Quando George Clooney anunciou que faria uma adaptação para o cinema da peça de Beau Williams, Farragut North, as expectativas se avolumaram. Afinal, a quarta incursão de Clooney atrás das câmeras renderia um filme com o mesmo potencial dramático e qualitativo de Boa noite e boa sorte, seu segundo longa metragem.
Quando o elenco foi anunciado, as expectativas aumentaram. Clooney se cercou do que havia de melhor. Ryan Gosling foi chamado para viver o protagonista, um jovem idealista que perde a inocência enquanto trabalha na campanha primária democrata à Casa Branca. George Clooney faz o candidato em questão em uma aparição como coadjuvante. Mas não é só Clooney o coadjuvante a brilhar em Tudo pelo poder (The ides of march, EUA 2011). Philip Seymour Hoffman, Paul Giamatti, Evan Rachel Wood, Jeffrey Wright e Marisa Tomei ajudam a compor o sofisticado elenco que o Wall Street Journal considerou “brilhante e elétrico”.
“Os diálogos são afiados e focados, e como diretor, Clooney encorajou seu elenco a realmente mergulhar na ação”, observou o Los Angeles Times à época do lançamento do filme nos EUA, no último mês de outubro. Mas não houve unanimidade na crítica americana. O prestigiado crítico Roger Ebert observou que a virtude do filme está no elenco e a Time salientou que “não é tão esperto quanto poderia ser ou como seu diretor pensa que é”.
“Não diria que Tudo pelo poder é um filme político. Não em toda a sua envergadura”, rebate Clooney em entrevista a revista New Yorker. Para o diretor, o filme é sobre fraquezas humanas. No entanto, ao apresentar a fita em Veneza, o diretor admitiu que em 2008 – quando o projeto chegou as suas mãos – entendeu não ser o momento para esse tipo de filme. “Era uma época em que as pessoas estavam esperançosas com a eleição de Obama.”
Elenco sofisticado: Philip Seymour Hoffman, Max Minguella, Marisa Tomei e Ryan Gosling abrilhantam Tudo pelo poder
A observação ganha ainda mais relevância por que o foco de Tudo pelo poder é o partido democrata. De Obama e Clooney – que são amigos. “Eu diria que os democratas chegam satisfeitos à sessão e saem combalidos, enquanto que os republicanos chegam desconfiados e saem revigorados”, resumiu Clooney na coletiva de Veneza ao explicar o tom alarmante de seu filme.
“Todos temos fraquezas. Sejamos republicanos ou democratas”, tentou contemporizar Paul Giamatti. Seu personagem no filme é o coordenador da campanha do rival de Clooney nas primárias democratas e uma espécie de corruptor do personagem de Gosling. “A gente pode colocar a culpa no sistema”, analisa Giamatti sobre a lógica que move o seu personagem.
Tudo pelo poder foi eleito um dos dez melhores filmes de 2011 pelo National Board of Review e ainda suscita comentários sobre possíveis indicações ao Oscar. O que, para o New York Times, não deve acontecer: “ o filme perde em adrenalina e gravidade. Ele estabelece seu comentário de maneira singular, mas não corre riscos e não provê nenhum insight”.
Curiosa ao extremo, verei amanhã;
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Tb estou curioso pelo filme Amanda.
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