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terça-feira, 19 de janeiro de 2010
James Cameron retoma a consciência
Na esteira da badalação que Avatar recebe pós-globo de ouro, que a bem da verdade ainda não é tão diferente da que o filme vinha recebendo antes mesmo da premiação, James Cameron teve uma epifania. Nas entrevistas para a imprensa no backstage do Bevely Hilton hotel, onde foi realizada a 67ª cerimônia do Globo de ouro, o diretor disse, entre outras coisas, que o 3D não é o futuro do cinema (como o próprio afirmava a torto e a direito anteriormente), mas que de agora em diante faz parte desse futuro. Essa afirmação, além de calcada na realidade, mostra que a vaidade de Cameron cedeu ao bom senso. A afirmação do diretor, fruto de reflexão, e de percepção de mercado, é algo que este blog já apontava com antecedência. O 3D é uma ferramenta para a potencialização do impacto cinematográfico. Como o são os efeitos especiais para os filmes de ação e os figurinos para os filmes de época. O espetáculo do cinema ganha mais uma valiosa ferramenta, mas nunca se poderia imaginar que seu futuro estaria intrinsecamente ligado a ela. Configuraria-se em uma pobreza de raciocínio e falta de compreensão do cinema e de sua representatividade. Passada a euforia em torno do filme e estabelecida a certeza do sucesso de Avatar (Cameron também falou da continuação do filme), essa frase mentirosa e verdadeiramente marketeira de que o filme antecipa o futuro do cinema, pode ser deixada para trás.
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