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domingo, 8 de abril de 2012

ESPECIAL OS VINGADORES - Criando um universo


Em maio de 2010, quando Os vingadores ainda era um projeto relativamente distante, essa mesma seção Insight abordou o ousado projeto Marvel no cinema, cujo ápice criativo e comercial se verificaria no filme que agora está a poucos dias de estrear. Vale a pena reler o artigo que repisa toda a trajetória da Marvel e de seus personagens na consolidação da marca no cinema. Essa seção Insight pode ser lida clicando aqui.
Já não é mais segredo para ninguém que a Marvel hoje integra o grupo Disney, maior conglomerado de entretenimento do mundo, como resultado de um negócio de mais de U$ 4 bilhões iniciado em 2009 e concluído no final de 2010.
O mais interessante a se observar nessa curiosa encruzilhada é que é justamente a Disney a dona de um universo tão rico e plural no cinema. A galeria de personagens Disney é multimidiática e já havia recebido uma bela incrementada quando da aquisição da Pixar pelo estúdio do Mickey Mouse. Desnecessário dizer que a independência criativa da Marvel na Disney será a mesma experimentada pela Pixar. Contudo, os objetivos são maiores. No final da década começam a vencer alguns contratos de personagens licenciados para outros estúdios e Marvel e Disney já anunciaram que não há interesse em renovação. A ideia é trazer essas minas de ouro para casa. Homem aranha, que recebe um reboot da Sony esse ano, é, por exemplo, a franquia mais lucrativa do estúdio em todos os tempos. Os mutantes são verdadeiras fontes de dinheiro para a Fox que já rodou cinco filmes baseados nos personagens em 12 anos de contrato e mais dois estão a caminho.
Ao contrário do que se podia pensar, a aquisição da Marvel pela Disney não entorpece a divisão de filmes da editora há pouco convertida em estúdio de cinema. Muito pelo contrário. A Marvel passa a ter mais sustância e poder de fogo. Há poucos dias, a Disney anunciou que gastará U$ 100 milhões de dólares na promoção do filme, o primeiro que será distribuído pela empresa. A Paramount, que mantinha contrato com a Marvel, distribuiu internacionalmente Thor, Capitão América e os dois Homem de ferro.

O diretor Joss Whedon orienta Samuel L. Jackson no set de Os vingadores: todos os passos calculados e o suporte providencial da Disney fizeram da Marvel um novo player em Hollywood


Nunca antes na história do cinema
Mas o que a Marvel está fazendo, agora com o patrocínio da Disney, é algo inédito na história do cinema e, por todos os riscos implícitos, muito corajoso. Transpor um universo de uma mídia para a outra, na escala detalhada que a Marvel está fazendo, é algo potencialmente temerário. Mas o planejamento e o controle exercidos por managers como Kevin Feige e Avi Arad que supervisionam todo esse processo de transposição têm se mostrado acurados. A entrada da Disney agregou a segurança e a estatura de um player já consolidado no mercado às vésperas da cartada definitiva da Marvel para a consolidação de seu universo no cinema. Já existem alguns filmes em pré-produção que, aparentemente, independem do tamanho do sucesso de Os vingadores: Capitão América 2, Thor 2 e Homem de ferro 3.
Isso mostra que o estúdio já está viabilizado. Resta saber como o “universo Marvel” será gerido depois de concluída a última etapa de sua implementação. Talvez a ideia seja esperar pelo regresso de outros filhos da popular “casa das ideias”. Após ser bem sucedida no maior desafio narrativo já instituído por um estúdio emergente no cinema, a Marvel finalmente poderá dizer a que veio.

3 comentários:

  1. Eu acho que a Marvel tem uma história de erros e acertos, como qualquer outro estúdio. Acredito que, antes de dar o passo importante que é a adaptação de “Os Vingadores”, eles foram muito felizes em tentar fundamentar as histórias desses personagens em filmes estrelados por eles mesmos, com aquela cena final que dava as dicas de que estes personagens seriam recrutados pelo personagem do Samuel L. Jackson para este grupo de super herois poderosíssimo.

    Acho que a Marvel tem muito a ganhar com a parceria com a Disney, porque esse estúdio sabe ser parceiro e, como você bem disse, respeita a liberdade criativa dos estúdios que estão sob sua liderança.

    Um outro grande desafio da Marvel é domar os gênios difíceis, especialmente, de Kevin Feige... Não consigo engolir esse cara desde as declarações desnecessárias e descabidas que ele deu sobre o Edward Norton... rsrsrsrsrs Até porque “O Incrível Hulk” pode não ter sido um grande sucesso de bilheteria, mas foi um filme cuja reinvenção do personagem, respeitando as suas origens na HQ, foi muito respeitado pelos fãs.

    Beijos!

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  2. É, lá vem eles, o caminho foi construído, agora é ver o resultado. Tomara que a Marvel e a Disney não nos decepcione.

    bjs

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  3. Kamila: Obrigado pelo comentário Ka. Concordo com vc que a Marvel tem erros e acertos. Contudo, o saldo é muito positivo. Tb acho que a aquisição da Marvel pela Disney pode ser muita benéfica para ambas.
    Agora, discordo quanto a "O incrível Hulk", Norton e Feige. Acho Feige um gestor incrível e os relatos de jornalistas que já o entrevistaram e o acompanharam em sets é de que é um cara super acessível. O mesmo, vc bem sabe, não se diz por aí de Norton nos bastidores de Hollywood.Eu sei que vc adora o cara. Eu tb. Mas ele tem essa fama de ser um tanto centralizador e entrar em, digamos, "atrito criativo" com muitas equipes. Aconteceu isso com a Marvel. Não acho que Feige devesse pôr a boca no trambone, mas não acho tb que deve ser unicamente responsabilizado por isso. E te digo mais, o pessoal gostou de "O incrível Hulk" pq foi na direção oposta do Hulk de Ang Lee e privilegiou a ação. Fidelidade por fidelidade, ambos deixaram a desejar.
    bjs

    Amanda: Tomara!
    Bjs

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