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segunda-feira, 13 de setembro de 2010

ESPECIAL WALL STREET - O DINHEIRO NUNCA DORME: Revendo o primeiro filme


Wall street – o dinheiro nunca dorme surge 23 anos depois de Wall street – poder e cobiça. Nesse meio tempo, Oliver Stone declinou de convites feitos pelo estúdio (a Fox) e pelo ator Michael Douglas para retornar ao universo mostrado no primeiro filme. A justificativa de Stone era de que a mensagem do primeiro filme ainda era atual e suficientemente sonora, portanto, não haveria razão de se fazer um segundo longa sobre Wall street. Mesmo com o segundo filme em vias de ser lançado, Wall street-poder e cobiça continua atual. A história que mostra o sonho americano em sua faceta mais controversa e distópica reverbera atualidade em cada fotograma.
O filme tem o mérito de tornar compreensível os mecanismos do mercado financeiro e, na belíssima construção do roteiro de Stanley Weiser e Oliver Stone, conduzir sua platéia para indefectíveis conclusões. Wall street – poder e cobiça é um filme charmoso. O fato de desentranhar as engrenagens capitalistas não faz com que o filme deixe de ser um entretenimento vistoso. Esse paradigma serve ao cinemão na mesma medida que serve ao cinema de gênero. Gordon Gekko (Michael Douglas) foi um dos primeiros vilões modernos a surgirem no cinema. Aquele tipo de personagem que não é absolutamente mal, mas imperfeito em sua humanidade. Falho. Real.
Bud Fox (Charlie Sheen) é um corretor que busca o sucesso na profissão e sabe que um valoroso atalho nesse sentido é Gordon Gekko. Disposto a se projetar para Gekko, Bud se vale de alguns expedientes que chamam a atenção do tubarão das finanças. Gekko apadrinha Bud e começa a lhe apresentar seu estilo de jogo no mercado financeiro, em que é preciso enfiar a mão na lama bem mais fundo do que se supõe. O que ocorre é que Bud não consegue deixar sua consciência de lado, o que impreterivelmente lhe desviará do sucesso em Wall street. A fita é feliz ao expor a crueza do mundo dos negócios e as diferentes perspectivas das pessoas que o gravitam.
Embora o desfecho espraie um certo moralismo, não redime seus personagens. Tão pouco menora o impacto de suas ações ou subverte a lógica das mesmas. O filme acaba, mas o eco do que ocorre nos porões de Wall street ainda não está esgotado.

5 comentários:

  1. Este é um filme que ainda tenho que conferir, parece ser bem bacana. A sua continuação, que será lançada agora, pelo visto não será uma decepção, não é ?
    ...

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  2. Sendo bem sincera, a única coisa que eu gosto no primeiro filme é da performance do Michael Douglas.

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  3. Alan:Não será uma decepção. Dificilmente será melhor do que o original, mas vai ser coisa boa. Abs

    Kamila: Poxa Ka, jura?! Eu adoro Wall Street. Acho um filme referencial em vários níveis. Bjs

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  4. Belo texto, Reinaldo.

    Fazendo outro paralelo (além do já realizado por ti, em outro post, em relação a "Platoon"), ao premiar "Guerra ao Terror" a Academia reverenciou, novamente, a criatividade de Stone. Refiro-me a construção dos seus personagens, ou dos "vilões modernos" como muito bem percebestes. Sim, porque o desarmador de bombas, James, de "Guerra ao Terror" é inconstante, repleto de dúvidas: a mímeses do homem contemporâneo.

    Grande abraço.
    ;)

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  5. E mais uma vez vc mata a charada com Classe Cássio. Agradeço por sempre manter elevado o nível do debate aqui em Claquete.
    Grande abraço!

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