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domingo, 27 de setembro de 2009

Insight

Sempre a mesma história?

Um dos gêneros mais amados e contestados do cinema é a comédia romântica. Já foi aventado ser um dos poucos gêneros, dito feminino por excelência, que resiste a evoluções e que vive de reciclar a mesma fórmula. Diz-se também que é onde a criatividade menos se prolifera e que as comédias românticas só sobrevivem no carisma das atrizes e atores que as estrelam. Outro senso comum sobre comédias românticas é acerca de sua previsibilidade.
Bem, nada disso deixa de ser verdade. Mas não há absolutismo aí. Se tivesse, teria de ser estendido a outros gêneros que experimentam das mesmas mazelas que acometem as comédias românticas, menos a implicância.



Matthew e Kate que dividiram a cena em dois filmes: A química entre dois atores ainda é, e sempre será, um elemento poderoso

Fato é que como em todas os parâmetros e estruturas do cinema, enquanto linguagem, e especialmente dentro da engenharia hollywoodiana, existem fórmulas, conceitos bem estabelecidos e margens de produção a serem cumpridas e obedecidas. Não é diferente com as comédias românticas. Mas então por que tanto alarde?
Primeiro porque em uma produção mais ajustada ao interesse de um público jovem e masculino, a comédia romântica é uma dicotomia que resiste a efeitos especiais e tendências de comportamento. Há portanto algum ressentimento aí. Depois do preconceito de viés mercadológico, há o preconceito em sua mais vã forma. Homens não gostam, porque supõe ali se tratar de um absurdo maior do que um super homem alienígena e os estúdios ao invés de tentar estreitar seu produto a um público mais universalizado, seguem, ou seguiam, no contra fluxo.




Meg Ryan simula um orgasmo em Harry e Sally- feitos um para o outro: o sexo e suas neuras também podem ser engraçados

Mas ambos os preconceitos começam a ser superados. Se Harry e Sally - feitos um para o outro de 1989 trazia o sexo, e suas variantes, para o centro das atenções, diversificando a casta produção romântica americana, filmes como Terapia do amor ( 2005), Separados pelo casamento (2006), A verdade nua e crua ( 2009), Nunca é tarde para amar (2007), Ligeiramente grávidos (2007) e Como perder um homem em dez dias (2003) completam o ciclo. Não só o sexo passou a ser parte proeminente de filmes do gênero, como as histórias se pluralizaram e ganharam contornos mais sofisticados.


Terapia do amor: As vezes um relacionamento não precisa ser para sempre...


Em filmes atuais, não só é possível, como é plenamente concebível o mocinho não terminar com a mocinha. A comédia romântica também acena para o público masculino como nunca havia feito antes. Alguns filmes dos citados acima contemplam, com um humor mais afeito a botequins, homens de forma desavergonhada. O sucesso nacional A mulher invisível, por exemplo, é comédia romântica por força do hábito, na realidade seu tom romântico é tão diluído na comédia escrachada que é quase impossível rotulá-lo, tendo em vista, os padrões de outrora.


Separados pelo casamento assume uma verdade que parecia pecaminosa, a de que depois do final feliz nem sempre vem mais felicidade...

Não é que finalmente a comédia romântica esteja mudando. Em seu cerne, continua a mesma. A fórmula e os preceitos seguem imutáveis. Duas coisas mudaram. Primeiro, nossa tolerância a esses conceitos e fórmulas. E a segunda mudança, talvez a mais significativa, produção e público estreitaram suas preferências. Se o sexo vinha a calhar, por que não temperar nossos filmes com histórias regadas a sexo? Se homens e mulheres inventaram uma nova modalidade de relacionamento e estão menos ansiosos pelos finais felizes, por que não refletir isso em nossos filmes?


20 anos depois de Harry e Sally, um orgasmo( dessa vez real) volta a render uma cena célebre em A verdade nua e crua

Não se espante se daqui a uns 5 ou 10 anos surgirem as primeiras comédias românticas de teor homossexual. Pode parecer exagero, como parecia um orgasmo encenado em um filme com censura 16 anos há alguns anos atrás. Não mudam os filmes, mudamos nós. Tudo o mais vêm a reboque.

Um comentário:

  1. Olá!
    Amo o Gerard Butler! Já está mais do que comprovado que ele é um ator com um talento nato maravilhoso. É versátil em suas carreiras,indo do drama à comédia com extrema maestria.
    Fui assistir à verdade nua e crua e adorei! É uma comédia romântica bem gostosa de assistir, com detalhes apimentados muito espertos. É um ótimo gênero, pois nos faz sair leve do cinema, com uma deliciosa sensação de bem-estar.
    Ele está magnífico, como sempre!
    ♥Beijinhos♥

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