só uma coisa, eu acho que a harmonia e a educação deveria prevalecer aqui em teu blog - aceitar e acatar comentários diretos, alfinetando outros por aqui, é de completo absurdo, ao meu ver. Pelo visto você nem se incomodou com o comentário super imparcial da "Rafaela" a minha pessoa, né mesmo?

    Foi voce que escreveu?

    Abraço

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  8. ...de agora em diante, vou evitar comentários por aqui, visto por aqui não prioriza a liberdade de expressão! LAMENTÁVEL!

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  9. Pode criticar, mas não pode ser criticado?
    Engraçado, não foi você mesmo quem mencionou algo como "liberdade de expressão"?

    O Reinaldo teve voz, você (!) teve voz, eu tive voz. Cadê a censura?

    "Pequena opinião" não é ofensivo? Desde quando? Ou só a sua opinião é construtiva?
    Eu que sou leitora (caso queira procurar mais sobre mim - aliás, agradeço, sou mesmo uma pessoa muito interessante - pesquise em matérias anteriores, há outros comentários meus), me senti ofendida.

    Poxa, vamos "dar as mãos" então. Porque agora que você me criticou, quem está sentindo sua "liberdade de expressão" atacada sou eu!

    Você defendeu Pattison (acho que ele está muito agradecido. Ah, esqueci, ele nem faz ideia de quem você é), eu defendi o Reinaldo e o Reinaldo, bem, o Reinaldo não pediu nem a sua defesa, nem a minha.

    Então, boa sorte no patrocínio da causa de Pattison. Você precisa guardar suas energias, porque ainda vai defendê-lo muito de criticas.

    Quem sabe um dia você aprenda que há causas que já nascem perdidas: ou o "advogado" é incompetente ou o "réu" é culpado mesmo.

    Já que daqui para frente você vai discutir sozinho, deixo a seguinte indagação:

    Dos motivos acima declinados, qual é o que mais se amolda ao seu caso, Cristiano?

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  10. Quanta amargura numa só pessoa.

    Reinaldo, sinceramente, cansei de "brincar".

    Que venha os próximos, pois de gente insana - o mundo virtual está lotado.

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  11. Bem, isso já passou dos limites do desconfortável. Antes de encerrar esse desnecesário embróglio, gostaria de frizar que aqui há liberdade de expressão, como ficou patente pela evolução da discussão entre Cristiano e Rafaela, e que o Cristiano levantou suspeitas infundadas sobre minha pessoa e também sobre a Rafaela, minha irmã, que escreveu aqui por livre e espontânea vontade. Acho, se me permite dizer, que vc perdeu a esportiva Cristiano. Se entendeu ou não o que eu disse na critica, já não importa mais.
    Não vou fazer uso do meu direito de responder as suas suposições, porque considero que a Rafela já as respondeu bem. Lamento que tenhamos chegado a esse ponto por motivos tão banais.
    Bem, se vc optar por não frequentar mais o blog Cristiano, eu só posso lamentar. Mas lamento por vc que estará deixando de acompanhar um ótimo site de cinema.

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  12. Oi Reinaldo,

    Escrevi um comentário enorme e não apareceu.Agora seu blog tem moderação? Espero que o receba, pois escrevi com tanta dedicação. Me fale, qualquer coisa comento de novo. beijo

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  13. Escrevo de novo, agora testei e deu certo. Que bom! Por favor, desconsidere minha pergunta anterior.

    Não assisti ainda o filme, no entanto gostaria de dar minha opinião sobre o que penso deste projeto. Acredito que veio a calhar com a popularidade dele,mais muito mais em função de algumas qualidades que Pattinson já tem carregado com Cullen. O mistério, a introspecção e a melancolia combinam com personagens como o de Lembranças e foi uma forma de Pattinson incorporar tais aspectos passando do campo mítico (vampiros) para um personagem mais humano e real (um jovem problemático com uma problemática familiar).

    Sob este aspecto e, comercialmente falando, acho válido porque demonstra que ele está nadando a favor da maré, ou seja, aproveitando que , de alguma forma, está preso ao estereótipo de Cullen e aproveitando as propostas de trabalho. Até porque ele deve manter-se tradicional com relação a papéis até que a franquia de Crepúsculo acabe. Depois será um homem mais livre, assim espero...

    Também penso que Lembranças tem o lado romântico exatamente para servir de apelo para as milhares de jovens que idolatram Pattinson, afinal possibilita ver o lado amoroso do ídolo além de despertar a transferência na espectadora mais fanática, ou seja, o de que uma das jovens seja o par romântico do ídolo na tela.

    Beijo

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  14. Eu odeio gênero dramático e não suporto a personagem de Robert Pattison na saga crepusculo.
    Entretanto eu sou obrigada a dar minha opnião sobre esse filme, uma vez que não concorde com o que você diz...
    Assisti sem esperar ao filme grandes coisas, já sabendo quem era o ator e de que genero era, mas no decorrer do tempo, eu me encantei com as cenas, com os momentos dramáticos , me encantei com a mensagem do filme: de que não devemos esperar para o amanhã para dizer o que pensamos ou o que sentimos.
    Dizer que o filme não cativa é um absurdo, uma total falta de critica consistente.
    COLEGA, você faz um crítica o mais objetivo possível, não sabes?
    Não gostar do ator é uma coisa, dizer que a personagem que ele fez não cativa, ou não emociona é outra.
    O filme é muito bom, tem uma mensagem ótima e prende a atenção de quem está assistindo de todas as formas possíveis, você fica com a sensação de não querer que termine nunca de tal maneira que as personagens chamam a sua atenção.
    Outro ponto importante é o fato de não haver tabuas de salvação, todos são vilões e mocinhos ao mesmo tempos, são pessoas reais que comentem erros e que acertam também, o par romântico de Pattison não é a bóia de salvação, mas sim o amor que ele sente por ela.
    E o ator mostra acima de tudo que pode se dar muito bem sem ser o vampiro brega romântico da saga.

    Obrigada pela atenção.

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  15. Desculpa a demora em te retornar. Só vi hj sua mensagem. Espero que vc ainda frequente o blog e possa ver o meu feedback. Obrigado por expressar sua opinião tão apaixonadamente. Fico realmente satisfeito que tenha se sentido impelido a fazê-lo.
    Bem, a crítica, caso não tenha notado, diferencia os aspectos dramáticos, narrativos e estruturais. Conceitos bastante diferentes entre si e que no cinema merecem a devida distinção. Não digo em momento algum que a fita é ruim, só chamo atenção para suas inúmeras deficiências.
    abraço!

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  16. Uau, rolou um babado forte aqui, hein? Como assim eu perdi isso??? rsrsrs Vou passar a me inscrever para acompanhar os comentários!

    Acho que o Pattinson está numa época errada: não dá pra resgatar o personagem romântico do tipo século 18. Twilight foi uma episódio a parte, não creio que haja espaço para outro mocinho apático por aí (é, sou time Jacob mesmo, rsrsrs). Se não for isso, então o Pattinson é mesmo pé frio e está explicado :P

    Beijos

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