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domingo, 13 de dezembro de 2009

ESPECIAL ATIVIDADE PARANORMAL - Insight

Filmes de terror reais

Atividade paranormal engrossa a fileira dos filmes de terror que apostam em uma estética de urgência. Com câmera digital, geralmente em punho, personagens-narradores, uma montagem protocolar, poucos personagens e idéias, bem, as idéias não são tão novas assim como podem parecer.
O sucesso de Atividade paranormal relativiza a teoria vigente na indústria cinematográfica de que a vez é dos “torture porn movies”, como se convencionou chamar os filmes na linha de Jogos mortais. Enquanto o sexto filme da saga do assassino Jigsaw arrecadou pífios U$ 60 milhões nas bilheterias americanas, o barato Atividade Paranormal arrecadou mais de U$ 130 milhões. Algum apressado poderia argumentar de que filmes como Atividade paranormal vem para substituir filmes como Jogos mortais, que a bem da verdade já cansaram. No entanto, esse não é um dado preciso. Jogos mortais e congêneres ainda têm o seu público. Basta ver que Jogos mortais 6 teve um lançamento ao redor do mundo maior e mais barulhento do que o hypado Atividade paranormal ou seu meio irmão Contatos de 4o grau. Também há de se considerar que Jogos mortais pertence a uma fórmula hollywoodiana. Fórmula essa que Atividade paranormal também adentrou a partir do momento em que a continuação passou a ser planejada. O mesmo tendo ocorrido com filmes como A bruxa de Blair e Mar aberto, para ficar em exemplos recentes de filmes de terror “reais” que tiveram sua essência descaracterizada pelo nicho o qual, inegavelmente, queriam adentrar.
Recentemente tivemos um filme que aliava os preceitos do cinema independente de terror aos recursos hollywoodianos. Cloverfield – o monstro não poderia ser mais irregular. É um filme fraco, narrativamente falando, incompetente, dramaticamente falando e dispersivo. Não assusta, não cativa, não faz nada. Apesar de ter conquistado algum sucesso, graças a internet, o filme não marcou e passa à história como uma experimentação exótica do criativo J.J Abrans.
O que tudo isso demonstra? Em primeiro lugar que há espaço suficiente para variações do gênero de terror. O sucesso de um, não necessariamente sobrepuja o outro. Em segundo lugar, demonstra que a hibridez sugerida por Hollywood em projetos como Cloverfield e o segundo A bruxa de Blair não é algo inteligente. É na verdade até mesmo limitador. Pois direciona a produção independente para um modelo que já está pré aceito pela indústria. Mata a criatividade na raiz e quando não o faz, a ajusta a fórmulas desgastadas que esgotarão idéias mais ou menos originais.
É verdade que isso acontece desde sempre em Hollywood. Mas é verdade também que a maior incidência disso é no terror. O “ manjado” Atividade paranormal está aí para provar.

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