Coincidências do amor (The switch, EUA 2010) é uma grata surpresa em um circuito dominado por comédias românticas decididas a serem diferenciadas, mas decididamente irmanadas no fracasso desse intento. A fita dirigida por Will Speck e Josh Gordon, baseada em um conto publicado na revista The New Yorker, parte de um premissa muito semelhante a outra comédia romântica exibida nos cinemas em 2010. Em Plano B, Jennifer Lopez sentia o sino da maternidade bater e não se via com muitas chances de ser mãe, já que não conseguia um relacionamento estável. Optou pela inseminação artificial só para no mesmo dia conhecer o amor de sua vida. Plano B, é bem verdade, é agradável e tira proveito de situações incomuns (embora previsíveis) dentro do universo da comédia romântica. Já Coincidências do amor amplia o escopo. Na trama, Jennifer Aniston vive uma solteirona que vive o mesmo dilema. Ela decide fazer a inseminação artificial, no que é desencorajada pelo personagem de Jason Bateman, amigo de longa data que no fundo é apaixonado por ela – mas nunca teve forças para assumir esse sentimento (para si e para ela).
Na primeira meia hora o filme investe fortemente na comédia, no que se vale do excelente timing cômico de Bateman, para depois adentrar um nicho mais sério, mas sem perder a graça ou o jeito fofura de comédia romântica. Acidentalmente (em uma cena não tão engraçada quanto deveria), o personagem de Bateman troca o esperma do doador eleito por Jennifer pelo seu. Daí em diante, Coincidências do amor segue um caminho previsível, mas irresistível. O filme não se omite de capturar os sentimentos contraditórios de seus personagens (importante frisar que além de ser protagonista, o ponto de vista adotado pelo roteiro é o de Bateman) e estende seu escopo, criando algumas cenas bastante comoventes (ainda que moralistas). Essa opção faz da comédia romântica em questão, um hibrido dos mais interessantes. Pois ajusta as expectativas da platéia (expectativas essas relacionada ao desenvolvimento de um filme do gênero) a elementos não tão insidiosos em um romance. O filme ter sido um fracasso mapeia o que deu errado. No final das contas, por mais absurda que seja a premissa do filme (uma troca de esperma que vincula duas pessoas para sempre), Coincidências do amor é a comédia romântica mais verdadeira dos últimos tempos. Talvez não estejamos preparados para algo assim. Uma pena. Comédia romântica é bom. Se for inteligente e factível é melhor ainda.
Não diria que esta é a comédia romântica mais verdadeira dos últimos tempos, mas concordo que ela é, realmente, diferenciada. O filme valeu, pra mim, pela relação estabelecida entre Wally e Sebastian. Achei-os lindos e fofos! Amor de verdade, era entre eles, ali. :)
ResponderExcluirJá tinham me falado que era legal, com seu texto, fiquei ainda mais interessada em ver. Provavelmente desse fim de semana não passa.
ResponderExcluirbjs
Mais um filme que estou afim de conferir. Bacana, até que nesta temporada está tendo umas boas 'comédias românticas'...
ResponderExcluirOi Reinaldo!!
ResponderExcluirVi o trailer deste filme quando fui assistir Amor À Distãncia. Típico não? Rs!
O lance do espermatozóide me fez dar umas gargalhadinhas, sabe aquele peidinho pela boca (Ri ri ri)...(no trailer)Rs!
Verei só no DVD mesmo, se bem que Jason é simpático e a Jennifer também!
O que é factível para você no cinema?
Abraços
Rodrigo
Kamila: Então Ka, justamente por capturar, e bem, uma relação como a de Wally e Sebastian (algo apenas periférico em uma comédia romântica digamos convencional) é que digo que o filme se diferencia. Bjs
ResponderExcluirAmanda: Espero que vc goste. Bjs
Alan: É verdade. Não há nenhuma marcante, mas muitas interessantes e agradáveis. Abs
Rodrigo: No cinema ou no DVD, é um bom divertimento Rodrigo. Nada de mais, mas é melhor do que se supõe. Pelo menos foi o que ocorreu comigo.
O que quis dizer com factível no contexto deste filme (não no cinema de modo geral) é que a solução do filme se dá de forma muito mais crível e verdadeira do que em muitas comédias românticas que vemos por aí. São poucos os filmes recentes que podem se orgulhar desse hype. De cabeça agora só me lembro d eoutro filme estrelado por Jennifer Aniston (Separados pelo casamento) e de Terapia do amor. Enfim, um filme fofo, mas que não chega a ser dissimulado. Se é que vc me entende...
Abs