O público brasileiro parece dividido entre os que gostam de cinema nacional e aqueles que o repudiam. Essa dicotomia é herança da fase das pornochanchadas brasileiras dos anos 70. Mesmo depois da retomada, cujo marco remete a Carlota Joaquina (1995), de Carla Camurati, o cinema brasileiro continuou sendo visto com desconfiança, quando não vergonha, por grande parcela de seu público. Foi preciso internacionalizar-se, com filmes como Cidade de Deus (2002), Madame Satã (2002), Carandiru (2003), Cinema, aspirinas e urubus (2005) e Tropa de elite (2007) e com figuras como Rodrigo Santoro, Alice Braga, Walter Salles, Fernanda Montenegro, o compositor Antônio Pinto e Fernando Meirelles para que o nosso cinema ganhasse um voto de confiança por aqui.
Não que a evolução tenha chega ao fim, mas a curva de ascendência é notável. Produz-se mais e melhor cinema no país. Tanto com o braço da Globo e com incentivo fiscais, como de maneira independente (caso de filmes como O cheiro do ralo, Reflexões de um liquidificador, Se nada mais der certo e A festa da menina morta).
O painel de estréias nacionais para esse segundo semestre demonstra essa abrangência multifacetada da produção nacional. Há tramas policias, dramas inusitados, dramas familiares, comédias inteligentes, comédias debochadas, comédias banais, romances, adaptações literárias, sequências de produções de sucesso e documentários. Nunca o cinema nacional foi tão bem contemplado pelo público, pela crítica e pelas exibidoras que se preparam para receber com festa produções como Tropa de elite 2, Bróder, Família vende tudo, entre tantas outras.
Selton Mello e Carlos Alberto Riccelli são dois agentes federais em Federal, dirigido por Eryk de CastroNão que a evolução tenha chega ao fim, mas a curva de ascendência é notável. Produz-se mais e melhor cinema no país. Tanto com o braço da Globo e com incentivo fiscais, como de maneira independente (caso de filmes como O cheiro do ralo, Reflexões de um liquidificador, Se nada mais der certo e A festa da menina morta).
O painel de estréias nacionais para esse segundo semestre demonstra essa abrangência multifacetada da produção nacional. Há tramas policias, dramas inusitados, dramas familiares, comédias inteligentes, comédias debochadas, comédias banais, romances, adaptações literárias, sequências de produções de sucesso e documentários. Nunca o cinema nacional foi tão bem contemplado pelo público, pela crítica e pelas exibidoras que se preparam para receber com festa produções como Tropa de elite 2, Bróder, Família vende tudo, entre tantas outras.
Cena do romance Malu de bicileta, adaptação do livro do jornalista Marcelo Rubens Paiva: "A influência é de Woody Allen", declarou Marcelo Serrado sobre o espírito do filme
Nós por nós mesmos
E uma dessas produções é 5 x favela: agora por nós mesmos. O filme, que conta com co-produção da Globo filmes e da Columbia Pictures (que o distribue), é um espelho do que acontece no cinema brasileiro. Em um ponto, o levante da nova geração de cineastas e em um outro aspecto, a apropriação de sua própria história. O hype da produção é que o filme (que conta com sete diretores que tocam cinco curtas ambientados em diferentes comunidades cariocas) é todo elaborado por pessoas que viveram e, mais importante ainda, vivem naquela realidade. Se o filme resultar ingênuo é reflexo de um movimento pela democratização do cinema. Afinal, já vimos muitos sociólogos, cineastas de esquerda e intelectuais de toda sorte discorrer sobre as agruras de ser favelado, mas essa é uma perspectiva nova. Talvez por isso o filme tenha sido tão laureado no último festival de Paulínia, de onde saiu consagrado com sete prêmios (inclusive melhor filme). Aliás, a consagração teve direito a lágrimas e manifestos sócio-políticos que se já são notórios e contumazes de eventos dessa natureza no país, faltam ao nosso cinema que só sabe multiplicar o politicamente correto em celulóide. De qualquer jeito, o espectador poderá tirar a prova dos nove a partir desta sexta-feira, 27 de agosto, quando 5 x favela: Agora por nós mesmos estréia em circuito nacional.
