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domingo, 8 de agosto de 2010

ESPECIAL OS MERCENÁRIOS - Insight

Por que Stallone é Stallone?

Ele já concorreu a um Oscar como roteirista, já foi homenageado como diretor no Festival de Veneza, e mantém uma carreira como ator de sucesso por mais de 30 anos. Sim, estamos falando de Sylvester Stallone. Esse ítalo americano que em uma mesma década (os anos 70) estrelou uma produção erótica de gosto duvidoso voltada para o público gay e foi indicado ao Oscar de melhor ator pela composição idílica de um homem que alcançou o sonho americano em Rocky- o lutador (1976).
Aos 64 anos de idade, aparentando 10 a menos, Stallone lança este mês Os mercenários, um filme de ação com cara dos anos 80 que reúne uma espécie de All star team do gênero. Os mercenários pode ser visto como o legado do homem que foi o símbolo dos anos 80 nos EUA. Rambo e Rocky Balboa, cada qual a sua maneira, contribuíram para os anos Reagan e Bush (pai).
Programado para matar: Com o inesperado sucesso de Rambo, Stallone marcou os anos 80 e deu verniz aos anos Reagan


Stallone adentrou os anos 90 com a força e a autoridade de quem dominou a década anterior. Depois de ter recusado papéis que forjaram novos astros (o papel de John McLaine em Duro de matar havia sido oferecido a ele inicialmente), Stallone atuou em filmes que só fizeram sucesso por ter seu nome estampado no topo do cartaz. Com o advento do cinema esmerado em HQs e nos efeitos especiais, os heróis de ação da década passada foram perdendo espaço. Schwarzenegger se ajeitou como governador da Califórnia depois de encerrar a série cinematográfica que lhe consagrou (O exterminador do futuro), embora produtores pouco imaginativos a tenham ressuscitado, Bruce Willis foi se experimentar em suspenses (O sexto sentido) e comédias (Meu vizinho mafioso) e Stallone saiu de cena. Não havia mais espaço para filmes como O especialista (1994), O demolidor (1993) e Daylight (1996). O inicio dos anos 2000 foi penoso para o ator que, justiça seja feita, é limitadíssimo dramaticamente. Stallone pastou em produções como D- Tox (2002) e Pequenos espiões 3D (2003), até que resolveu resgatar dos anos 80 sua glória. Dirigiu, produziu, escreveu e estrelou Rock Balboa (2006), sexto filme de seu personagem mais célebre. O filme, que inicialmente era motivo de chacota, foi um inesperado sucesso de público e crítica. Stallone usava Rocky, uma vez mais, para falar do sonho americano. Atualizava este sonho com nuances de sua própria história após ter atingido o olimpo hollywoodiano.

Old buddies: Stallone, Willis e Schwarzenegger fundaram o Planet Hollywood nos idos dos anos 90 e agora dividem a cena em Os mercenários

De volta ao jogo e com a vaidade regenerada, o ator tratou de trazer de volta a ativa seu outro grande personagem, John Rambo. Rambo IV (2008), no entanto, não teve a grata acolhida de Rocky Balboa. A gratuidade com que Rambo foi apresentado só reforçava sua inadequação à época em que heróis mascarados, bruxos adolescentes e robôs gigantes dão o tom.
Decidido a auto-homenagem e a dialogar com os órfãos do cinema de ação dos anos 80, o diretor chamou a turma que honra a tradição atualmente (Jet Li e Jason Stathan) para rodar o crepúsculo do gênero. É pela visão aguçada, pela persistência em manter sua identidade e pelo lugar que ocupa na história (tanto com seus acertos como com seus erros) que Stallone é um peso pesado da indústria e da história do cinema.

8 comentários:

  1. Espero que os Mercenários seja um filme interessante
    !!!

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  2. Wow! A coluna se chama insight, mas também não deixa de ser um panorama muito justo e bem contextualizado sobre a carreira do mito Sylvester Stallone. Parabéns, Reinaldo!

    Tô com expectativas boas para "Os Mercenários", parece ser um filme trasheira de qualidade, sem falar que estou curioso pelo papel que o Brasil desempenhou no filme, já que fora dele... tsc! E apesar de também carecerem de talento e dramaticidade, eu prefiro a turma old school do gênero ação (Willis, Seagal, Stallone...), sei lá, são podres, mas pelo batem no peito por isso. Hoje, tá tudo muito ofusado e sem personalidade; nenhum dos atuais me influenciam para ir conferir seus trabalhos, mas o faço porque não gosto de impor limitações quando o assunto é cinema, consumo tudo sem preconceitos - ou pelo menos tento =)


    abs!

