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domingo, 26 de janeiro de 2014

Especial O lobo de Wall Street - Por que Leonardo DiCaprio é um ator mais fascinante a cada novo filme?



Que há atores que melhoram com o tempo e fazem valer aquela batida analogia com o vinho, todos nós sabemos. Mas Leonardo DiCaprio é um caso à parte. Em 2013 ele repetiu uma tendência voraz em sua filmografia de uns anos para cá. Estrelar dois filmes de alto gabarito em um mesmo ano, profundamente distantes e inteiramente dependentes de seu talento, e colaborar com cineastas que estão escrevendo a história do cinema contemporâneo.  Em 2006 foi Os infiltrados, de Martin Scorsese, e Diamante de sangue, de Edward Zwick, ambos filmes indicados ao Oscar. Em 2008, Rede de mentiras, de Ridley Scott e Foi apenas um sonho, de Sam Mendes. Em 2010, estrelou Ilha do medo, de Martin Scorsese, e A origem, de Christopher Nolan. Em 2013, novamente capitaliza com O grande Gatsby, de Baz Luhrmann, e O lobo de Wall Street, mais uma vez sob as ordens de Scorsese. No meio tempo, ainda rodou J. Edgar (2011) com Clint Eastwood e Django livre (2012) com Quentin Tarantino.
É bem verdade que DiCaprio indicava que seria um ator de respeito desde os primórdios de sua carreira, ainda na infância, em filmes como O despertar de um homem (1993), Gilbert Grape: aprendiz de sonhador (1993), pelo qual recebeu sua primeira e hoje sintomática indicação ao Oscar, e Diário de um adolescente (1995). Mas o sucesso obtido com Titanic (1997) diversionou o caminho de DiCaprio no cinema.
O status de astro, no entanto, o pôs no caminho de Martin Scorsese que já havia sido alertado pelo amigo De Niro de que DiCaprio seria alguém com quem valeria colaborar no futuro. De Niro foi um dos primeiros colegas de cena de DiCaprio em O despertar de um homem. Gangues de Nova Iorque (2002) só conseguiu ser produzido porque DiCaprio aterrissou no projeto. No mesmo ano, lançou Prenda-me se for capaz, de Steven Spielberg e ali, há pouco mais de dez anos, tal como fazia seu personagem no filme mais subestimado do criador de E.T (1982), começou a reinvenção de DiCaprio como ator.
Ele já havia trabalhado com cineastas como James Cameron, Sam Raimi, Woody Allen e Danny Boyle, mas nenhum desses projetos foi peneirado ou escolhido por DiCaprio. Era o momento de mais do que fazer escolhas maduras, fazer escolhas que projetassem a carreira que ele gostaria de consolidar em Hollywood. O aviador se encaixava nesse perfil. Foi o primeiro filme produzido por DiCaprio e o que fez com que a parceria com Scorsese vingasse como tal. A afinidade artística entre os dois serviu como bússola para que DiCaprio se tornasse um ator melhor.
Scorsese ajudou a lapidar o ator que DiCaprio queria ser
A partir do sucesso amealhado com O aviador, que valeu a segunda indicação ao Oscar para DiCaprio – a primeira como adulto - o ator passou a escolher com muito cálculo e ponderação seus projetos. À medida que a parceria com Scorsese evoluía, DiCaprio se voltava para papéis mais complexos e cineastas mais badalados nos projetos paralelos aos filmes feitos com Scorsese.
Nessa última leva de filmes, DiCaprio provou mais uma vez a seus teimosos críticos que, às vésperas de completar 40 anos não é só o melhor ator de sua geração, como é um dos melhores atores à disposição do cinema atual. Com a vantagem de ser, também, um dos poucos que sabe como promover-se em um papel desafiador, complexo e obscuro.
DiCaprio é um ator mais fascinante a cada trabalho porque se recusa a estabelecer-se em uma zona de conforto e trabalha tanto para ser o melhor como por amor ao que faz. 

3 comentários:

  1. Confesso que eu olhava com desdém para Leonardo DiCaprio. Achava-o um ator muito superestimado, mas tudo isso mudou para mim quando o vi em "O Aviador". Uma atuação madura e a melhor daquele ano na minha opinião. Para mim, Leonardo diCaprio tem estado cada vez melhor e acho que isso é mérito dele e dos grandes diretores com quem ele tem trabalhado, recentemente. Destaco, nos últimos anos, duas atuações dele que apreciei bastante: "Django Livre" e a de "O Lobo de Wall Street", que acabei de conferir. Nessa mais recente parceria com Scorsese, DiCaprio está um MONSTRO. Pena que tem Matthew McConaughey imbatível...

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  2. Kamila: tinha a mesma desconfiança de DiCaprio, mas ele me dobrou já faz uns anos. Aliás, já tem quilometrag para ter dobrado qualquer um que lhe suscite dúvidas. Acho que se há um ator na categoria capaz de fazer sombra a McConaughey é justamente DiCaprio.
    Bjs

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  3. Ao contrário de vocês, eu já vi um bom ator, rs. Ele me impressionou desde Gilbert Grape: aprendiz de sonhador. E também em As Filhas de Marvin. É engraçado que por causa de dois filmes (Titanic e Romeu + Julieta) ele tenha se tornado simbolo de galã de filme adolescente. E tenha lutado tanto para tirar esse rótulo e provar talento. Leonardo DiCaprio não é nem nunca foi um dos meus atores preferidos, mas sempre achei que tinha talento e suas escolhas de projetos só o fizeram melhorar.

    bjs

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