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segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Crítica - 47 ronins

Um filme ronin

Keanu Reeves é um astro acidental. É daqueles que as curvas da carreira só podem fazer sentido em uma revisão histórica cheia de boa vontade. O que difere o novo 47 ronins (47 ronin, EUA 2013) de Matrix (1999) é a ambição. Em ambos os filmes, Reeves faz o escolhido. Na produção que se esmera na mais famosa história de cunho moral do Japão, ele faz o mestiço Kai que é tratado como um ser inferior até que precisa assumir posição vital em uma luta por legado e honra de um povoado. Em Matrix, como se sabe, ele faz Neo, o salvador da pátria da humanidade. A sombra de Neo talvez seja o elemento diversionista neste filme que às vésperas de seu lançamento nos EUA foi desacreditado pelo estúdio, a Universal.
Reeves, o elemento fantástico e a opção por sublinhar os efeitos especiais deslocam o filme de seu eixo central e o configuram em um projeto desequilibrado.
Keanu Reeves vive momento "Neo não está mais aqui..." 
Difícil dizer o porquê de o estúdio desacreditar do filme com ele prestes a ser lançado no mercado, tendo em vista que essas são escolhas de produção executiva e feitas na pré-produção.
Isso posto, ao que se propõe, diversão rasa com embalagem pop cult, 47 ronins entrega o que promete. Os efeitos especiais são ótimos, a excêntrica cultura japonesa (da perspectiva ocidental) garante interesse sempre em elevação, Reeves revisita Neo à francesa, e os sentimentos de honra e vingança movem os costumeiros clichês intra e extradiegéticos que costumam mover.

Uma curiosidade é que os atores japoneses parecem estar em um filme muito mais sério do que de fato estão e contrastam com o tom relaxado de Reeves em cena. É um aspecto revelador da dicotomia que é um filme como 47 ronins no mundinho de Hollywood em que um projeto é descartado às vésperas do lançamento pelas mesmas razões que o levaram a ser aventado.

4 comentários:

  1. "diversão rasa com embalagem pop cult", entendo, ele "promete" isso, mas ele poderia dar um pouquinho mais, não? rs

    bjs

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  2. rsrs. É uma pequena polêmica entre a gente Amanda. O filme me satisfez. É agradável e dinâmico. Concordo que não precisaria de uma produção de R$ 150 milhões para ser assim, mas como pontuei na crítica é uma questão de produção executiva... Esse é um tipico produto de estúdio, realmente não entendi a postura da Universal neste tópico...
    Mas enfim... vida que segue, né?
    Bjs

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  3. Pôxa, eu tenho a maior simpatia pelo Keanu, pena que o projeto desandou... Vou tentar ver quando sair em dvd ou entrar pro Netflix.

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