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quarta-feira, 18 de maio de 2011

Panorama - Um dia de cão




Era um dia como outro qualquer no Brooklin. E Sidney Lumet abre Um dia de cão (Dog day afternoon, EUA 1975) frisando isso. Essa casualidade combinada com a tragédia é um elemento de proeminência na filmografia do diretor que aqui a exacerba e se transforma em referência para o cinema policial. Spike Lee homenageou Um dia de cão com seu O plano perfeito (Inside man, EUA 2006), tanto na psicologia da ação quanto na forma de encená-la. Visceral e tenso, Um dia de cão foi o filme que colocou o cinema policial no primeiro escalão da produção cinematográfica. Al Pacino faz Sonny, um cara educado que decide roubar um banco para financiar a operação de mudança de sexo do amante. O inferno de Sonny  e seu comparsa Sal, que faz questão de ser tido como heterossexual, começa com a constatação de que há pouco dinheiro no cofre do banco. O cerco policial é outro entrave nos planos de Sonny que, aos poucos, vai deixando o desespero tomar conta.
A inconsequência de Sonny, sugere Lumet, seria fruto de uma rotina familiar esmagadora, um trabalho opressivo e um sentimento de ingratidão muito forte. É possível enxergar uma causa proletária na ação de Sonny, mas não em Um dia de cão. Lumet já abre seu filme afirmando que era um dia qualquer no Brooklin. Calhava de não ser um bom dia para Sonny. 

3 comentários:

  1. Bela lembrança Reinaldo, aliás devo comentar aqui que o seu texto do 12 Homens e 1 Sentença tbm ficou ótimo. Obras primas de um saudoso Lumet.

    Abs.
    Rodrigo

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  2. Rodrigo: Valeu meu caro. E vem aí na sequência da mostra Panorama neste mês O veredicto e Antes que o diabo saiba que você está morto.
    Abs

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