We miss you Rick
Não que a performance de Amy Poehler e Tina Fey tenha sido
decepcionante. Elas são ótimas e garantiram o entretenimento. Mas também
deixaram claro que Rick Gervais é mesmo insuperável em matéria de host na
atualidade...
WTF moments
O que mais marcou a 70ª cerimônia do Globo de Ouro foi a
saraivada de gafes na cerimônia. Do apagão no teleprompter que deixou Paul Rudd
e Salma Hayek em maus lencóis ao nervosismo de Anne Hathaway que quase não
deixou os produtores de Os miseráveis agradecerem o prêmio que tinham acabado
de ganhar, passando pelo ex-espião da CIA Tony Mendez que, também nervoso,
mostrou dificuldades de apresentar o indicado a melhor filme Argo, baseado em
sua incrível façanha e pelo discurso de Jodie Foster que deixou todo mundo com
a pulga atrás da orelha.
WTF moments II
Por falar nesse discurso, a homenageada com o prêmio Cecil
B. DeMille por um momento parecia que ia anunciar sua homossexualidade,
especulada pela imprensa há anos. Em outro, parecia anunciar sua aposentadoria
da atuação. No fundo, era apenas uma crítica a cultura de celebridades e a
forma como as mulheres são tratadas no mundinho de Hollywood. Foster, que
estava nitidamente “alegre”, teve que explicar seu discurso no backstage. Mas
conseguiu arrancar lágrimas de quem estava também “alegre” antes disso.
... e já que o clima é de confidências
Kevin Costner, que ganhou o prêmio de melhor ator em
minissérie ou filme para a TV pela produção do History Channel Hartfield & McCoys,
resolveu abrir o coração. Lembrou-se da primeira vez que compareceu à cerimônia
do Globo de ouro, fez um rápido flashback da carreira (que pode se reabilitar
depois desse prêmio) e em tom nostálgico agradeceu a todos pela carreira, pelo
momento e pelo cinema.
Argo fucked?
É por essas e outras que o Oscar é Oscar! Ben Affleck não
soube conter a cara de surpresa e choque quando viu seu nome anunciado como o
melhor diretor do ano no Globo de Ouro. A vitória, que ganhou contornos de
improvável depois de sua ausência na lista do Oscar, mostra a ruptura cada vez
mais flagrante entre Oscar e Globo de Ouro. Com o Oscar reconhecendo cada vez
mais um cinema artístico e a HFPA o cinema de indústria. No final das contas, a
temporada não está sendo tão ruim assim para Affleck. Ele já ganhou mais do que
outros diretores, como, por exemplo, Kathryn Bigelow e Tom Hooper, igualmente
esnobados pelo Oscar.
Ben Affleck vibra: não tão mal assim na fita...
Não quer dizer nada
Agora, a vitória de Argo em linhas gerais não significa nada
em termos de Oscar. A consagração do filme, porém, pode lhe impulsionar na
disputa de melhor filme do ano. Mas a vitória, sem a nomeação de diretor, segue
altamente improvável.
Surpreso de verdade
Bateram tanto em Django livre nos últimos dias, que ninguém
da equipe do filme julgava possível conquistar prêmios na noite de domingo.
Christoph Waltz, que ganhou o prêmio de ator coadjuvante, não soube disfarçar a
surpresa com a vitória. Waltz, emocionado e sem discurso preparado, engrandeceu
Tarantino.
Surpreso de verdade II
Premiado pelo roteiro de Django livre, Tarantino também
demonstrou surpresa. “Realmente não esperava isso”. Ele aproveitou o holofote
para defender seu método de criação e, no seu tradicional estilo espalhafatoso,
louvou sua concorrência na categoria.
A Harvey com amor
Pode não ter sido a vitória que ele se habituou a ter no
Globo de Ouro, mesmo assim, os filmes distribuídos por Harvey Weinstein fizeram
bonito na cerimônia realizada no Bevely Hilton Hotel. Django livre e O lado bom
da vida conquistaram estatuetas e coube a Jennifer Lawrence massagear o ego do
titã do marketing: “Obrigado Harvey por matar quem você teve que matar para me
colocar aqui em cima”. Novos tempos!
Os perdedores e Tommy Lee Jones
Há sempre um fetiche das transmissões de premiações pelo
flagra no rosto dos perdedores no momento em que o vencedor é anunciado. É
quase tão orgânico que vez ou outra se perde a reação de alguns vencedores. No
Globo de Ouro 2013, a
TV flagrou o descontentamento de Bradley Cooper, que talvez achasse que fosse
ganhar em virtude do bom momento de seu filme na temporada de premiações, e
Taylor Swift que deveria saber que não tinha vez contra Adele.
No entanto, o melhor “flagra” da noite foi quando a câmera
encontrou a face imutável de Tommy Lee Jones enquanto Will Ferrell e Kristin
Wiig faziam uma piada com sua parceira de cena em Um divã para dois, Meryl
Streep. O rosto de Jones estava tão assustador que o câmera, com medo, foi
flagrar outra coisa...
Streep, sempre Streep
Indicada, Meryl Streep não pôde comparecer à cerimônia por
causa de uma gripe. Isso não quer dizer que não tenha sido uma referência vivaz
e contínua no evento. Desde brincadeiras no monólogo inicial à piada de leve da
vencedora do Globo de Ouro de melhor atriz em comédia Jennifer Lawrence :
“Eu venci Meryl Streep”.
Faltou o momento WTF da apresentação sem graça do Sasha Baron Cohen. Faz tempo que ele deixou de ser engraçado...
ResponderExcluirGostei bastante da edição do Globo de Ouro e da diversificação da temporada de premiações até agora, como um todo.
Abraço!
Danilo: Valeu pelo comentário Danilo. Eu gostei da participação de Cohen, mas concordo que ele foi indelicado com Anne Hathaway. As outras piadas sobre o elenco de "Os miseráveis", na minha avaliação, estavam no ponto. Ele sempre foi ácido, né?
ResponderExcluirTb estou adorando a diversificação da temporada de premiações até agora.
Abs