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terça-feira, 5 de janeiro de 2010

ESPECIAL SHERLOCK HOLMES - Perfil - Robert Downey Jr

O segredo do sucesso dele



O ator como Tony Stark em Homem de ferro: Sexy, cafajeste e campeão de bilheteria

Muitos foram os tropeços na hoje consolidada carreira de Robert John Downey Jr. Prisões, batidas de carro, consumo de drogas, bebedeiras históricas e muito escândalo por conta disso, e de muito mais, marcaram quase duas décadas da vida desse talento precoce. Filho do diretor Robert Downey Sr., Downey Jr., nova-iorquino de nascença, cresceu sob a luz da fama e de Hollywood. Sua estréia no cinema se deu em 1970, aos cinco anos de idade em um filme dirigido pelo pai, Pound. Durante os anos 80, ele quis saber de curtir a vida e participava esporadicamente de séries de tv, o ponto alto foi sua participação no humorístico Saturday night live em 1985. Foi só em 1992 que Downey Jr se fez notar. Por sua interpretação de Charles Chaplin em Chaplin, de Richard Attenborough, o ator foi indicado para o Oscar de melhor ator daquele ano. Prêmio este ao qual concorreu novamente, ano passado, pela caricatura bem humorada que fez do oficio de ser astro de cinema em Trovão tropical. É justamente nos 17 anos que se passaram entre um Oscar e outro que Robert Downey Jr pôs quase tudo a perder e também se recuperou bravamente.


Fichado e chapadão: "Fiz muita merda na vida", diz o ator em auto-critica


Depois de Chaplin o ator passou a alternar momentos de alguma relevância no cinema com frequentes passagens pela polícia (por direção perigosa, posse de grandes quantidades de droga e até porte ilegal de armas). Filmes como Ricardo Terceiro e Short cuts- cenas da vida foram dois dos poucos que fez de alguma relevância depois de Chaplin. As portas iam se fechando.O casamento, com a primeira mulher Deborah Falconer também esmorecia (eles se separariam várias vezes, mas o divórcio só se deu de fato em 2004).
Mas Downey Jr. ainda tinha amigos. E eram eles quem lhe afiançavam em Hollywood durante seu longo inferno astral. Entre temporadas na prisão e clínicas de reabilitação, Downey Jr. participou de filmes como U.S Marshals – os federais (1998), continuação de O fugitivo em que as estrelas eram Wesley Snipes (veja você) e Tommy Lee Jones, Amigos e amantes (1999), Preto e branco (drama independente que contava com o boxer Mike Tyson) e Garotos incríveis. Apesar de boas participações nesses filmes, Downey Jr e suas recaídas afugentavam os produtores e investidores que não queriam má publicidade para seus produtos. Foi quando o amigo e produtor David E. Kelly, marido de Michele Pfeiffer, o chamou para uma série de participações no seriado Ally McBeal. A aceitação do público foi instantânea. O personagem de Downey Jr. fez bastante sucesso e aos poucos as portas do cinema voltaram a se abrir para ele. Vieram os papéis, ainda pequenos, em filmes como Na companhia do medo (2003), Crimes de um detetive (2003) e Boa noite e boa sorte (2005). Também veio o primeiro protagonismo em muito tempo, na comédia policial Beijos & Tiros (2005). Um filme de humor difícil que não agradou o público americano e os produtores creditaram o fracasso da fita a Downey jr. que embora com menos freqüência, e em incidências menos comprometedoras, ainda dava deslizes indesejáveis.
Mas foi justamente em 2005, a última vez que se ouviu falar de algum problema de bebida ou congêneres da parte de Robert Downey Jr.
Em 2006, ele esteve em dois projetos de ambições mais artísticas, O homem duplo (animação de Richard Linklater protagonizada por Keanu Reeves) e A pele (em que dividiu a cena com Nicole Kidman). Aos poucos, o ator recuperava a confiança de uma indústria que se assenta primordialmente sobre esse pilar.



O ator em cena de Beijos e tiros: O filme não deu muito certo, mas sinalizava o recomeço de Downey Jr.

