Máquinas, tecnologia e os erros de sempre!
Substitutos ( Surrogates EUA 2009) poderia ser um grande filme. Não o é, em parte por preguiça criativa, em parte porque pertence a uma nova safra hesitante da ficção científica. A fita dirigida por Jonanthan Mostow acerta no clima, na ação e na narrativa. Então qual é o problema? Apresentemos o mote primeiro. Na trama de Substitutos, a humanidade, após ter desenvolvido - com incrível velocidade, máquinas perfeitas passíveis de serem controladas por nossas mentes, abdica inteiramente de viver a vida. “Vivendo” através dessas máquinas. O mundo real, passa a ser um mundo cibernético, onde humanos que resistem a essa profunda transformação social vivem marginalizados. Tudo vai muito bem nesse mundo utópico; as taxas de violência caíram a níveis próximos do zero, o preconceito inexiste e todo o mundo parece perfeitamente ajustado a essa nova realidade. Eis que acontece um assassinato. E a vitima é justamente o filho do inventor desse revolucionário modo de vida. É aí, que nosso herói, o policial Tom (Willis digitalizado e de peruca na versão robótica e careca e enrugado na versão carne e osso) dá as caras para trazer de volta a humanidade a suas origens.
O primeiro problema do filme é tentar se promover como um produto sério. Não buscasse justificar sua história a todo momento e valorizasse o entretenimento que propõe, Substitutos seria um filme melhor. O segundo problema deriva imediatamente do primeiro. O filme não consegue viabilizar sua tese. Há estrondos no roteiro que nem mesmo o carisma de Bruce Willis consegue eclipsar. O subtexto do perigo da tecnologia mal administrada já parece esgotado e o filme reverbera ecos de Exterminador do futuro e do recente Gamer.
No fim das contas, o filme funciona como passatempo ligeiro. Apesar da boa premissa, muito mal desenvolvida, e de Bruce Willis, Substitutos perde em termos de qualidade e apelo para outra ficção científica em cartaz. O original e nervoso Distrito 9. Na dúvida, fique com os Aliens favelados.
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