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domingo, 2 de junho de 2013

Insight - Um olhar sobre a franquia Velozes e furiosos



Velozes e furiosos já recebeu bastante atenção no blog. É uma franquia, sob muitas perspectivas, acidental e inusitada. Mas é, também, uma demonstração clara de que ideias originais se bem geridas podem render maravilhas em matéria de séries cinematográficas. Prova disso é que no fim de semana de estreia do sexto filme, a franquia não só alcançou seu melhor índice de bilheteria em fins de semana de abertura como conquistou o melhor rendimento de estreia para um filme do estúdio universal, que tem franquias mais festejadas, como Bourne, por exemplo, que não conseguiram aumentar seus registros financeiros em capítulos mais avançados.
Velozes e furiosos, um filme B daqueles de marca maior, surpreendeu em 2001 com um faturamento mundial de U$ 207 milhões e um novo astro pronto para acontecer, Vin Diesel.
O sucesso repentino, como sempre, forçou uma sequência. Mas Diesel, que perseguia o estrelato possível, não quis voltar. Nem o diretor Rob Cohen. O expert em filmes de ação John Singleton foi chamado e Velozes e furiosos 2 transferiu a ação de Los Angeles para Miami e colocou Tyrese Gibson como coprotagonista de Paul Walker. Novamente, o esquema "policial faz parceria com fora da lei' foi acionado e o filme conseguiu repetir o sucesso do original com U$ 236 milhões internacionalmente. A bilheteria doméstica, no entanto, já foi menor.
O terceiro filme era viável. Mas agora Paul Walker, que estava filmando com Clint Eastwood e estrelando um punhado de filmes de ação, quem não queria voltar. A ideia dos produtores foi redimensionar a marca da série e torna-la um branding como Star trek, por exemplo. Ou seja, um universo que permitiria retrabalhar o mesmo conceito com personagens diferentes. Velozes e furiosos: desafio em Tóquio transferia a ação para o Japão, elegia um novo protagonista (o pouco carismático Lucas Black) e fracassava veementemente em vingar os planos da universal. O que parecia ser o fim da franquia (o terceiro filme arrecadou apenas U$ 62 milhões nos EUA e pouco mais U$ 50 milhões no restante do mundo) foi a chance de retomar o rumo da série.

Vin Diesel, em 2001, no primeiro Velozes e furiosos, e em 2001, no quinto filme da série: o cabelo não cresceu...

Lá pelo fim de 2006, Vin Diesel acordou e percebeu que não seria o novo Arnold Schwarzenegger e depois de acumular alguns fracassos via com bons olhos um retorno à série. O estúdio topou tê-lo como produtor e com Vin Diesel à bordo, o restante do elenco original também retornaria. Justin Lin, diretor do terceiro filme foi mantido e em 2009 chegaria aos cinemas Velozes e furiosos 4 com o sintomático slogan “Novo modelo. Peças originais”. O quarto filme devolvia à franquia seu charme underdog, voltando à premissa simples de um tira infiltrado colaborando com um fora-da-lei de bom coração. A ação se concentrava nos personagens de Brian (Walker) e Toretto (Diesel) e nos carros, o grande atrativo dos filmes. A recepção foi positiva. O filme registrou a maior bilheteria da série até então com U$ 364 milhões arrecadados internacionalmente. Pela primeira vez, o grosso da arrecadação veio de fora dos EUA. Mais de U$ 200 milhões. Velozes e furiosos era uma marca de trânsito internacional e Vin Diesel percebeu isso. O próximo passo foi internacionalizar a ação de fato.
O quinto filme, lançado em 2011, transferiu a ação para um Rio de Janeiro de sotaque estranho, com deserto e vias larguíssimas, mas que valorizou esse apelo internacional da marca. Outra mudança ensejada pelo quinto filme foi mais estrutural. Velozes e furiosos deixava de ser um filme sobre carros tonados e foras-da-lei de segunda categoria para ser um heist movie (filme de assalto), subgênero que tem a trilogia Onze homens e um segredo como um de seus maiores expoentes, com todas a sua finesse.
O sexto filme recupera o gosto pelos carros e rachas, relevado ao segundo plano no filme anterior, e apara as arestas (ainda que com a devida inconstância e incoerência esperada de um produto que foi ganhando forma na base do improviso) dos filmes anteriores. O sétimo filme já está garantido. Com apenas uma semana em cartaz, o filme já encosta na arrecadação total do quarto filme e deve superar com folga os U$ 626 milhões do quinto longa.

1 - Lucas Black em Desafio em Tóquio, o filme que todos querem esquecer; 2 - Paul Walker, Tyrese Gibson e Eva Mendes na ensolarada Miami de + velozes + furiosos; 3 - Dwyane "The Rock" Johnson chegou para reforçar o time no quinto filme, 4 - o diretor Justin Lin assumiu a série no terceiro filme e ajudou a consolidá-la como um das maiores franquias do cinema americano; 5 - Vin Diesel em seu retorno à série no quarto e melhor filme desde o original

O sétimo filme será o primeiro sem a direção de Justin Lin, mas terá o reforço de Jason Statham como vilão da vez. A longevidade da franquia impressiona, principalmente por não contar com o aval da crítica. Contudo, a honestidade de Velozes e furiosos, enquanto proposta cinematográfica, é o que eleva a franquia na estima do público. Não há sombreamento de expectativas. Os filmes entregam exatamente o que se espera deles e a franquia conseguiu vender muito bem seu novo conceito. Ainda há combustível para seguir em frente!

4 comentários:

  1. É uma série que nunca me conquistou completamente. Ainda vou rever com calma para ver o que é que tem afinal, hehe.

    bjs

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  2. Não sou fã da série. É impressionante como conseguiram chegar ao capítulo 6. Como a franquia Sexta-Feira 13 que não tem mais estória pra contar e ficam enchendo linguiça, rs

    Abs.

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  3. hahahaha é uma pena que os filmes de meninas não costumem dar tão certo - quer dizer, ninguém imagina um Sex and The City 8, ou um Legalmente Loira 7... Se rolasse, pelo menos tinha a vantagem de reencontrar com o namorado na porta do cinema (ah, vá, que alguém acreditou que a mulherada acompanha feliz essas coisas? rsrsr)

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