Em 2007 ele fez, sorrateiramente, a transição do artístico para o comercial. Com um papel pequeno, mas defendido com devoção, em Zodíaco de David Fincher, um daqueles diretores que agradam a gregos e troianos, ele conseguiu se colocar em evidência novamente. O suficiente para se viabilizar como aposta da Marvel studios para o papel principal de Homem de Ferro. Filme que o estúdio (em sua primeira produção solo) guardava grandes expectativas. Downey Jr. sabia que essa era não só sua grande chance de voltar a desfrutar de boa notoriedade, mas sua grande chance como ator. E ele não fez por menos. Homem de ferro foi um grande sucesso de público e crítica, em grande parte devido ao ator, e fez de Downey Jr. um dos nomes mais quentes do momento. Para fechar bem o inesquecível 2008, o ator foi indicado ao Oscar de coadjuvante pelo impagável Kirk Lazarus que fez em Trovão tropical, outra produção do verão americano que lhe caiu no colo de pára-quedas. Seu papel era anteriormente de Owen Wilson que fora afastado da produção após sua malfadada tentativa de suicídio.
Bom ator, carismático, sexy e fotogênico. Quem vê Downey Jr. na pele de Tony Stark ou de Sherlock Holmes não consegue entender como o status de astro demorou tanto para chegar. Para esses Downey Jr diz: “Fiz muita merda na minha vida, mas agora estou careta”, dizia o astro à época do lançamento do primeiro Homem de ferro, quando indagado sobre sua trajetória. Em 2010, além de Sherlock Holmes, o ator estará na continuação de Homem de ferro, que chega em maio e na comédia Due date (atualmente em pós-produção). Ou seja, Downey jr. corre o risco de dominar 2010. Na ciranda que é Hollywood, ele parece ter a fórmula do sucesso bem estabelecida. Há quem veja no fato de seus mais famosos personagens (Sherlock Holmes e Tony Stark) serem figuras geniais e geniosas e chegarem agora, quando o ator está na casa dos 40, mais do que coincidência. Novamente com a palavra Downey Jr. em entrevista recente concedida a revista Premiere americana sobre se imaginava estar onde está nesse ponto da carreira: “Só sou um cara de muita sorte”.



Robert Downey Jr. ao lado de Jude Law em Sherlock Holmes: Hoje ele é um dos atores mais festejados de Hollywood

4 comentários:

  1. Robert Downey Jr. é uma figura, um homem muito talentoso. Não consigo imaginar outra pessoa como Tony Stark. Apesar de todos os problemas, que bom que ele se recuperou e está de volta a ativa.

    Abraço!

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  2. Belo texto! Acho Robert Downey Jr. talentoso, carismático e versátil. Acho o caso dele raro, depois de tudo o que passou de ruim, dar esta volta por cima. Já por isso merece um prémio, pela determinação dele.

    Beijos! ;)

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  3. Excelente, Reinaldo, você é uma enciclopédia cinéfila para mim rsrs...sério, embora este não seja o meu foco, eu admiro sua paciência de escrever bem e sumarizar grandes detalhes sobre cinema e por isso o Claquete é super querido do Madame Lumière.

    Quando a Robert Downey Jr, acho que já disse que o acho visceralmente sexy. Olho no cara dele e, embora estranhamente ele não é meu sex symbol hollywoodiano, ele tem este poder sexual de me fazer imaginar coisas. Quando o vi como Tony Stark, quase tive um troço. Mas agora falando mais sério, gosto do ator porque conseguiu dar a volta por cima e ainda ser levado a sério, algo que é muito difícil para um artista ou qualquer figura pública, principalmente fazendo as arruaças que ele fez.

    Beijo da madame!

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  4. Thiago: Valeu meu Brother. Pois é, Tony Stark foi a fome com a vontade de comer né?! Tb gosto muito do Downey Jr.Desde os tempos de Chaplin.

    Mayara: Super feliz de te ver por aqui. Obrigado pelo elogio.Pois é, Downey Jr. teve, mais do que qualquer coisa, sorte mesmo. E ele sabe disso e pelo que tudo indica, valoriza.

    Madame: Obrigado pelos elogios madame. Fico feliz de continuar justificand seu interesse. Quanto a Robert Downey Jr., vc disse tudo. O mais importante é que ele desenvolveu auto critica e amadureceu. Percebeu que se não mudasse de atitude em um certo momento, estaria perdido, definitivamente. O sucesso tardio, foi um feliz acaso.
    Bjs

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