A seguir o trailer e a minha critica do filme:
O câncer que corrói!
Em O homem que não estava lá ( The man who wasn´t there EUA 2001), Billy Bob Thorton vive com assombrosa propriedade um barbeiro pacato, simples e de convicções rudimentares. Que parece não alimentar grandes desejos para a sua vida. É um homem sem vontade de agir. Mas essa definição se modifica, sem alterar a percepção que temos dela.
O grande mérito da direção dos Coen é justamente esse. Mostar o quão desalentador aquilo que nos move pode ser. Como um homem simples se enveredando por conspirações assassinas e descobrindo que aquilo não lhe desperta nenhuma repugnância, muito menos uma crise de coinciência ou algo similar. O homem que não estava lá é na realidade um tratado sobre o lado bom e ruim de cada ser humano, sobre a coexistência de dualidades. Do conflito entre o ego e o super ego. É um filme propositadamente frio, analítico, quase distante. A fotografia em preto e branco, além de sugerir o clima noir pretendido pelos realizadores, funciona como catalisadora dessa atmosfera irresoluta.
O humor negro dos Coen se alinha ao tom do registro e tem na figura dura, implacável e quase sempre sombria de Billy Bob Thorthon seu elemento mais poderoso. E também mais revelador, o que aquele cara tem de tão diferente de todos nós, que só queremos viver em paz?
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