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quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Movie Pass

O Movie Pass de hoje destaca o drama francês Irreversível. A fita, que causou furor no festival de Cannes de 2002, é polêmica e justamente por isso chamou atenção. Gaspar Noé disse depois da má recepção de seu filme em Cannes que não voltaria mais lá. Uma falácia. Já voltou duas vezes, embora não na briga pela Palma de ouro. Em Irreversível testemunhamos de trás para frente, os eventos que colidiram em uma noite Parisiense de extrema violência. Sadomasoquismo, homossexualismo, preconceito, estupro,violência, drogas, muitas são as referências das quais Noé se serve aqui. Se a qualidade do filme, e seu efeito, são discutíveis, permanecer impassível a fita porém, não o é. Irreversível choca como poucas vezes se viu no cinema.

A seguir o trailer do filme e a minha critica:

Um exercício de sadismo com estilo
Gaspar Noé foi muito vaiado após a exibição de seu último filme no festival de Cannes, no qual concorreu a Palma de ouro. Após assistir Irreversível(FRA 2002), se tem uma noção exata do por que isso aconteceu. A nova fita do diretor francês é um exercício de sadismo, embora rodado e desenvolvido com estilo, Irreversível é, em seu âmago, um filme cheio de ressentimentos, de uma visão bastante restrita e que abraça sem pudores um fetichismo virulento e perigoso.
Não é somente a famosa e forte cena de estupro envolvendo a atriz italiana Monica Bellucci que incomoda. Todo o filme é ambientado em uma Paris modorrenta, asquerosa e por vezes surpreendente. Em um submundo que choca e provoca adrenalina, Noé talvez quisesse falar de inconseqüências. De como um mundo atolado em drogas e relações superficiais se perde em si mesmo. Não conseguiu. Apesar dos bons atores Vincent Cassel e sua mulher Monica Bellucci estarem em plena forma, Irreversível cede ao exercício de estilo de seu diretor. Contando sua história de trás para frente, a elaboração do suspense não advém da ansiedade por saber o que, e de que forma, fora desencadeada a louca busca por vingança a que se lança o personagem de Cassel. O que angustia o espectador, é a espera sufocante pelo arroubo de violência que virá a seguir. E a imperativa pergunta que emerge: Se há de se ter estômago para ela.

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