Da esquerda para a direita: Amy Adams (O mestre); Jacki Weaver (O lado bom da vida); Anne Hathaway (Os miseráveis); Sally Field (Lincoln); Helen Hunt (As sessões)
A invicta
Ela andava meio afastada do cinema. Do Oscar mais ainda. Mas
Sally Field detém uma marca poderosa. Ganhou dois Oscars de melhor atriz em
duas indicações. Na terceira indicação, pela primeira vez como coadjuvante,
enfrenta a concorrência da nova queridinha Anne Hathaway (que tinha 2 anos de
idade quando Field ganhava seu segundo Oscar). Mas no papel da esposa do homem
que a América adora em Lincoln, Field coloca sua invencibilidade à prova. Ganhando
ou perdendo, seu feito no Oscar seguirá notável.
Prós:
- É a mais veterana das indicadas e configura com
propriedade o “comeback of the year” tão bem cultivado pela Academia ao longo
dos anos
- Está no elenco do filme recordista de indicações do ano
- Existem vários atores no ano com a possibilidade de ganhar
uma terceira estatueta. Pode se beneficiar de um “surto” da academia nesse
sentido
- A Academia deu um terceiro Oscar para Meryl Streep no ano
passado
- Ganhou alguns prêmios da crítica
- Ser querida por muitos membros da academia
Contras:
- Não é a melhor atuação do filme e nem de sua carreira
- Meryl Streep precisou ser indicada 13 vezes para ganhar
seu terceiro Oscar e essa ainda é a primeira indicação de Field desde que
faturou seu segundo
- Não ganhou nenhum prêmio major
- A ideia de que dois Oscars já são mais do que suficientes
para o tamanho de seu talento
-Atrizes jovens ou pouco experimentadas têm triunfado nesta
categoria nos últimos anos
Terceira indicação
Indicações anteriores
Atriz por Norma Rae (1980)
Atriz por Um lugar no coração (1985)
Vitórias anteriores
Atriz por Norma Rae (1980)
Atriz por Um lugar no coração (1985)
A favorita
Ela não é a favorita ao prêmio, mas nenhuma das indicadas
goza de tanto prestígio quanto Amy Adams, indicada ao Oscar por quase todos os
papéis dramáticos que fez entre 2005 e 2012. Na pele da rigorosa e inflexível
mulher do líder da emergente seita A Causa em O mestre, Adams dá, uma vez mais,
um vaticínio de sua versatilidade e talento. Não deve ganhar o Oscar este ano,
mas seguirá como favorita da Academia.
Prós:
- De todas as concorrentes, é a que acumula maior número de
indicações tanto ao longo da carreira como no período recente
- Defende uma atuação pontuada por silêncios, mas de muita expressividade.
Um contraponto a performances mais espetaculosas presentes na categoria
- A frequência com que vem sendo lembrada na categoria pode
ser um ponto de desequilíbrio a seu favor
Contras:
- Não ganhou nenhum prêmio na temporada
- Não defende a melhor atuação do filme e pode ser ofuscada
aos olhos dos votantes por seus colegas de cena também indicados
- Não é o melhor trabalho pelo qual foi indicada ao prêmio e
todo mundo sabe disso
Quarta indicação
Indicações anteriores
Atriz coadjuvante por Retratos de família (2006)
Atriz coadjuvante por Dúvida (2009)
Atriz coadjuvante por O vencedor (2011)
A minimalista
Muita gente questiona, para não citar os que contestam, a
indicação de Jacki Weaver. Como a pessoa mais sã na família disfuncional que
move O lado bom da vida e com uma atuação praticamente restrita a gestos e
olhares, Weaver capitaliza votos solidários a atuações minimalistas que
favorecem o fluxo do filme. Já havia sido assim em O reino animal, pelo qual
obteve sua primeira indicação há dois anos.
