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terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Oscar Watch 2014 - Uma corrida de fôlego

Falar que uma corrida pelo Oscar é uma maratona e não uma prova de 100m rasos já virou lugar comum no rol de metáforas que críticos e analistas da indústria lançam mão nessa época do ano. Mas o Oscar 2014, por uma convergência de fatores, se viabiliza como a maratona mais longa já disputada por pleiteantes ao Oscar. As duas principais razões para esse cenário são as olimpíadas de inverno, que empurram a realização da cerimônia do Oscar para o início de março, e a famigerada e amplamente discutida na edição 2013 do Oscar Watch disposição da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood de resgatar sua autonomia em matéria de indicações, antecipando para o início de janeiro o anúncio de seus indicados. Se em 2013, outras organizações que distribuem prêmios tiveram que se espremer para se ajustarem à radicalização do calendário proposto pela academia, para 2014 elas puderam se planejar melhor.  
Os indicados serão conhecidos no dia 16 de janeiro e a cerimônia do Oscar somente será realizada em 2 de março. É um hiato maior do que o habitual e que se soma a uma campanha que já se intensificará em 12 de dezembro, quando a Hollywood Foreign Press Association anunciará os indicados ao Globo de ouro 2014.
Mesmo com todo esse bafafá, há aqueles que não conseguiram se planejar a tempo. George Clooney, por exemplo, anunciou a retirada de seu filme da corrida. Caçadores de obras-primas não ficará pronto a tempo de estrear em 2013 e concorrer ao Oscar. Para compensar, terá estreia de gala no festival de Berlim em fevereiro. Ou seja, o filme estreará antes da realização do Oscar, só não será possível lançá-lo este ano.  O novo de Bennett Miller, Foxcachter, é vítima da mesma falta de sorte. O filme não será finalizado a tempo de ser lançado este ano.  Percalços de pós-produção. Já a Paramount fez de tudo para evitar que o mesmo problema acometesse O lobo de Wall Street, novo longa de Martin Scorsese, com lançamento confirmado para o Natal deste ano nos EUA. O estúdio colocou todas as suas datas à disposição do diretor que se trancou na sala de edição com a montadora Thelma Schoonmaker para finalizar o filme a tempo.
David O. Russell, que rivaliza com Scorsese pelas maiores atenções na temporada de ouro do cinema americano, foi mais hábil e mesmo tendo que paralisar as gravações de Trapaça em virtude dos atentados de Boston em abril deste ano, está com o filme prontinho para a estreia na próxima semana nos cinemas americanos.

Leonardo DiCaprio em O lobo de Wall Street, novo e aguardadíssimo filme de Scorsese que surge como grande aposta dos estúdios para a corrida pelo Oscar 

Jennifer Lawrence, à esquerda, atual vencedora do Oscar de melhor atriz deve voltar À disputa por um filme de David O. Russell, agora como coadjuvante. Amy Adams, outra veterana de indicações ao Oscar, pode receber por Trapaça, sua primeira como atriz principal

Um bom ano
A avaliação geral é de que 2013 foi um bom ano para o cinema. Pipocam bons candidatos e tanto estúdios como cinema independente têm candidatos fortes alinhados para a disputa.
Do lado dos estúdios, figuram produções como Gravidade, Capitão Phillips, Trapaça e O lobo de Wall Street, todos muito bem cotados. O cinema independente se escora muitíssimo bem em 12 years a slave, Inside Llewyn Davis – balada de um homem comum, All is lost e Nebraska.
Mas há outros filmes com aspirações legítimas na temporada. Desde o último Woody Allen, Blue Jasmine, ao novíssimo petardo de criatividade de Spike Jonze, Her.
Existe, ainda, a expectativa por boas surpresas como a presença robusta de estrangeiros entre os principais concorrentes do ano. A caça, O passado, Azul é a cor mais quente, Flores raras, entre outros, são filmes que podem render indicações fora do quadrado de filme estrangeiro.
Tudo vai depender do fôlego de campanhas de marketing e do apetite das estrelas por um lugar de destaque no tapete vermelho do dia 2 de março.

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