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domingo, 9 de outubro de 2011

Insight

George Clooney para presidente?

Estreou nesse final de semana nos cinemas americanos Tudo pelo poder, quarto filme dirigido por George Clooney. A fita tinha lançamento previsto para o dia 28 de outubro nos cinemas do país, mas deve chegar por aqui apenas em dezembro. "Tudo pelo poder é um filme que iríamos fazer em 2008, mas com a eleição de Obama não parecia apropriado”, afirmou George Clooney no último festival de Veneza, onde o filme teve premiere internacional. Clooney, que esperou o otimismo com a eleição do atual mandatário do país se dissipar para rodar e lançar seu filme, teve que responder mais perguntas de natureza política do que cinematográfica; para espanto do companheiro Paul Giamatti: “Não acho que o metiê de uma estrela de cinema seja equivalente ao de um político”, externou o ator que integra o sofisticado elenco do thriller político de Clooney.  A política não era um tema de todo impertinente. Tudo pelo poder, baseado na peça "Farragut North", de Beau Willimon, é um filme que confronta o modo americano de se fazer política. A trama acompanha os bastidores das primárias democratas e centra-se na figura do personagem de Ryan Gosling (mais detalhes sobre o filme nas reportagens exclusivas de Claquete nas próximas semanas). “Fico feliz que em um espaço de um ano pudemos lançar o filme”, brincou Clooney em entrevista ao Hollywood Reporter, “pena que sob as custas da esperança do povo americano”. George Clooney, reconhecidamente uma celebridade engajada politicamente, teve de responder uma pergunta um tanto inusitada para um astro de cinema. “Você se candidataria a presidente?”, questionou o entrevistador. Clooney, no mesmo tom, disse que não. “Não acho que eu leve jeito para a política. Sou muito transparente”. O ator e diretor disse ainda acreditar em Barack Obama, para quem fez campanha, e no trabalho realizado pelo democrata.

George Clooney e Barack Obama em evento na Casa Branca: o ator é um habituê no meio político americano


Ainda que Clooney não leve a sério a ideia de se candidatar a um cargo eletivo, muita gente vê com bons olhos a alternativa. Hollywood já forneceu um punhado de políticos celebridades. Desde John Kennedy, o rock star da política, até Ronald Reagan, que saiu de Hollywood para se tornar um dos pilares do conservadorismo americano, passando por gente como Clint Eastwood e Arnold Schwarzenegger.
Clooney é boa pinta, carismático, um expert em lidar com a mídia e já pratica política tanto em seu ofício, como em uma escala maior (é o grande responsável pelos avanços humanitários no Sudão). Além de ter impressionado o mundo com o teleton para socorrer vítimas do terretomoto no Haiti, Clooney goza de trânsito e prestígio junto a poderosos caciques do partido democrata. Os ex-presidentes Bill Clinton e Jimmy Carter são dois dos exemplos mais altivos.
No entanto, o polêmico Michael Moore lançou, em um misto de indignação e cálculo midiático, o nome de um amigo próximo de Clooney à presidência dos EUA: Matt Damon. O ator, outro democrata engajado, chamou a atenção ao se posicionar veementemente a favor de causas ligadas a esquerda (sindicatos, planos de saúde, etc).
É uma coisa muito americana enxergar nas celebridades, que se assemelham aos deuses de outras épocas, uma alternativa mais pura, altruísta e leal aos desmandos políticos da situação. Isso porque estamos falando de um país em que o índice de corrupção nem sequer sombreia o que se vislumbra mais abaixo no atlântico.
Afirmar se George Clooney seria ou não um bom presidente seria tão especulativo quanto apontar os números do próximo concurso da Mega sena. Mas o charme da ideia é inapelável. Tudo pelo poder não é a plataforma eleitoral do Clooney político, mas pode ser uma baita de uma plataforma eleitoral para o Clooney artista. 

2 comentários:

  1. Acho interessante personalidades públicas como George Clooney, que utiliza a sua fama para divulgar causas legais. Ele me lembra Edward Norton neste sentido. Mas, eu me incomodo bastante quando vejo celebridades do porte dele se envolvendo demais nessa parte política... Existe hora e lugar pra tudo....

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