Prós:
- Assim como Adams, defende uma performance em que os
silêncios falam
- Sua nomeação, pode-se dizer, foi a mais surpreendente e
inesperada da lista. Uma vitória nesses termos seria coerente
- Integra o elenco mais festejado pela academia em 31 anos
Contras:
- Não foi indicada a nenhum prêmio major da temporada e isso
pesa contra suas chances
- A pecha de que a indicação já é suficiente
- É a única estrangeira na categoria
Segunda indicação
Indicação anterior
Atriz coadjuvante por Reino animal (2011)
A queridinha da América
Nenhuma atriz americana hoje ostenta com tamanha
naturalidade essa coroa que não se ajustou em nenhuma cabeça desde que Julia
Roberts perdeu seu posto. Querida pela crítica e adorada pelo público, Anne
Hathaway vez ou outra não encontra elogios, como ocorreu no equivocado Um dia,
mas geralmente conta com a boa vontade. Tanto o é que assumiu o favoritismo
inconteste na corrida pelo Oscar de coadjuvante praticamente por uma única cena
do musical Os miseráveis. Ela já foi princesa, jornalista, vítima do Parkinson
e agora se prepara para o papel mais glorioso de sua carreira: o de vencedora
do Oscar.
Prós:
- Ganhou todos os prêmios majors da temporada
- Tem uma cena de alta voltagem emocional e na qual ainda
canta
- Atrizes costumam ser premiadas por musicais nessa
categoria. Todas as que foram indicadas nos últimos dez anos (Jennifer Hudson
por Dreamgirls e Catherine Zeta Jones por Chicago) ganharam
- É uma atriz com amparo crítico e ibope popular; uma
vantagem que nenhuma de suas concorrentes apresenta
- Atrizes jovens costumam ser premiadas nessa categoria em
detrimento de atrizes mais velhas
Contras:
- Já declarou abertamente sua admiração por Sally Field, sua
concorrente na categoria e ainda invicta no Oscar
- O filme não é a unanimidade que se esperava
- O fato de Amy Adams, uma presença constante nas últimas
edições do Oscar, já merecer um prêmio há algum tempo
- Tem menos tempo de tela do que algumas de suas
concorrentes
Segunda indicação
Indicação anterior
Atriz por O casamento de Rachel (2009)
O caminho de volta
Helen Hunt é daquelas atrizes que todo mundo adora. É
difícil vê-la ruim em algum papel. O que estivesse faltando, talvez, fossem papéis à altura de seu talento. Como uma terapeuta sexual em As sessões ela
volta ao Oscar 15 anos depois de sua única, e vitoriosa, participação. A
expectativa é de que a indicação devolva a atriz papéis que lhe desafiem.
Prós:
- É uma atuação em que Hunt precisou driblar o pudor com a cenas de
nudez. A academia tende a valorizar esse perfil de atuações entre as mulheres
- Tem mais tempo de tela do que algumas de suas concorrentes
- Não deixa de ser um comeback desse Oscar também
-Conseguiu manter-se entre as indicadas, mesmo com seu
parceiro em cena, John Hawkes, excluídos dos indicados a melhor ator
- Sua atuação é elogiada desde o festival de Sundance de
2012. Pode ser uma opção para acadêmicos que não viram todas as performances
Contras:
- Já tem um Oscar e em quinze anos não apresentou muitos
trabalhos dignos de prêmios, ao contrário da maioria de suas concorrentes
- Não ganhou nenhum prêmio na temporada
-A pecha de que a indicação já é reconhecimento suficiente
Segunda indicação
Indicação anterior
Atriz por Melhor é impossível (1998)
Vitória anterior
Atriz por Melhor é impossível (1998)
Queridinha ou não, tô com Anne Hathaway e não abro, hehehe. Das concorrentes a atuação que mais me encantou foi a de Helen Hunt, mas mesmo assim não chega perto da emoção que Hathaway me fez sentir.
ResponderExcluirbjs
E a emoção vai decidir a parada Amanda.
ResponderExcluirBjs
Gostei do panorama, mas senti falta de seus palpites, Reinaldo. Entre as indicadas, fico com a radiante Helen Hunt em "A Sessões". Tão natural e contagiante em cena. O prêmio já é de Anne Hathaway, não tem quem tire dela. Talvez a única ameaça seja Sslly Field, mas os seus "contras" falam tudo o que impede a Norma Rae de levar um terceiro pra casa. Gosto dela no filme, inclusive.
ResponderExcluirAdams está assustadora em cena, personagem bem metódica e agressiva só com os olhares. E Jacki Weaver tá sobrando aí... pelamor, sou um dos que contestam sua indicação. Ela não compromete, de forma alguma, sua presença até acrescenta muito em cena, mas nenhum momento foi determinante para justificar sua indicação ao prêmio. Daí Nicole Kidman, Ann Dowd, Rosemarie DeWitt com interpretações muito mais ousadas e superiores ficam chupando o dedo. That's life.
Indo para Hathaway, estará em boas mãos =]
Abs!