O filme mais assustador do ano?
Só se for do mês. Na comparação com o muito mais apavorante, e que também é mais divertido com o humor aquebrantador, Arrasta-me para o inferno, de Sam Raimi, Atividade paranormal perde feio. E põe feio nisso. O filme, a despeito da bem intencionada proposta de mostrar de menos e sugerir demais (na escola de O bebê de Rosemay, de Polanski) é mais risível do que assustador. Um dos maiores engodos da história.
O trailer que é um caso sério
É preciso reconhecer a engenhosidade dos marketeiros da Playarte, distribuidora da fita no Brasil. O trailer exibido nos multiplexes do país mostrava uma platéia que teria assistido a uma pré-estréia do filme nos EUA. Gritos de pavor, grunhidos indecifráveis e faces de medo e apreensão atiçavam a curiosidade do público tupiniquim. Antes fosse só isso. Tente ver o filme, que não dá susto nenhum, (mesmo que o filme fosse bom, a estrutura narrativa pretende deixar o espectador tenso, nervoso, não pregar-lhe sustos) em uma sala de cinema. Se uma porta balança no filme, a platéia vem abaixo em gritos. Ou seja, existe a pré-disposição de curtir o hype que é Atividade paranormal, independentemente dele merecer ser curtido, ou mesmo dos preceitos de educação.
Atores amadores
Katie Featherstorn e Micah Sloat que vivem os protagonistas de Atividade Paranormal fizeram um ótimo trabalho. O tom naturalista que move a fita soaria falso se os atores, que são amadores, não fossem tão bons. Ambos já estão tomando aulas e devem se profissionalizar como atores, já que devem voltar para o segundo filme que a Paramount deseja fazer o mais rápido possível. Fato é que se fossem atores profissionais, provavelmente não teriam alcançado tão bom resultado. A estrutura e a proposta narrativa de Atividade paranormal não pediam atores profissionais. Um acerto que não deve se repetir no segundo filme.
Uma câmera na mão e uma idéia na cabeça
Não é bem assim que funciona hoje em dia. Afinal de contas Atividade paranormal deve mais seu sucesso a uma onde “twitteriana” do que a sua idéia propriamente dita. Além do mais a versão que chega aos cinemas foi modificada a pedido de Steven Spielberg. O final do filme (que obviamente não será revelado aqui) era diferente. A opção mais “hollywoodiana” foi uma imposição do cineasta para que o filme “funcionasse” melhor para a platéia. Definitivamente as coisas já não são como antigamente.
Lembram de Mar aberto?
Depois de assistir Atividade paranormal, acreditem, vocês vão sentir saudades de Mar aberto. Se ainda não assistiram, vejam. O filme, também independente e rodado com câmera digital, mostra um casal esquecido em pleno mar aberto cercado por tubarões. O filme é angustiante, aterrorizante e muito tenso. Além de dar uns bons sustos. É tudo que atividade Paranormal tenta ser e não consegue.
Haha... também fico admirada como os organizadores de cinema são capazes de elaborar trailers enganosos de forma tão engenhosa... marketing é tudo, não é mesmo? Ser Paranormal é lidar com estes tipos de marketeiros.
ResponderExcluirBeijos da Madame!
É verdade madame. Marketing é tudo nessa vida! Bjs
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