Entre estereótipos e o lugar comum
Quatro amigas e um casamento (The bacharolette, EUA 2012) é
um filme independente com alma de blockbuster. Não porque de seu elenco façam
parte alguns nomes com trânsito em Hollywood como Kirsten Dunst ou James
Marsden, mas porque todo o arranjo dramático do filme, dirigido e roteirizado
por Leslye Hedlund gira em torno de clichês que já começam a ser superados
mesmo entre comédias de estúdio. O barato de Quatro amigas e um casamento,
péssimo título nacional por sinal, talvez seja focar na complexa relação que
amigas travam com amigas. A linha entre admiração e inveja é tênue e o filme de
Hadlund tem o mérito de apontar para o egocentrismo das relações de amizade. É
um tal de “um cada por si”, que o espectador fica meio perdido sem saber pelo
que efetivamente torcer em vistas de um final feliz. É lógico que Quatro amigas
e um casamento apresenta o necessário final moralizante, mas mesmo este pouco
entorpece.
Becky (Rebel Wilson) anuncia para as amigas desde os tempos
de colegial que irá casar. Gorda, ela não se encaixa – dentro dos preceitos
sociais vigentes – naquele perfil de candidata a ter seu príncipe encantado. O
que gera todo tipo de repercussão nas amigas que, cada qual com seu quadro de
insegurança, manifestarão dificuldade em lidar com o fato da “cara de porco”,
como Becky era conhecida nos tempos de colégio, casar antes de cada uma delas.
Alcoviteiras do bem: as amigas de Becky dão vazão a todo tipo de inseguranças às vésperas do casamento da amiga
Kirsten Dunst faz a executiva com um pé na frigidez que obedece
àquela caracterização já obsoleta da mulher que objetiva o sucesso. Lizzy
Caplan, atriz de ótimo timing cômico, se repete como Gena, a “vagaba” da turma
que nunca superou a traumática separação do grande amor de sua vida e Isla
Fischer, a melhor coisa do filme, faz a BBB (bonita, burra e boazuda) Katie.
Fútil até a alma, mas aparentemente a menos incomodada com a felicidade de
Becky.
As três, ora conscientemente, ora inconscientemente, farão
de tudo para sabotar o “momento” de Becky. É daí que surge o humor da fita de
Leslye Hedlund. Não se engane, o filme diverte. Mas opta por divertir pouco, já
que existe a opção por seguir motes talhados, por exemplo, em Se beber, não
case (2009). Tão pouco existe o objetivo de aprofundar o drama dos personagens.
Contenta-se com a superfície que, afinal, fornece as circunstâncias para o
humor que se ambiciona.
Já tem um tempinho que eu estou querendo ver. O elenco é ótimo (adoro a Isla!). Mas o título nacional reamente é péssimo!
ResponderExcluirO título é ultrajante, né?
ResponderExcluirAbs