À primazia pode causar estranheza David Fincher estar por trás de um projeto como O curioso caso de Benjamin Button. Contudo, o interesse em ver como um cineasta cerebral como Fincher desvelaria uma história profundamente emocional como a de Benjamin Button é um componente poderoso. Inclusive para o próprio Fincher, seduzido pelo apelo da história. Tanto que viu no material a oportunidade de colaborar pela terceira vez com Brad Pitt, reconhecidamente seu ator preferido.
Houve comparações, sempre desfavoráveis ao filme de Fincher, entre Benjamin Button e Forrest Gump. Pelo tom épico e fantasioso da narrativa e pela jornada dos personagens (além de ambos terem sido escritos pelo dramaturgo Eric Roth). A comparação, apesar de insidiosa, é superficial. Já que no filme de Fincher, diferentemente do que ocorre na fita estrelada por Tom Hanks, o tempo e suas maledicências são proeminentes figuras. Há, também, uma história de amor maravilhosamente contada. As potencialidades de Benjamin Button enquanto cinema extravasam o mimetismo da história contada (e aí se agrupam a homenagem a Nova Orleans pós Katrina, os efeitos especiais tão festejados, o brio da moral encenada, a eficiência das atuações). Fincher põe o pragmatismo do seu raciocínio cinematográfico a serviço de um filme de muitas fragrâncias. Há exuberância técnica (como na cena em que Benjamin desenvolve todo um raciocínio para nos contar sobre o acidente que acometeu Daisy, personagem de Cate Blanchet) e há sentimento. Mas Fincher, perfeccionista que é, enquadra o sentimento em meio a ponderações. Nunca renegando suas características de cineasta cerebral. Justamente por isso, há quem enxergue em Benjamin Button um filme frio. Mas foi justamente essa opção por um cinema asséptico que possibilitou que O curioso caso de Benjamin Button, a despeito de seu viés fantasioso, pudesse ser dos melhores materiais reflexivos a surgir não só no cinema, mas na arte como um todo, nos últimos anos.
O Curioso Caso de Benjamin Button, não me convence. Como um todo é, para mim, descartável.
ResponderExcluirA empatia pela história de amor do casal nunca acontece porque Cate Blanchet está fria, totalmente sem inspiração nesse trabalho.
Além de Brad Pitt, só a maquiagem mesmo me convence.
Grande abraço.
;)
P.S.: Não entendi teu comentário no DC! Estavas me gozando? Era isso?! De qualquer maneira, aumentei a fonte... rsrsrsrs
Também sou uma das que achei o filme sobrevalorizado. Não sei da onde tanta gente se simpatizou com o mesmo.
ResponderExcluirO que salva, na minha opinião, é a história, bem original, e o Brad. Só.
Beijoss
Cássio:Pois é Cássio, achamos mais um ponto de discordância. Para mim, O curioso caso de Benjamin Button é um filmaço.
ResponderExcluirQuanto ao PS, creio que já esclarecemos né?! Não era gozação não. Não estava conseguindo ler mesmo. However, problem solved! abs
Laís:É o que eu disse do filme ser asséptico. Não envolve as pessoas. Pelo menos não a primazia. Mas é a melhor reflexão sobre o tempo que eu já vi no cinema. Beijos
Pois para mim é "O Sétimo Selo" de Ingmar Bergman e/ou "Pi" de Darren Aronofsky, só para citar alguns exemplos!
ResponderExcluirAbs
Esse filme foi um dos únicos que vi no cinema e que meses depois aluguei na locadora
ResponderExcluir!!!
Sensacional
Cássio: Concordo contigo quanto a O sétimo selo, mas acho PI pretensão de mais e conteúdo de menos.De qualquer maneira, ainda fico com Benjamin button a O sétimo selo. abs
ResponderExcluirMarcelo: Foi um dos últimos filmes (junto com Amor sem escalas) que me provocou reflexões contínuas por dias. Isso significa muito!
Abs
Esse filme ainda me deixa reflexivo, mesmo já tendo passado mais de um ano desde que o assisti pela primeira vez. Me assusta quanto taxam o filme de asséptico uma vez que foi um dos que mais me emocionou.
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