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quarta-feira, 14 de abril de 2010

ESPECIAL ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS - Movies great partnerships



Tem muita que gente acredita em alma gêmea. Pois bem, se existe parâmetro para isso no âmbito profissional, o ator Johnny Depp e o diretor Tim Burton são expoentes. O primeiro trabalho dos dois juntos data de 1990, Edward mãos de tesoura era uma fábula gótica que apelava aos corações de manteiga. Burton, então um diretor “quente” em Hollywood (acabarara de consagrar o filme Batman de 1989 um campeão de bilheteria sem precedentes na indústria) tinha 33 anos e era um diretor com pouca experiência, mas que já imprimia uma marca muito pessoal em seus filmes (o esmero visual de Batman arrebatou platéias). Johnny Depp por sua vez, tinha 27 anos e havia estrelado dois filmes de muita fama (Platoon e A hora do pesadelo), mas em nenhum dos dois fez mais do que uma ponta. De certa forma, Edward mãos de tesoura arregimentaria as carreiras de ambos e os uniria para sempre sob o manto da esquisitice.
O filme tornou-se instantaneamente objeto de culto e alçou tanto Burton quanto Depp aos holofotes da mídia. A identificação que surgiu entre ambos, catalisada pelo conto que deram vida, foi retomada em Ed wood. O filme de 1994 era sobre aquele que é conhecido como o pior cineasta de todos os tempos. A fita sobre aquela figura incompreendida foi um respiro tanto para Burton que vinha de uma produção marcada por desentendimentos com o estúdio Warner (no caso o segundo filme do homem morcego, Batman – o retorno) e para Depp que depois do sucesso de Gilbert Grape – aprendiz de sonhador (1993) e Don Juan de Marco (1994) relutava em abraçar a imagem de galã. O filme foi um fracasso de público retumbante, mas agradou a crítica e participou de algumas premiações (tal qual Edward mãos de tesoura).

O cabelo pode mudar, mas a amizade continua: Burton e Depp há doze anos atrás nos sets de A lenda do cavaleiro sem cabeça


Depp e Burton perceberam que funcionavam bem juntos. Burton então, passou a impor o nome de Depp em todo e qualquer projeto que assumisse. Como Depp ainda não era o astro que é hoje, isso valeu muitos cancelamentos de contratos para o diretor. Tanto é, que entre Ed Wood e A lenda do cavaleiro sem cabeça (1999), Burton só dirigiu um filme, o amalucado Marte ataca (1996).
A lenda do cavaleiro sem cabeça marcou a terceira colaboração entre os dois. O terror, outro filme em que Burton condicionou fórmulas comerciais à sua concepção visual, agradou e foi sucesso de público e crítica. Depp, a essa altura, já carregava consigo a fama de ator de papéis esquisitos. Fama essa, que encontrava perfeita sintonia no estado de espírito de Burton e na maneira dele conceber cinema.
Em 2005 os dois reuniram-se mais uma vez para o remake de A fantástica fabrica de chocolate. Duas particularidades chamavam atenção agora. Johnny Depp já era um astro (consagrado pelo sucesso de Piratas do caribe) e a Warner deu completa liberdade para Burton ser Burton. O filme foi um espetacular sucesso de bilheteria, mas a crítica se dividiu. Ainda em 2005, ambos juntaram forças na animação em stop motion A noiva cadáver. Aqui Burton como produtor e co-diretor e Depp dando voz ao personagem principal.

