David O. Russell tinha a seu favor o anonimato quando lançou Três reis (Three kings, EUA 1999). Vantagem que o sucesso de crítica do filme lhe roubou. Aqui Russell potencializa o olhar irônico e o cinismo calculado que permeara seu trabalho anterior. Três reis não é um drama de guerra. É uma comédia sobre o fim de uma guerra. E essa constatação faz toda a diferença. Russell compreende que a melhor maneira de se estabelecer uma crítica é não se levar a sério. E Três reis sobeja na arte de não se levar a sério. Russell não se interessa mais pela alegoria política do que pelo absurdo da situação de um grupo de soldados americanos entediados resolverem roubar o ouro de Saddam Hussein. O despertar de consciência desse grupo é igualmente tratado com desdém pelo diretor que não se incumbe de fazer sua audiência acreditar no súbito amor ao próximo de seus personagens. É esse misto de admiração e desdém que pauta a narrativa de Três reis. Uma equação fácil de se apreciar, difícil de se obter. A verve de Russell pode ser sentida justamente aí. Na força com que conduz uma história que poderia resultar em muitos erros, mas que se transforma em uma soma de acertos em muito pelas opções da realização. Tecnicamente empolgante (a fotografia e a montagem da fita são impactantes), Três reis é o cartão de visitas de Russell em Hollywood. Doze anos depois, ainda é o melhor que ele tem em mãos.
Então, preciso conferir urgente. Acredita que ainda não vi?
ResponderExcluirbjs
Como vc sabe, já está na minha lista :P
ResponderExcluirBeijos
Amanda:Acredito.rsrs. Espero que vc goste!
ResponderExcluirbjs
Aline: Sei.rsrs.
Bjs