Já virou tradição. Todo ano um pequeno darling descoberto no festival de Sundance ganha o mundo e elogios e encerra uma jornada consagradora na noite do Oscar. Foi assim, em outros anos, com Pequena miss sunshine (2006) e Preciosa (2009), entre tantas outras produções independentes americanas que ganharam a simpatia da crítica e, em consequência, se destacaram junto à mídia e o público.
O que mais chama a atenção em Minhas mães e meu pai (The kids are all right, EUA 2010) é a escala da jornada. O filme começou seu périplo em Sundance, como manda o figurino, e mal o festival sitiado na gélida Utah tinha acabado e o filme já estava sendo exibido em outro festival, Berlim. A fita de Lisa Cholodenko (do sensual e portentoso Laurel Canyon – a rua das tentações) saiu de Berlim com um prêmio especial concedido pelo júri. Minhas mães e meu pai também foi exibido nos festivais de Londres, Roma, Los Angeles, Tribeca, Tóquio e Rio de Janeiro. O filme colheu elogios em todos os festivais pelos quais passou.
Na estréia americana, que ocorreu em pleno verão americano (no dia 30 de julho), a fita - que contou com apenas sete cópias em todo país - garantiu a melhor média por sala de uma produção estreada em solo americano em 2010. A carreira comercial do filme, que custou aproximadamente U$ 4 milhões, se encerrou no mercado americano com um total de U$ 21 milhões. Um ganho de quatro vezes em relação ao orçamento.
Mas o que faz de Minhas mães e meu pai essa atração?
Família reunida: o filme foi sensação em todos os festivais de cinema que participou
Um filme familiar
“O filme mostra uma dinâmica familiar tradicional em um ambiente familiar que as pessoas não julgam tradicional”, colocou o Hollywood Reporter à época da exibição do filme em Berlim, no início do ano.
A ponderação da matéria do diário de entretenimento americano se justifica pelo fato de que em Minhas mães e meu pai, Julianne Moore e Annette Benning vivem um casal de lésbicas que mantém um circulo familiar de classe média sem maiores solavancos. Têm dois filhos (Mia Wasikowska e Josh Hutcherson), frutos de inseminação artificial que cada uma fez de um mesmo doador, papel de Mark Ruffalo, e são o protótipo do sonho americano. O primeiro arranhão nesse retrato de família surge quando os filhos decidem conhecer seu pai biológico. A rotina e a segurança dessa rotina são postas em suspensão quando a figura paterna passa a ser uma presença real. Inclusive, despertando insegurança na própria relação das personagens de Moore e Benning.
Essa, talvez, seja a maior viagem desse filme tão viajado. Expor fissuras “normais” e reconhecíveis por qualquer espectador em uma dramatização incomum e ousada. Afinal, toda família é incomum aos olhos de terceiros.
A sexualidade, e a influência que vínculos afetivos exercem sobre ela, também são aspectos realçados na dramaturgia de Minhas mães e meu pai
A sexualidade, e a influência que vínculos afetivos exercem sobre ela, também são aspectos realçados na dramaturgia de Minhas mães e meu pai
Claro, um filme que estou super ansioso para conferir!
ResponderExcluirEstou curiosa quando ao filme, já vi grandes elogios a ele e a atuação de Annette Benning.
ResponderExcluirbjs
Quero muito ver esse filme! Adoro Annette Bening e Julianne Moore. Também gosto muito da Mia Wasikowska, mesmo ela sendo uma decepção em "Alice no País das Maravilhas"...
ResponderExcluirFala Reinaldo.
ResponderExcluirJá assisti o filme na Mostra e gostei bastante, tem uma mistura bem equilibrada e realista de comédia e drama - assim como a vida real. E tem o Mark Ruffalo numa grande atuação (indicação ao Oscar de coadjuvante, talvez).
Outra coisa: vc conhece esse blog?
http://blogueiroscinefilos.wordpress.com/
É uma união de vários blogs q falam de cinema, e eles estão selecionando novos membros. Acho q vc tem td a ver, dá uma olhada lá.
Abs
Alan:Espero que vc possa conferir em breve! abs
ResponderExcluirAmanda: Espero que vc tb possa conferir e goste do filme. bjs
Matheus: Sou dos poucos que acho que Mia foi uma das poucas coisas não decepcionantes em Alice. Para mim ela foi o melhor desse infeliz filme. Abs
Diego Olivares: Grande Diego. Já estava com saudades de seus comentários. Pois é, o nome de Rufallo vem sendo ventilado para premiações. Aliás, o trio principal vem com forças. Resta-nos esperar pelas primeiras premiações para ver se esse panorama não vai mudar. São três atores queridos, mas - até certo ponto - injustiçados.
Conheço sim o blog Diego.Aliás, já tentei participar da sociedade, mas como não era período de inscrições não me foi dada a oportunidade. Hoje, francamente, não tenho interesse em participar. Na época, afoito com o meu blog (que era recente) queria muito me enturmar com outros blogueiros. Hoje não sofro da mesma ânsia.
Continue por perto!
Grande abraço!