Heath Ledger e Jake Gyllenhaal vivem uma grande paixão em O segredo de Brokeback Mountain: O segredo da montanha é que só ali eles não estavam "sós"
Uma das virtudes da estréia na direção de Tom Ford, é justamente a sensibilidade com que ele aborda a solidão. Direito de amar (A single man, EUA 2009) mostra com ritmo lento e contemplativo a forma como um homem reage a perda do grande amor de sua vida. Mais que isso, em Direito de amar, é possível observar a inadequação que marca a trajetória de vida deste homem e a forma como é potencializada pela perda de seu companheiro. George (Colin Firth) perde o parceiro de 16 anos em um acidente de carro. É privado, pela família do namorado, de comparecer ao funeral. A elaboração do luto é dolorosa e vagarosa. George não consegue reerguer-se e enxergar sentido na vida novamente. O tom dramático do registro encontra paralelo em muitas pessoas que cedem a depressão após o fim de um relacionamento. Mas é ainda mais bem sucedido na análise que faz da relação de um homem, que no caso é gay, consigo mesmo. A sexualidade aqui importa muito porque tangencia sentidos e sentimentos que escapam aos heterossexuais. Uma vez que uma pessoal homossexual é muito mais propensa ao isolamento. Essa condição é valorizada no filme. Mais de um personagem faz alusão ao fato com a fala “Somos invisíveis”.
Uma das virtudes da estréia na direção de Tom Ford, é justamente a sensibilidade com que ele aborda a solidão. Direito de amar (A single man, EUA 2009) mostra com ritmo lento e contemplativo a forma como um homem reage a perda do grande amor de sua vida. Mais que isso, em Direito de amar, é possível observar a inadequação que marca a trajetória de vida deste homem e a forma como é potencializada pela perda de seu companheiro. George (Colin Firth) perde o parceiro de 16 anos em um acidente de carro. É privado, pela família do namorado, de comparecer ao funeral. A elaboração do luto é dolorosa e vagarosa. George não consegue reerguer-se e enxergar sentido na vida novamente. O tom dramático do registro encontra paralelo em muitas pessoas que cedem a depressão após o fim de um relacionamento. Mas é ainda mais bem sucedido na análise que faz da relação de um homem, que no caso é gay, consigo mesmo. A sexualidade aqui importa muito porque tangencia sentidos e sentimentos que escapam aos heterossexuais. Uma vez que uma pessoal homossexual é muito mais propensa ao isolamento. Essa condição é valorizada no filme. Mais de um personagem faz alusão ao fato com a fala “Somos invisíveis”.
Meryl Streep, Julianne Moore e Nicole Kidman, as mulheres de As horas: em busca de compreensão e conforto emocional
A introspecção sugerida por Direito de amar acompanha uma tendência que se verifica em muitos filmes que abordam a solidão a partir da temática homossexual. No grande sucesso de público e critica O segredo de Brokeback Mountain, a solidão é a maior companheira de dois cowboys que vivem uma paixão a reboque dela. No estupendo As horas, três mulheres em tempos diferentes encontram-se na mesma situação. Incompreendidas e solitárias. Mesmo que tenham fama (caso da personagem de Nicole Kidman), sucesso (caso da personagem de Meryl Streep) ou estabilidade (caso da personagem de Julianne Moore). A solidão pode existir mesmo quando se está acompanhado como no filme de Todd Haynes, Longe do paraíso, onde um casamento de aparências se sustenta pela imposição social. O marido,vivido por Dennis Quaid, (homossexual enrustido) e a mulher, vivida por Julianne Moore, não se compreendem e desgastam-se continuamente, até que um deles decide romper com as aparências. A incompreensão e a solidão foram fortes chamarizes à experiência homossexual vivida pela personagem de Mischa Barton em Assunto de meninas.
Piper Perabo e Jessica Paré se beijam em Assunto de meninas: Os sentimentos se confundem pelo caminho
É lógico que há filmes que abordam a solidão de maneira rica e satisfatória sem fazerem uso da temática homossexual. Contudo, é inegável que alguns dos melhores filmes que se desdobram sobre o tema, partem dessa zona de convergência.
Se você gostou desse artigo e quiser repercutir o tema sob esse ou outros pontos de vista, Claquete recomenda:
Billy Elliot, de Stephen Daldry (Billy Elliot, EUA 2000)
Assunto de meninas, Lea Pool (lost and delirious, EUA 2001)
O segredo de Brokeback Mountain, de Ang Lee (Brokeback mountain, EUA 2005)
C.R.A.Z.Y – loucos de amor, Jean Marc Vallée (CRAZY, CAN/FRA 2005)
As horas, de Stephen Daldry (The hours, EUA 2002)
Billy Elliot, de Stephen Daldry (Billy Elliot, EUA 2000)
Assunto de meninas, Lea Pool (lost and delirious, EUA 2001)
O segredo de Brokeback Mountain, de Ang Lee (Brokeback mountain, EUA 2005)
C.R.A.Z.Y – loucos de amor, Jean Marc Vallée (CRAZY, CAN/FRA 2005)
As horas, de Stephen Daldry (The hours, EUA 2002)
Direito de Amar é um dos filmes que está na minha lista pra conferir (pena que esses filmes geralmente aqui no RJ são deslocados para cinemas distantes). Dentre suas dicas, gostei muito de Billy Elliot e Brokeback Mountain. Estou tentando ver As Horas há mais de 5 anos e nada (já li até o livro!).
