Apresentação
Indústria e crítica adoram apontar a "nova revolução" em determinado gênero cinematográfico. Justamente por isso, crítica e indústria se renderam ao talento de Judd Apatow. Um cara que sempre esteve ligado ao humor e que, ironicamente, fracassou na tv para fazer sucesso no cinema. Um caminho inusitado, já que o cinema parece acolher apenas os tipos bem sucedidos na TV. Apatow, além de ter patenteado um novo tipo de comédia, colaborou na revelação e consolidação de diversos nomes nos campos da direção, roteiro e atuação.
Adepto da teoria de trabalhar com os amigos, Apatow não se incomoda em ampliar o network na base das amizades. Foi o host das últimas duas cerimônias de premiação do sindicato dos diretores – uma prova de que é levado a sério por seus colegas de ofício – e é constantemente convidado para supervisionar textos de colegas em Hollywood e produzir gente nova.
Antes de ter dirigido o terceiro filme, foi eleito a personalidade mais influente em Hollywood pela revista Entertainmet Weekly. A transformação a que submeteu a comédia americana é vívida e constante. Apatow é um exemplo de artista bem definido em seu metiê.
O começo fora do traçado
O pentelho (The cabel guy, EUA 1996)
Ainda ligado a TV, onde produzia e dirigia filmes sem grande repercussão, Apatow integrou o time de produtores dessa razoavelmente bem sucedida incursão na direção do astro Ben Stiller. Trabalhar com Jim Carrey e Ben Stiller, dois dos expoentes do humor no meio dos anos 90, certamente foi uma experiência muito rica para Apatow.
O jeito Apatow de fazer
Freeks & Greeks (série de tv, EUA 1999 -2000)
Foram 18 episódios de uma série que hoje é objeto de culto. O programa marcou o início da parceria e amizade com o roteirista, ator e também produtor Seth Rogen. A série trazia personagens fora da coloração da produção cultural da época, mas os nerds emaconhados de Apatow ainda dominariam Hollywood.
Comédia romântica tipo fast-food
O virgem de 40 anos (The 40 year old virgen, EUA 2005)
Com o talento de Steve Carrel como trunfo e cercado por colaboradores habituais, Apatow realizou um filme que influenciaria a produção de humor americana dali em diante. Um filme que consegue ser fofo, politicamente incorreto e até mesmo grosseiro sem criar conflitos estruturais. Uma prova de que Apatow estava disposto a ser destaque na comédia americana.
Consagração
Ligeiramente grávidos (Knocked up, EUA 2007)
Foi nesse ano que Apatow se firmou como tutor da nova comédia americana. Com o sucesso estrondoso de Ligeiramente grávidos, filme com ponto de partida tão incomum quanto seus protagonistas, o diretor mostrava que a comédia romântica do novo século não carecia de atores do metiê para vingar e contou com Seth Rogen para provar isso. Paralelamente produziu um novo clássico teen, Superbad que desestabilizou referências com uma pegada mais pop, lacônica e profundamente conectada com o seu tempo.
Um 8 e ½ do humor
Tá rindo do quê? (Funny people, EUA 2009)
Desviando-se um pouco da própria seara, Apatow se incumbiu de fazer um exame sobre a vida de gente que vive de fazer comédia. Chamou o antigo colega de quarto, Adam Sandler, para fazer um astro do stand up comedy que se descobre com câncer e tenta colocar sua vida em ordem enquanto prepara um substituto. A comédia melancólica de Apatow não encontrou seu público e parece um tanto desprovida de propósito, mas é um belo retrato sobre o isolamento da vida. Esteja você no ramo da comédia ou não.
Aumentando o plantel
Missão madrinha de casamento (Bridesmaids, EUA 2011)
Cada vez mais presente como produtor, Apatow aprecia a posição de ser o fomentador de novas carreiras. Aqui ele produz um filme em que supervisionou o roteiro de estreantes e um diretor com muito transito na tv e pouco espaço no cinema (tal qual o próprio Apatow anos antes). Missão madrinha de casamento é uma das comédias mais lucrativas da temporada de blockbusters e confirma o bom tato de Apatow na escolha de projetos em que só atuará como produtor.
Boa escolha, Reinaldo. Judd Apatow sabe mesmo escolher seus projetos. E adorei Missão Madrinha de Casamento por trazer um viés feminino nessa vasta obra masculina.
ResponderExcluirbjs
Grande Apatow, o maior nome do gênero da comédia atual.
ResponderExcluirhttp://cinelupinha.blogspot.com/
Não gosto muito dos filmes de Judd Apatow, mas é excelente e completo a filmografia que você comentou aqui no blog Reinaldo. Digno! Parabéns.
ResponderExcluirO Rodrigo aqui promete assistir com mais atenção esses "funny movies" de Apatow later. Rs! Meu gosto vai para sutilezas como Billy Wilder e Allen.
Abraço
Rodrigo
Já tinha gostado da coluna anterior, e gostei muito da organização dessa. Não sou um grande admirado do Judd Apatow, mas tua abordagem aqui é irretocável para conhecermos e entendermos a linha de trabalho...
ResponderExcluirAmanda: Valeu.Que bom que gostou!
ResponderExcluirBjs
Rafael W: Seguramente!
Abs
Rodrigo Mendes: Rsrs. Eu sei que vc faz mais o gênero do Wilder e do Allen. Eu tb. Mas aprecio pacas esse estilo d ehumor tb.
Abs
Luiz Santiago: Obrigado pelo feedback positivo meu caro.
Abs