Muito já foi dito, inclusive neste Especial Os vingadores,
sobre o ineditismo da proposta da Marvel em seu bem urdido e ousado projeto de
levar seu universo dos quadrinhos para o cinema, mas muito pouco foi comentado
desse projeto sob a perspectiva do marketing. Afinal de contas, o que a Marvel
Studios está introduzindo no cinema é algo genuinamente novo e não menos
megalomaníaco. O “projeto Os vingadores” revela um componente essencial à
indústria cinematográfica e que pode se pavimentar como vanguarda em termos de
marketing. Ao longo de quatro anos, quatro filmes e muitos personagens serviram
a uma inusitada plataforma de promoção deste filme que flerta com todos os
superlativos do cinemão ianque.
Os executivos Kevin Feige e Avi Arad praticamente erigiram o
estúdio de cinema Marvel Studios da ação marketeira de “possivelmente” ter o
filme dos vingadores. O próprio Feige admitiu em entrevista recente que quando
colocou Samuel L. Jackson na cena pós-creditos de Homem de ferro em 2008 ele
tinha uma bela ideia em termos narrativos de como levar os vingadores aos cinemas,
mas não tinha a menor ideia se aquilo seria viável em termos comerciais.
Joss Whedon, Robert Downey Jr., Chris Hemsworth e Chris Evans bate um papo no set de Os vingadores: projeto fortalecido por ação pioneira no cinema que fundiu estrutura narrativa ao marketing
Não fosse a sementinha da curiosidade plantada na cabeça
de milhões de fãs e de uma indústria ciosa por desafios, Os vingadores não
aconteceria. A estratégia de criar um universo Marvel nos cinemas vingou e
possibilitou que aquela “brincadeirinha” virasse uma valiosa estrutura de
negócios que, entre outras realizações, possibilitaria a aquisição da Marvel
pela Disney – conferindo novo fôlego à empresa também nos quadrinhos. Um adendo
precisa ser feito: a DC comics faz parte do conglomerado de comunicação Time
Warner e a Marvel, que ainda estava solo, enfrentava dificuldades com a crise que
o setor enfrentava com a popularização dos tablets e smartphones. O setor, tal
qual a indústria da música, já dá sinais de recuperação e, no caso particular
da Marvel, a negociação com a Disney foi providencial.
A estrutura desenvolvida pela Marvel para levar Os
vingadores aos cinemas, no entanto, exige planejamento efetivo de gastos, tempo
e narrativa. Thor, Capitão América- o primeiro vingador, O incrível Hulk e os
dois Homem de ferro renderam juntos quase U$ 2 bilhões nas bilheterias e
geraram muito mais em merchandising e home video.
Outro aspecto interessante dessa empreitada é o próprio
conceito de filme–evento. O conceito de blockbuster foi algo criado por Steven
Spielberg na década de 70. O que Os vingadores, via Marvel Studios, sugere é
uma evolução desse conceito. Como se fosse possível adicionar massa muscular a
ele. Pelos menos em termos de marketing, isso já aconteceu.
Acho que a jogada mais genial de marketing em relação a "Os Vingadores" foi justamente o fato de colocar aquelas cenas adicionais após os créditos finais dos filmes dos grandes herois que fariam parte deste grupo com o personagem de Samuel L. Jackson justamente pra criar a expectativa nos fãs e incutir o conceito básico desse filme na mente deles. Foi uma estratégia paulatina e muito bem executada pela Marvel.
ResponderExcluirBeijos!
Sem dúvidas, foi um belo trabalho de marketing. E concordo com Kamila aí em cima, as pílulas pós créditos ligando a todos foi que mais funcionou como contagem regressiva.
ResponderExcluirbjs