A seguir o trailer do filme e a minha critica:
Um exercício de sadismo com estilo
Gaspar Noé foi muito vaiado após a exibição de seu último filme no festival de Cannes, no qual concorreu a Palma de ouro. Após assistir Irreversível(FRA 2002), se tem uma noção exata do por que isso aconteceu. A nova fita do diretor francês é um exercício de sadismo, embora rodado e desenvolvido com estilo, Irreversível é, em seu âmago, um filme cheio de ressentimentos, de uma visão bastante restrita e que abraça sem pudores um fetichismo virulento e perigoso.
Não é somente a famosa e forte cena de estupro envolvendo a atriz italiana Monica Bellucci que incomoda. Todo o filme é ambientado em uma Paris modorrenta, asquerosa e por vezes surpreendente. Em um submundo que choca e provoca adrenalina, Noé talvez quisesse falar de inconseqüências. De como um mundo atolado em drogas e relações superficiais se perde em si mesmo. Não conseguiu. Apesar dos bons atores Vincent Cassel e sua mulher Monica Bellucci estarem em plena forma, Irreversível cede ao exercício de estilo de seu diretor. Contando sua história de trás para frente, a elaboração do suspense não advém da ansiedade por saber o que, e de que forma, fora desencadeada a louca busca por vingança a que se lança o personagem de Cassel. O que angustia o espectador, é a espera sufocante pelo arroubo de violência que virá a seguir. E a imperativa pergunta que emerge: Se há de se ter estômago para ela.
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