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  3. Oi reinaldo, fez um ótimo resumo da filmografia e situação de Stallone ao longo dos anos (que filme erótico Gay é este?). Eu gosto realmente do primeiro Rocky (só que houve um exagero no Oscar).

    Eu não irei conferir este filme nos cinemas. Nada me interessou. Embora tenha Jet Li que eu gosto ( e até valeria um ingresso), mas sem dúvidas as proezas de ação ficará a cargo de Stallone. Me pareceu mesmo um clubinho do bolinha, em que amigos reunem-se para uma breja ou algo do tipo, só que aqui todos os cult heróis e anti-heróis de ação veteranos vão pra pauleira. Todos querendo retornar. É complicado algumas coisas como Schwarzenegger e Lundgren que já ultrapassaram o limite do satisfatório (embora eu seja fãn do Arnold).

    Ao menos Bruce Willis provou que tem caldo depois de Duro de Matar 4.0, mas aqui não fará nada!

    O melhor neste período, creio que será mesmo Jason Stathan com um belo físico juvenil e novo calibre.

    Achei interessante a participação de Gisele Itie no filme, no trailer demonstrou uma ótima postura e atuação. Mas é só o trailer né? Rs! Veremos.

    O fato é que é muito cara tirando casquinha da fita tem até Rourke! Parece um filme selecionado por Robert Altman onde tem muitas estrelas, rs!

    Quando eu conferir no DVD (vou alugar para o pessoal de casa) eu comento no Claquete.

    E eu te pergunto: Os Mercenários ou Os Fracassados? Uma diversão da canastrice?

    Abs,
    Rodrigo

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  4. Pelo belo resumo da carreira que você escreveu, Stallone sabe muito bem que funciona apenas em filmes de ação e que precisa tentar inovar ou reciclar o gênero para fazer algum sucesso.

    Este "Os Mercenários" é uma ótima idéia, com certeza aqueles que viveram nos anos oitenta estão muito curiosos para conferir.

    Afinal cinema é diversão, não apenas arte.

    Abraço

    Abraço

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  5. Acho curioso que a maior parte destes atores dos filmes de ação dos anos 80, hoje, com exceção de Bruce Willis, estão num completo ostracismo. A impressão que eu tenho é a de que Stallone, ultimamente, tenta reviver uma glória perdida, apostando em fórmulas antigas e que funcionavam, olha só, nos anos 80.

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  6. Marcelo: Eu desconfio que seja viu! abs

    Elton: O Brasil não desempenha nenhum papel no filme. Pois é... o curioso é que a trama de Velozes e furiosos 5 se passa no Brasil, mas a fita está sendo gravada em Porto Rico...
    e entendo o que vc quer dizer com "tentar consumir sem preconceitos"...
    Aquele abraço!

    Rodrigo:Tb acho que houve um exagero na premiação de Rocky. Bem, Os mercenários é um dos filmes que mais aguardo. Adoro esse cinema brucutu e, pelo que pude depreender, vc também entende bem desses ídolos dos pés de barro do cinema de ação. rsrs.
    Já estão falando em uma possível continuação, mas não penso que o filme vá ser um sucesso retumbante. Deve dar lucro (já que foi barato) e fazer uma bela carreira no home video.
    Quanto ao filme erótico gay, o título é um trocadilho italiano que francamente não me recordo agora (nem na hora que escrevi a matéria), mas vou dar uma procurada... abs

    Hugo:Disse tudo Hugão! abs

    Kamila: É exatamente isso Ka. bjs

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  7. não, não, Reinaldo, acho que fui mal interpretado ou talvez me expressei mal. Não digo quanto ao papel do Brasil no filme - como é a visão deles do nosso país - nada disso, mas me refiro à totalidade, o que inclui a jovem Gisele Itie, as locações... porque geruo toda essa polêmica depois da O2, e depois Stallone falando o que não devia e tal.

    parece um filme nostálgico de Stallone,
    mas espero que dessa vez tenha um pouco de qualidade porque esses dias revi "O Especialista", rapaz... aquilo não vale nem pra limpar os serviços do meu cachorro =D


    abs!

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  8. Tá explicado. Bem, não acho que paisagens e Gisele vão defender bem a honra de nosso país nessa celeuma, mas vamos lá... rsrs

    E, poxa, eu gosto de O especialista. É filme Z com orgulho. rsrs. abs

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