O primeiro destaque de Cantinho do DVD em seu retorno é Trama internacional. O filme, de 2009, traz como principal vilão uma instituição financeira. O alemão Tom Tykwer, diretor da fita, durante a promoção do filme respondeu várias perguntas e assentiu diversos paralelos com a crise financeira desencadeada em meados de 2008. Tykwer, obviamente, assegurava ser Trama internacional uma feliz concidência de mercado. De qualquer forma, na esteira do Oscar para o documentário Trabalho interno (que investiga as razões da referida crise), assistir a um filme que, ainda que ficcional, joga algumas verdades no ventilador é uma boa pedida.
O clima de James Bond surge em algum momento e é curioso ver Clive Owen (que era a primeira opção de Michael G. Wilson e Barbara Broccoli para assumir o cargo de Pierce Brosnan) fazendo o tipo que recusou fazer na série mais famosa da história do cinema. Naomi Watts completa o elenco desse fino entretenimento.
Crítica
Na esteira da crise financeira que assolou o mundo em 2008, a produção franco-inglesa Trama internacional (ALE/INGL/EUA 2009) é tão profética quanto satírica. Dirigido pelo alemão Tom Tykwer (Corra Lola corra), o filme vilaniza uma instituição financeira, no caso o fictício banco IBBC – sediado em Luxemburgo. Contudo, Trama internacional não ambiciona ser um filme de viés político - ou veículo anticapitalista como apregoaram alguns mal intencionados. A fita de Tykwer é um excelente thriller de espionagem que confia em uma história bem engendrada e em atores carismáticos.
O agente da Interpol Louis Salinger (Clive Owen) colabora em uma investigação de proporções internacionais com a promotoria de Nova Iorque para desbaratar a atuação do IBBC como intermediário de negociações no mercado negro de armas. A assistente de promotoria Eleanor Whitman (Naomi Watts) é quem atua próxima de Salinger nas investigações que se desenrolam por Milão, Paris, Berlim, Nova Iorque e outros pólos mundiais.
Com diálogos inteligentes, um roteiro não menos do que brilhante, e cenas muito bem arquitetadas (destaque especial para um tenso tiroteio que se dá em um museu nova-iorquino), Trama internacional se apresenta como um filme de inegável pedigree. Peca, é verdade, em seu ato final; quando o filme envereda pelo padrão James Bond, renunciado a austeridade – ainda que dentro de um contexto ficcional – que pautava a dramatização. De qualquer jeito, Trama internacional é um filme que mostra verdades subliminares. Em um mundo que testemunha insurreições diárias de grupos paramilitares na África e em países de terceiro mundo, há de se ponderar como se dá o acesso a armamento tão vasto. As artimanhas políticas em busca de controle podem não ser como aventado na ótima trama do filme de Tykwer, mas elas estão sintetizadas na fala do personagem Umberto Calvani (participação pequena do ator Luca Giorgio Barbareschi): “Quem controla a dívida, controla todo o mais”! O ideário capitalista prescinde de melhor tradução.
Salve,muito fera teu blog.
ResponderExcluirparabéns.
Seguindo,segue ai tbm?
http://hiphopactivistface.blogspot.com/
Vou visitar teu blog meu chapa! Valeu por prestigiar Claquete! Abs
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