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quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Filmografia comentada - Judd Apatow

Apresentação

Indústria e crítica adoram apontar a "nova revolução" em determinado gênero cinematográfico. Justamente por isso, crítica e indústria se renderam ao talento de Judd Apatow. Um cara que sempre esteve ligado ao humor e que, ironicamente, fracassou na tv para fazer sucesso no cinema. Um caminho inusitado, já que o cinema parece acolher apenas os tipos bem sucedidos na TV. Apatow, além de ter patenteado um novo tipo de comédia, colaborou na revelação e consolidação de diversos nomes nos campos da direção, roteiro e atuação.
Adepto da teoria de trabalhar com os amigos, Apatow não se incomoda em ampliar o network na base das amizades. Foi o host das últimas duas cerimônias de premiação do sindicato dos diretores – uma prova de que é levado a sério por seus colegas de ofício – e é constantemente convidado para supervisionar textos de colegas em Hollywood e produzir gente nova.
Antes de ter dirigido o terceiro filme, foi eleito a personalidade mais influente em Hollywood pela revista Entertainmet Weekly. A transformação a que submeteu a comédia americana é vívida e constante. Apatow é um exemplo de artista bem definido em seu metiê.







O começo fora do traçado

O pentelho (The cabel guy, EUA 1996)
Ainda ligado a TV, onde produzia e dirigia filmes sem grande repercussão, Apatow integrou o time de produtores dessa razoavelmente bem sucedida incursão na direção do astro Ben Stiller. Trabalhar com Jim Carrey e Ben Stiller, dois dos expoentes do humor no meio dos anos 90, certamente foi uma experiência muito rica para Apatow.



O jeito Apatow de fazer
Freeks & Greeks (série de tv, EUA 1999 -2000)
Foram 18 episódios de uma série que hoje é objeto de culto. O programa marcou o início da parceria e amizade com o roteirista, ator e também produtor Seth Rogen. A série trazia personagens fora da coloração da produção cultural da época, mas os nerds emaconhados de Apatow ainda dominariam Hollywood.


Comédia romântica tipo fast-food
O virgem de 40 anos (The 40 year old virgen, EUA 2005)
Com o talento de Steve Carrel como trunfo e cercado por colaboradores habituais, Apatow realizou um filme que influenciaria a produção de humor americana dali em diante. Um filme que consegue ser fofo, politicamente incorreto e até mesmo grosseiro sem criar conflitos estruturais. Uma prova de que Apatow estava disposto a ser destaque na comédia americana.



Consagração
Ligeiramente grávidos (Knocked up, EUA 2007)
Foi nesse ano que Apatow se firmou como tutor da nova comédia americana. Com o sucesso estrondoso de Ligeiramente grávidos, filme com ponto de partida tão incomum quanto seus protagonistas, o diretor mostrava que a comédia romântica do novo século não carecia de atores do metiê para vingar e contou com Seth Rogen para provar isso. Paralelamente produziu um novo clássico teen, Superbad que desestabilizou referências com uma pegada mais pop, lacônica e profundamente conectada com o seu tempo.


Um 8 e ½ do humor
Tá rindo do quê? (Funny people, EUA 2009)
Desviando-se um pouco da própria seara, Apatow se incumbiu de fazer um exame sobre a vida de gente que vive de fazer comédia. Chamou o antigo colega de quarto, Adam Sandler, para fazer um astro do stand up comedy que se descobre com câncer e tenta colocar sua vida em ordem enquanto prepara um substituto. A comédia melancólica de Apatow não encontrou seu público e parece um tanto desprovida de propósito, mas é um belo retrato sobre o isolamento da vida. Esteja você no ramo da comédia ou não.


Aumentando o plantel
Missão madrinha de casamento (Bridesmaids, EUA 2011)
Cada vez mais presente como produtor, Apatow aprecia a posição de ser o fomentador de novas carreiras. Aqui ele produz um filme em que supervisionou o roteiro de estreantes e um diretor com muito transito na tv e pouco espaço no cinema (tal qual o próprio Apatow anos antes). Missão madrinha de casamento é uma das comédias mais lucrativas da temporada de blockbusters e confirma o bom tato de Apatow na escolha de projetos em que só atuará como produtor.

5 comentários:

  1. Boa escolha, Reinaldo. Judd Apatow sabe mesmo escolher seus projetos. E adorei Missão Madrinha de Casamento por trazer um viés feminino nessa vasta obra masculina.

    bjs

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  2. Grande Apatow, o maior nome do gênero da comédia atual.

    http://cinelupinha.blogspot.com/

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  3. Não gosto muito dos filmes de Judd Apatow, mas é excelente e completo a filmografia que você comentou aqui no blog Reinaldo. Digno! Parabéns.

    O Rodrigo aqui promete assistir com mais atenção esses "funny movies" de Apatow later. Rs! Meu gosto vai para sutilezas como Billy Wilder e Allen.

    Abraço
    Rodrigo

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  4. Já tinha gostado da coluna anterior, e gostei muito da organização dessa. Não sou um grande admirado do Judd Apatow, mas tua abordagem aqui é irretocável para conhecermos e entendermos a linha de trabalho...

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  5. Amanda: Valeu.Que bom que gostou!
    Bjs

    Rafael W: Seguramente!
    Abs

    Rodrigo Mendes: Rsrs. Eu sei que vc faz mais o gênero do Wilder e do Allen. Eu tb. Mas aprecio pacas esse estilo d ehumor tb.
    Abs

    Luiz Santiago: Obrigado pelo feedback positivo meu caro.
    Abs

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