ResponderExcluirOi Pseudo-autor, tudo bem? Um prazer tê-lo por aqui. Pois é, pode assistir direito de amar(quando possível) pq vale a pena sim. E veja As horas o mais rápido possível. É um filmaço!
ResponderExcluirABS
Oi Reinaldo!
ResponderExcluirTd bem? Como vc está?
Minha casa ta quase pronta e agora em abril, de fato me tornarei uma "verdadeira chefe de família". Dona de meu próprio canto. Uma sensação muito boa que da alegria e um pouco de medo ao mesmo tempo. Enfim, é a vida seguindo seu caminho.
Bem, estou com muitas, mas muitas saudades mesmo de vc e de outros amigos. Em breve estarei de volta e pretendo estreitar mais os laços de carinho com algumas pessoas aqui da blogsfera das quais gosto.
Hj dei uma lida rápida em alguns de seus textos e dois em especial me chamaram a atenção: o primeiro é o que fala sobre o filme "Direito de amar". Ainda não o vi, mas, com certeza, vou ver, pois eu gosto muito de filmes com esta temática (solidão, homossexualidade, dores, sentimentos, encontro interior). Inclusive, estou vivenciando uma fase dessas. Quando tomamos algumas decisões sobre nossas vidas, um turbilhão de sentimentos novos e diferentes invadem nossa mente e temos de aprender a entende-los e compreende-los.
O segundo foi sua excelente listas de filmes que falam sobre este tema. Vi todos e amei demais "C.R.A.Z.Y" e "As horas". Fabulosos e fantásticos. [Ótimas dicas, como sempre.
Parabéns! O blog continua maravilhoso. Adorei poder ter um tempinho para ler e me atualizar nos assuntos cinematográficos.
Um beijinho super carinhoso.
Cintia! Meu Deus que saudade! Como é bom te ver aqui de novo e poder conversar de novo com vc sobre essa paixão nossa que é o cinema e a vida né!!!!
ResponderExcluirEstou super feliz por vc estar conseguindo ajeitar a sua casa do jeitinho que vc quer e merece. Parabéns para vc e para o seu filhote.
Obrigado pelo carinho e por voltar a frequentar o meu blog. Nos vemos por aí!
Muitos beijos carinhosos
É a primeira vez que venho ao blog e estou gostando muito de tudo que leio. Porém, uma informação ficou confusa no texto. Quando se fala que "A incompreensão e a solidão foram fortes chamarizes à experiência homossexual vivida pela personagem de Mischa Barton em Assunto de meninas.", a frase traz um duplo sentido que pode torná-la muito errada. Ela pode ser interpretada como se a solidão e a incompreensão que a personagem de Mischa Barton (apelidade de "Mouse")tivessem levado ela a ter um relacionamento homossexual e, bom, isso não acontece. A personagem de Barton é uma expectadora, ou se preferir, uma personagem secundária no relacionamento entre Paulie e Victória (Piper Perabo e Jéssica Paré, respectivamente). Inclusive, quando Mouse vê a personagem de Paré fazendo sexo com um cara ela ainda diz que pela primeira vez ela sentiu que estava viva, "era como uma boneca de madeira" e então "senti o sangue circulando em meu corpo". (Basicamente essas frases).
ResponderExcluirDe qualquer forma, meus parabéns pelo blog. Pretendo voltar aqui muitas e muitas vezes. Vou linkar no meu. ;)
Obrigado pela visita Liz e pelo comentário correto,pertinente e estimulante. De fato, a frase a qual vc fez referência pode induzir a essa imprecisão sobre a trajetória da personagem no filme. Contudo, a natureza do comentário é preservada. Foi, de fato, esse o estado de espírito da personagem que a aproximou daquele universo, até então, desconhecido ou, em um termo mais correto, incompreendido. Quanto a experiência homossexual a qual aludo, bem, ela houve, embora possa se argumentar que não de maneira plena. Como vc mesma sublinha em sua descrição da posição que a personagem ocupa na relação das amigas.
ResponderExcluirContudo, sou obrigado a reconhecer que minha frase, como vc bem observou, não faz justiça a tudo isso que debatemos aqui. Obrigado por permitir-me aprofundar meu raciocínio.
Bjs