Sim, favela de novo: Mais um filme sobre a realidade das favelas, a diferença é que o próprio faz parte de um projeto socialE uma dessas produções é 5 x favela: agora por nós mesmos. O filme, que conta com co-produção da Globo filmes e da Columbia Pictures (que o distribue), é um espelho do que acontece no cinema brasileiro. Em um ponto, o levante da nova geração de cineastas e em um outro aspecto, a apropriação de sua própria história. O hype da produção é que o filme (que conta com sete diretores que tocam cinco curtas ambientados em diferentes comunidades cariocas) é todo elaborado por pessoas que viveram e, mais importante ainda, vivem naquela realidade. Se o filme resultar ingênuo é reflexo de um movimento pela democratização do cinema. Afinal, já vimos muitos sociólogos, cineastas de esquerda e intelectuais de toda sorte discorrer sobre as agruras de ser favelado, mas essa é uma perspectiva nova. Talvez por isso o filme tenha sido tão laureado no último festival de Paulínia, de onde saiu consagrado com sete prêmios (inclusive melhor filme). Aliás, a consagração teve direito a lágrimas e manifestos sócio-políticos que se já são notórios e contumazes de eventos dessa natureza no país, faltam ao nosso cinema que só sabe multiplicar o politicamente correto em celulóide. De qualquer jeito, o espectador poderá tirar a prova dos nove a partir desta sexta-feira, 27 de agosto, quando 5 x favela: Agora por nós mesmos estréia em circuito nacional.
Cinco fatos sobre 5 X favela:
+ Cacá Diegues foi um dos diretores do filme original de 1961 e é um dos articuladores do novo projeto
+ Os diretores dos curtas moram em comunidades como Taquara, Cidade de Deus e Vidigal.
+ Com exceção do curta "Arroz com feijão", todos os roteiros foram colhidos em oficinas ministradas nas favelas
+ Como de hábito em produções ambientadas em favelas, não há atores famosos no elenco
+ O filme foi exibido em uma mostra paralela e não oficial do último festival de Cannes
+ Cacá Diegues foi um dos diretores do filme original de 1961 e é um dos articuladores do novo projeto
+ Os diretores dos curtas moram em comunidades como Taquara, Cidade de Deus e Vidigal.
+ Com exceção do curta "Arroz com feijão", todos os roteiros foram colhidos em oficinas ministradas nas favelas
+ Como de hábito em produções ambientadas em favelas, não há atores famosos no elenco
+ O filme foi exibido em uma mostra paralela e não oficial do último festival de Cannes
O cinema nacional vem dando seus pulos
ResponderExcluirE por algumas vezes grandes saltos
...
Eu sou suspeita para comentar, porque sou defensora do cinema nacional em todas as épocas (tá o cinema boca do lixo e as pornochanchadas da década de 80 eram vergonhosos).... Mas, é visível nossa evolução. Por mais que seja lenta e gradual já é possível encontrar grandes filmes em diversos gêneros. Esse ano temos mesmo boas amostras e 5x Favela (agora por nós mesmos) é um exemplo que a qualidade pode vir dos lugares menos esperados. Ponto para Cacá Diegues que deu voz a essas pessoas não apenas na frente como atrás das câmeras.
ResponderExcluirbjs
È o tipo de filme que os brasileiros, não deveriam dar muita atenção, até porque é um filme bem ruim.
ResponderExcluirBem, o cinema nacional está tendo um bom crescimento, mais antes de tudo os próprios brasileiros tem que enxergar isso, muitas pessoas ainda tem um preconceito tremendo em torno do cinema nacional....
ResponderExcluirPS: Não aguento mais FAVELA MOVIE, fala sério..!
Também estou animadinha com o cinema nacional, quero muito ver esse filme do liquidificador e o documentário sobre os festivais de música.
ResponderExcluirMas concordo com o @raspante, tivemos uma overdose de favela movie. A diversidade é super bem vinda.
Momento "Reinaldo é cultura" - não sabia que o Cacá Diegues tinha feito um projeto com essa temática anterior a este.
Bjs
Eu abraço o cinema nacional. Temos excelentes profissionais do ramo aqui no Brasil e concordo que nossa cinematografia, de uns 10 anos pra cá, cresceu consideravelmente em qualidade e expansão no circuito comercial - emboooora ainda seja relativamente restrito.
ResponderExcluirEstou curioso por "5x Favela". Qdo chegar por aqui, estarei na sessão de estreia =)
abraço, R.! o/
Eu tb ando satisfeito com o cinema nacional... o leque de tema, a segmentação de público, tudo isso demonstra uma evolução no cinema brasilerio. Ainda bem!
ResponderExcluirMarcelo: É verdade meu brother. Abs
ResponderExcluirAmanda:Também sou defensor do cinema nacional Amanda. Mas moderado. Não sou dado a ufanismos, ao contrário de nosso cinema. bjs
Cleber: Não entendi. Cinco x favela é bem ruim? eu não achei não... abs
Alan: É importante termos conciência de que sempre haverá preconceito quanto ao cinema nacional. Mas a tendência é que ele diminua. Abs
Aline: E é ess lição sobre a diversidade ser bem vinda que o cinema nacional parece estar aprendendo. Bjs
Elton: Eu não preciso dizer que concordo com vc certo?! Grande abraço!
Fernando:Em duas linhas, uma análise completa. Valeu fernando. Abs