Cinquenta não seriam suficiente. Talvez nem mesmo os 100 o
sejam. Não à toa, Philip Seymour Hoffman foi um dos primeiros perfilados de
Claquete, em agosto de 2009 (o blog foi inaugurado em julho daquele ano). De lá
para cá, Hoffman já esteve (sempre brilhante) em filmes como Tudo pelo poder,
Os piratas do rock, O homem que mudou o jogo e O mestre – pelo qual obteve sua
quarta indicação ao Oscar e a quarta em sete anos.
Hoffman é um ator cujos recursos cada vez mais parecem
inesgotáveis.
O crítico de cinema Inácio Araújo ao comentar sobre O
mestre, filme ao qual não apreciou muito além das interpretações, ao abordar o merecimento de Joaquin Phoenix no Oscar sacramentou: “Hoffman, que é o
melhor ator do mundo hoje, faz qualquer coisa, serve de escada”. Ou seja, na
avaliação de Inácio Araújo, assim como na de Claquete, a
performance de Joaquin Phoenix não teria o mesmo impacto sem a presença de
Hoffman. E essa é outra qualidade de Hoffman, menosprezada, que merece luz. Sua
capacidade de fazer outros atores melhores em cena. Há muitos grandes
atores no Oscar deste ano. Mas Denzel Washington e Tommy Lee Jones, para citar
dois, são catalisadores. Chamam a câmara para si. Hoffman consegue fazer isso
e, simultaneamente, tornar seus companheiros melhores. Em Tudo pelo poder, por
exemplo, ele adensa dramaticamente Ryan Gosling. O próprio De Niro, que
concorre com Hoffman este ano pelo Oscar de coadjuvante, se beneficiou dessa
desenvoltura do ator em Ninguém é perfeito.
Camaleônico, Hoffman – como já aventado no perfil de
Claquete sobre o ator – não se repete, mesmo que assuma personagens
repetitivos. Outro mérito que ajuda a entender o porquê desse ator ser
considerado o melhor do mundo por muita gente. De sua concorrência no Oscar
deste ano podemos retirar outro exemplo. Christoph Waltz em Django livre
provocou lembranças em muita gente de seu personagem em Bastardos inglórios.
Pela sofisticação em um ambiente francamente desumano e por certos cacoetes de
interpretação. Esse fantasma nunca visitou Hoffman, mesmo ele já tendo
interpretado, por exemplo, personagens gays em mais de cinco oportunidades.
Ator confiável, capaz de registros minimalistas ou
superlativos, Hoffman, com 45 anos neste momento, ainda tem muito a conquistar.
No futuro, talvez supere outro ator em disputa no Oscar atual que para muitos,
e para a prestigiosa revista Time, é o melhor do mundo na atualidade: Daniel
Day Lewis. A unanimidade, por volume de trabalho, mas também por força da capacidade
de transmutação e de tangenciamento de registros distintos, joga a favor de
Hoffman.
Pra mim, o Philip Seymour Hoffman é a Meryl Streep versão masculina, um dos melhores atores em atividade. Um cara camaleônico, que interpretou diversos tipos e sempre com muita competência. Sou fã! Vamos ver se ele conquista o segundo Oscar da carreira pela atuação em “O Mestre”.
ResponderExcluirGrande ator mesmo, e em o Mestre ele está incrível. Vamos ver se o Oscar se rende a ele novamente.
ResponderExcluirbjs
Kamila:Boa definição Ka.
ResponderExcluirBjs
Amanda:Vamos ver.
bjs