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domingo, 31 de janeiro de 2010

OSCAR WATCH - O balaio dos independentes

Todo ano é a mesma coisa. Um filme independente arranja uma vaginha no Oscar. E geralmente sai com um honroso Oscar de roteiro. Contudo, desde o ano de 2005, ano que foi tomado por filmes independentes na disputa do Oscar de melhor filme (O segredo de brokeback Mountain, Crash – no limite, Capote, Boa noite e boa sorte e um filme de estúdio de baixo orçamento, Munique), os filmes independentes fortaleceram sua musculatura. No ano seguinte, Pequena miss Sunshine foi um dos filmes mais festejados da temporada e , além do prêmio de roteiro, garfou o prêmio de ator coadjuvante. Em 2007 foi a vez de Juno, que ficou com o obrigatório prêmio de roteiro. 2008, no entanto, foi o ano da virada. O independente, e com o acréscimo de não ter sido rodado nos EUA e nem mesmo com dinheiro americano, Quem quer ser um milionário? faturou oito Oscars, incluindo melhor filme, e logrou de uma vez por todas o lugar dos independentes entre os protagonistas da maior festa do cinema mundial.
Esse ano, três filmes disputam a coroa de independente do ano. E os três, ironia máxima, devem angariar indicações por roteiro. Preciosa, Guerra ao terror e 500 dias com ela tiveram trajetórias bem diferentes, mas chegam às vésperas das indicações ao Oscar com boas chances de garantirem lugar na posteridade como o fizeram os outros filmes independentes acima.


O filme do coração de todo mundo


Aquele menos afeito ao gosto da acadêmia, e que justamente por isso não alimenta grandes ambições, é 500 dias com ela. O filme de Marc Webb é uma comédia romântica agridoce. Tem a mesma verve dos filmes que popularizaram Richard Linklater no cinema cult alternativo, Antes do amanhecer e Antes do pôr do sol. É um filme com roteiro engenhoso e aí está justamente sua chance de ser lembrado pela acadêmia. 500 dias com ela também tem o diferencial de ter sido o filme mais visto dos três. O que mais cativou a platéia e o único dos três que poderia ser lembrado no futuro mesmo sem a anuência do Oscar.


O filme que te assombra


Preciosa é, por conjuntura, o filme que mereceria a pecha de independente do ano. Foi o que teve menos verba dos três. Para viabilizar o projeto, o diretor e produtor Lee Daniels precisou recorrer a amigos, a cantora Mariah Carey, que faz uma pequena participação no filme, o cantor Lenny Kravitz, outro que faz uma ponta e as personalidades negras americanas Oprah Winfrey e Tyler Perry, diretor de filmes para a comunidade negra, que atuaram como produtores executivos da fita. Preciosa começou sua carreira vencendo o festival de Sundance de 2009. O filme seguiu sua carreira vitoriosa por outros festivais e tem sido lembrado em premiações nessa temporada. Foi indicado ao Globo de ouro, ao SAG, ao PGA, ao DGA, ao WGA e ao Bafta. O oscar é questão de tempo. Preciosa mostra a história de uma adolescente obesa, negra, analfabeta e abusada sexualmente pelo pai e moralmente pela mãe. Um filme que assombra para mostrar o valor da vida. Um discurso poderoso que se ajusta ao gosto da academia.


A guerra sempre tem vez


Mas o independente do ano, por força das circunstâncias, é Guerra ao terror. O filme que não é de guerra propriamente dito, mas sobre os efeitos dela nos homens destacados para dar lhe corpo, foi descoberto pela critica tardiamente. Contudo, depois de levar os prêmios do Critic´s choice awards e do PGA, além de obter indicações a todos os prêmios que Preciosa obteve, Guerra ao terror se estabelece como o filme independente do ano. Mesmo que todos vão ao Oscar, será sobre esse filme que todo mundo pousará os olhos.

4 comentários:

  1. E The Hurt Locker venceu o DGA nesse sábado! o filme está realmente "poderoso" nas premiações.

    Eu sonhei com Avatar ganhando algum prêmio, ai eu fico pensando se estão premiando tanto The Hurt Locker para dar o Oscar a Avatar.

    Mas por que eu fui sonhar com Avatar? ¬¬
    Coisa estranha!

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  2. É verdade Raphael, pq vc foi sonhar com Avatar? rsrs

    A categoria de direção agora ficou bem encaminhada, mas na disputa por melhor filme, a briga continua indefinida. Avatar tem sim um certo favoritismo, mas isso não quer dizer muita coisa em um Oscar que se pretende vangardista. ABS

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  3. Concluí que meu coração é independente e olha que eu não sou São Paulina rsrs. bjs!

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