Certo ou errado? Depp e Burton repercutem uma cena de A fantástica fábrica de chocolate

Desse momento em diante Burton só trabalhou com Depp. “É como aquele time de basquete que não funciona sem o armador”, justificou o diretor certa vez à revista Empire sobre a importância do ator em seus filmes. Em 2007, Burton apresentou ao mundo um musical de terror sanguinolento e lá estava Johnny Depp para correr os riscos junto com ele. O resultado não poderia ter sido melhor. Sweeney Todd: O barbeiro demoníaco da rua Fleet teve aprovação da crítica e um desempenho surpreendente nas bilheterias, principalmente se levado em conta tratar-se de um musical. E de terror!
O mais recente filme de Burton, o primeiro depois de Sweeney Todd, é Alice no país das maravilhas e Johnny Depp, mais uma vez, apresenta-se para fazer valer o sentido de parceria. A nova versão para a obra de Lewis Carroll chamou atenção desde que foi anunciada. Muito em parte, por ser o filme que reuniria esses dois pela sétima vez.
Há quase dois meses em cartaz nos EUA, o filme não só é o maior sucesso de bilheteria do ano até aqui, também é a maior bilheteria da carreira de Tim Burton (pois é, Johnny Depp tem Piratas do Caribe no currículo).
Uma parceria que comemora 20 anos, sete filmes, uma amizade vigorosa, muitos prêmios, reconhecimento crítico e sucesso de bilheteria. Agora resta perguntar para Depp e Burton se eles se consideram almas gêmeas.

Fala que eu te escuto: Tim Burton ouve as impressões de Johnny Depp nos sets de Sweeney Todd

9 comentários:

  1. Faço MUITO gosto nesta parceria. Acho que, na realidade, Johnny Depp meio que se transformou no alter ego do Tim Burton na frente das câmeras. Eu acho que o ator sempre leva muito do seu diretor para cada novo filme que eles fazem juntos.

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  2. Também gosto muito da parceria. Johnny Depp é o ator perfeito para o universo que Burton cria, não tem medo de mergulhar nas caracterizações. A espera por Alice está grande, principalmente por ser dos dois.

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  3. Que parceria, hein? É aquele famoso chavão: em time que tá ganhando não se muda... eles são ótimos mesmo e merecem o reconhecimento. Agora, fica a vontade de vê-los novamente em Alice... 6 dias... [contagem regressiva]

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  4. Não tem como não votar na Scarlett Johanson em Match Point, um dos meus filmes preferidos... abração, Reinaldo!

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  5. Cara essa parceria ainda vai render muitos frutos, os dois a cada filme, a sintonia aumenta. É como pai e filho !

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  6. Uma vez li que o diretor sempre deve buscar seu alter-ego em algum ator que o entenda pelas palavras nao ditas. E temos exemplos disso em todo o Cinema: Capra com Stewart, Fellini com Mastroianni e assim sucessivamente. Burton com Depp representa mais um desses chavoes que deveria se unir em prol da setima arte. Otimo texto, adoro a dupla ( apesar de ter detestado o remake de A fabrica de Chocolates )!

    abraços,
    Marcelo, do Cinemotica.

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  7. Gosto muito da parceria de ambos. Sempre é de uma expectativa muito grande a cada trabalho que envolva os dois.

    Beijos! ;)

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  8. Kamila:Tb gosto muito dessa parceria. E acho que eles descobriram isso em Ed Wood, conforme especulo em meu texto. Um alter ego dos mais declarados né msm?! rsrs bjs

    Amanda:Aliás, essa é uma característca de Johnny Depp que eu acho que Burton ajudou a definir. Não ter medo de mergulhar em seus personagens.
    Bjs

    Fernando: quase 5 agora... rs abs

    Augusto:Tb acho que é o papel mais sexy dela, mas não conta para ninguém Augusto. rsrs abs

    Alan: Tb acho que vai render muitos frutos, principalmente depois desse mega sucesso. Todo estúdio vai querer Burton com Depp e depp com Burton. rsrs aBS

    Marcelo: Grande prazer recebê-lo aqui Marcelo .Obrigado pelo nobre e enriquecedor comentário. Faço minhas, com sua autoização, suas palavras. Tb não gosto do remake de A fantástica fábrica de chocolate( é o calcanhar de aquiles da dupla na minha opinião, rsrs).Grande abs e volte sempre.

    Mayara: Concordo plenamente! beijão!

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  9. johnny depp e burton e uma saga

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