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sábado, 16 de março de 2013

Crítica - Oz:mágico e poderoso


Espírito de aventura

Antes de qualquer coisa, Oz: mágico e poderoso (Oz the great and powerful, EUA 2013) é um filme com a marca Disney. O status quo dos filmes Disney é a característica mais límpida do filme de Sam Raimi. Desenvolvido, a partir de um orçamento de U$ 200 milhões, para ser um evento, Oz: mágico e poderoso é um produto bem aparado e divertido, mas longe de ser algo além disso. Diferentemente do ocorrido na trilogia Homem-aranha, Sam Raimi aqui limita-se a envergar o filme e não necessariamente a dotá-lo de alma.
Esse resultado existe talvez pelo selo Disney precisar se destacar, talvez porque Raimi funcione melhor quando há mais liberdade de ação. De qualquer maneira, o filme é um triunfo técnico de grande exuberância visual; com o 3D recebendo especial atenção de Raimi.
O mágico farsante Oscar (James Franco) depois de impetrar mais uma de suas fugas providenciais chega a Oz, uma terra encantada que está sob domínio de uma bruxa má. Oscar é logo confundido com o mágico ao qual se refere uma profecia local que viria para resgatar Oz das garras da bruxa má. Em parte fustigado pela gigantesca quantidade de ouro que será sua, já que o mágico é, por direito, o herdeiro do trono de Oz, e em parte pela vaidade de ser reconhecido como um grande mágico, Oscar faz se passar por alguém que não é. Algo que, em sua percepção, foi o que sempre fez. À medida que o perigo vai se anunciando iminente, Oscar vai vacilando em sua convicção como farsante, mas vai descobrindo em si – amparado por Finley (Zach Braff), um macaquinho alado, uma menininha de porcelana (voz de Joey King) e da bruxa boa Glinda (Michelle Williams) – sua vocação para ajudar os outros. Ou como lhe diz Glinda em um dado momento, que melhor do que grandeza nele é haver bondade.

Visual exuberante e humor afável: Oz, mágico e poderoso reza a cartilha Disney de aventuras...

Além do visual arrebatador, dos efeitos especiais prodigiosos, da direção de arte impecável e dos figurinos vistosos, Oz, mágico e poderoso também encontra destaque no afinado elenco reunido por Raimi. Michelle Williams, Mila Kunis e Rachel Weisz aferem beleza e graça às três bruxas de Oz. Já James Franco vale-se de seu carisma sempre em dia e do jeitão despojado de sua persona fora das telas para cativar como o malandro de bom coração.
No fim, é o selo Disney que prevalece nesta bem azeitada aventura desenhada para ser aproveitada em família. 

6 comentários:

  1. Só acho que ele não é simplesmente confundido com "o mágico ao qual se refere uma profecia local", afinal, ainda que com ilusão, ele se torno o mágico esperado, é assim que Dorothy o encontra no futuro distante.

    Como sabe, gostei do filme, tem seus problemas, não traz algo original, único, mas é um filme divertido.

    bjs

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  2. Oi Reinaldo,

    Mais um dos filmes que eu quero ver mas ao mesmo tempo não espero muito além do ótimo aproveitamento técnico da obra.
    James tem esse charme lindo, mas não lembro de ter encontrado profundidade (alma) em nada que ele fez até agora. É tudo muito plastificado. Bom, mas não inebriante... Ainda espero para ver essa entrega dele.
    E essa liberdade, que você citou como um dos possíveis limitadores da direção do Sam Raimi, pesa muito e há muito tempo no resultado final. O jeito é se conformar!

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  3. Amanda:Sim Amanda. Mas aí é ir além na sinopse. O que eu faço com sutileza na crítica ao atentar para as adjetivações "grandeza" e "bondade" tão importantes no longa. Está bem claro para o espectador que Oz se torna o mágico da profecia, mas não sou eu que vou dar, por mais óbvio que seja, o famigerado spoiler...
    Tb gostei do filme. Mais até do que pensava que gostaria.
    Bjs

    Patrícia: Acho que James Franco está fantástico em "127 horas". Seu melhor trabalho até aqui. Tb afere profundidade em trabalhos em que não muito se espera dele como em "Milk", "Sonny" e "O último suspeito".
    Mas concordo, em linhas gerais, com sua percepção quanto ao ator. Ele é sim muito plastificado. Ainda precisa libertar-se de algumas amarras.
    Pois é, não à toa Raimi já pulou fora da sequência. O mesmo aconteceu com o 3º homem-aranha.
    Bjs

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  4. "Diferentemente do ocorrido na trilogia Homem-aranha, Sam Raimi aqui limita-se a envergar o filme e não necessariamente a dotá-lo de alma." Concordo absolutamente meu caro!

    E quando o selo Disney está no cartaz, sabemos que o produto será familiar. Uma pena, neste caso. Acho que somente as bruxas horrendas são de Sam Raimi! De qualquer forma, é super-divertido. Não vi em 3D e acho que nem verei. O visual é bacana, mas não tão arrebatador assim. Eu gosto mais quando o filme é preto e branco e sépia, mas tem lugares de OZ que me lembra O Pais Das Maravilhas, rs

    Nada que comprometa apesar da intromissão $$$$ Disney, né?

    Abraço.

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  5. Oi Reinaldo,
    Depois que postei o comentário fiquei pensando e realmente lembrei de Milk e da boa atuação dele em 127 horas. Mas, é plastificado.
    Não tenho como inclui-lo no (meu) hall dos grandes atores, ainda.
    Mas, o tempo é longo e eu tenho boas expectativas em relação a ele.

    Vamos acompanhar.

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  6. Tb tenho boas expectativas em relação a ele Pati. Mas, por enquanto, ele passa longe do rol dos grandes atores de qualquer cinéfilo que se preze...
    Bjs

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