Oscar Watch 2014 - O triunfo de Matthew McCounaughey

Desde meados de 2011 virou lugar comum exaltar a virada na carreira que o ator texano de 44 anos, casado com a brasileira Camila Alves, perpetrou com energia invejável enfileirando projetos tão díspares quanto difíceis como killer Joe – matador de aluguel, Amor bandido e Magic Mike. No entanto, essa guinada está prestes a viver seu ápice. A indicação de Matthew McCounaughey  ao Oscar de melhor ator pelo drama independente Dallas Buyers Club é dada como certa em Hollywood. Apenas outro ator é considerado favas contadas na disputa, o inglês Chiwetel Ejiofor por 12 years a slave.

McConaughey foi ignorado nos últimos dois anos pelas atuações em Killer Joe e Magic Mike, filmes que lhe renderam alguns prêmios menores, mas há um consenso de que não há como ignorar o ator neste ano. Além de perder muito peso e dar vida a um personagem, aidético, inspirado em história real, McConaughey  tem a seu favor um histórico poderoso de grandes atuações recentes que não se verifica em nenhum de seus rivais mais próximos. Além, é claro, do hype da mudança brutal de rumo na carreira que pode beneficiá-lo em uma corrida longa e de muita exposição.

Outro elemento que pode beneficiar o ator é o fato de ele aparecer em outra produção bem cotada na temporada; no novo filme de Martin Scorsese, O lobo de Wall Street. O papel é pequeno, mas vem na grife scorsesiana e pode ser o adendo necessário para convencer eleitores a venceram o preconceito e embarcarem em sua candidatura para melhor ator.

No Independent Spirit Awards, o ator emplacou a terceira indicação consecutiva – venceu no ano passado como coadjuvante por Magic Mike – em uma demonstração de que a mudança de rumo em sua carreira já está consolidada. Não obstante, angariou nesta última semana indicações ao SAG e ao Globo de Ouro. A indicação ao Oscar, neste momento, é consequência natural.

McConaughey, arrepiante em Dallas Buyers Club: o ápice de uma calculada e bem urdida reengenharia de carreira