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domingo, 23 de janeiro de 2011

Crítica - O turista

Pura gozação!


Vamos quebrar o gelo: O turista (The tourist, EUA 2010) não é um filme ruim. Nem de longe. Também não é um filme digno de indicação a um prêmio como o Globo de ouro, mas entre esses dois extremos, há um filme divertido e dotado de um senso de humor refinado.
A fita de Florian Henckel Von Donnersmarck não é uma comédia, mas certamente é um filme que se vale muito habilmente do ofício de fazer rir. Com vocação para a sátira, O turista busca ridicularizar o universo da espionagem. Ao imprimir um tom de gozação desde a cena inicial - em que agentes da Scotland Yard, dentro de uma van, seguem descaradamente a uma mulher suspeita – a realização avaliza essa opção .
Donnersmarck, é bem verdade, não busca potencializar tensões ou investir em uma história de amor incidental. Nesse sentido, a pouca química experimentada entre os protagonistas Johnny Depp e Angelina Jolie soa proposital. São personagens diferentes, com intenções divergentes e objetivos variados. A convivência gera estranheza e, mais que isso, provoca estranheza. Portanto, não é que falte química, registra-se pouco dela para que a história contada ganhe dimensão.


Ah, a química...: ela não está calibrada propositadamente


Frank Tupelo (Johnny Depp) é um professor de matemática abordado em um trem com destino a Veneza pela inebriante Elise Ward (Angelina Jolie). A ideia de Ward é fazer a Scotland Yard acreditar que Tupelo é Alexander Pierce, comparsa de Ward que acaba de fazer uma cirurgia plástica para mudar de face. Pierce e Ward são contraventores internacionalmente procurados.
O jogo de gato e rato é mesmo uma piada. O roteiro oferece algumas reviravoltas estapafúrdias, mas tudo ponderado pelos personagens no devido espírito (nesse sentido, os agentes vividos por Paul Bettany e pelo ex- James Bond Timothy Dalton são pontuais). Donnersmarck tem ciência das deficiências de sua história e não se preocupa em contorná-las. Tudo pela gozação! Se o final é tão improvável quanto inverossímil, embora pertinente dentro da lógica do roteiro, é a ratificação da intenção da realização em satirizar um gênero que desde que Hitchcock se foi perdeu em humor e ganhou em sisudez.

2 comentários:

  1. O problema de O Turista é o roteiro, eu achei a história e o desfecho muito fracos.

    O filme tem uma estética sofisticada e bem européia, mas o roteiro, as atuações de Depp e Jolie estragaram o filme p/ mim.

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  2. Película criativa: A história é fraca, mas não chega a ser ruim. O que é uma grande diferença. A questão é mais a intenção d arealização que era essa satira. Está tudo mundo levando a sério algo que não é sério. O problema começa aí...
    bjs

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